quarta-feira, 26 de maio de 2010

Os milagres da conversão

Converter é o segredo
da mudança
da sabedoria
do encontro
da salvação
da existência
da audácia
da beleza
da doçura
da sanidade

Converter
semente em flor
Ele em Senhor
mito em ciência
conflito em resiliência
um em par
dois em lar
corte em liga
morte em vida
idéia em signo
vale em cimo
força em brisa
bem em sina
palma em dorso
cobre em ouro
poder em serviço
fraqueza em viço
é feitio de iluminados
homens fortes e amados.

Converter
é ver o não visto
querer o não quisto
fazer existir
pulsar, refletir
deixar espelhar
no brilho do olhar
o seu ser no meu
o meu ser no seu
suprir "eus" sozinhos
com "nossos" carinhos
guardar o calor do afeto
pra tempos de frio e deserto
poder trazer quem 'stá longe
ou ir até onde se esconde.

Converter então é
abraçar
girar
sorrir
saltitar
brincar
cair
suspirar
rolar
pedir
pra ficar
levar
ou ir
mas amar
cuidar
sentir
memorar
tocar
luzir
sem tentar
julgar
punir
só acordar
sonhar
dormir
e abençoar
cantar
fluir.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Adaptação

Ausência. Carência.
Medo. Vazio. Procura.
Uma fissura desmedida.
Contida mesmo, só a inocência.

Instabilidade. Invisibilidade.
Incerteza. Insegurança. Desconforto.
A paz do morto desejada.
Alcançada mesmo, só a ansiedade.

Insatisfação. Inquietação.
Necessidade. Desequilíbrio. Mudança.
Uma confiança perdida.
Garantida mesmo, só a adaptação.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Pronta!

Para olhar!
Para sorrir!
Para gargalhar até!
Para dividir a pipoca!
Para aquecer!
Para entender!
Para ouvir somente!
Para estar presente!
Para defender!
Para proteger!
Para falar suave!
Para sussurrar quem sabe!
Para perfumar!
Para deslizar!
Para cobrir de abraços!
Para restaurar os cacos!
Para apertar!
Para enroscar!
Para despentear enfim!
Para submeter assim!
Para certificar!
Para garantir!
Para satisfazer de encontro!
Para renovar o conto!
Para inflar!
Para acreditar
Para sempre no verbo amar!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A gangorra

Essa imagem nos lembra o sobe e desce de acordo com o impulso e o peso colocado em cada extremidade, em cada lado da barra presa a um eixo central.

É assim que um bipolar ou pantímico vive seus dias e noites, oscilando entre a depressão e a euforia. Isso para o não tratado adequadamente, ou exposto a elementos sabidamente depressores ou estimulantes, ou que livremente escolhe deixar a gangorra guiá-lo sem qualquer controle pessoal porque acredita não ser possível.

Às vezes, o pantímico (bipolar) não é percebido devidamente, é mal avaliado, julgado erroneamente pelo caráter, quando a questão é química cerebral - hormônios, neurotransmissores - apenas.

Há tratamento, há controle, há equilíbrio e estabilidade de humor possível, porém, não se exponha ao vinho, ao chocolate ou às coisas belas...rs...pode exigir demais do seu autocontrole....rs.

Bem, usando a lógica formal...se todo ser humano experimenta o sobe e desce das emoções na vida; se experimentar o sobe e desce de emoções é sintoma do transtorno de humor pantímico; logo, eu sendo ser humano, sou pantímica. Certo? Em termos sim, em termos não. Faltou um detalhe na segunda premissa a ser acrescido após a palavra emoções: "com prejuízos significativos na vida pessoal".

O que diferencia o sobe e desce considerado normal, do considerado transtorno, são os prejuízos por conta dessa oscilação emocional.

Se essa oscilação estiver dificultando seu desempenho no trabalho, no estudo, nas relações pessoais, é bom preocupar-se e procurar ajuda de um psiquiatra ou neurologista qualificado e especialista no assunto, preferencialmente com histórico de tratamento na perspectiva de colocar o paciente "em pé", pró-ativo, em ação, e não em situação de mais instabilidade. Quero dizer com isso...fuja dos profissionais que favorecem seu afastamento do trabalho, dos estudos e outras responsabilidades por longo tempo (este é o problema), a menos que você intencionalmente deseje isso, aí a muleta desse "temeroso" tratamento terá serventia.

Há muitos que desconhecem ser portadores do transtorno pantímico, antigamente chamado de transtorno psicótico maníaco-depressivo e também chamado de transtorno bipolar.

Há também os que sabem ser portadores e negam-se a tratamento.

Há ainda os que sabem ser portadores do transtorno e servem-se dele para obter ganhos secundários, como a atenção de alguém ou alguns em especial, ou até alguma benesse no trabalho ou em casa.

Há também os que sabem ser portadores, iniciam tratamento e o abandonam antes do controle ser estabelecido.

Há por fim, os que foram acusados, maldosamente, por muitos anos, de terem reação desproporcional à realidade (o que pode configurar büllying ou assédio moral até), e que internalizaram, aceitaram ser portadores do transtorno pantímico sem avaliar devidamente as circunstâncias que provocaram ou provocam seu desequilíbrio reacional, o que evidencia que há grandes possibilidades das reações desproporcionais de alguém serem causadas ou desencadeadas por patologia social/ambiental/cultural, além da patologia propriamente pessoal.

Há, portanto, ambientes "pantimicogênicos", ou seja, geradores de transtorno pantímico nas pessoas.

Neste caso, quem deve ser tratado? A pessoa ou seu ambiente?

Ora, se determinado estímulo luminoso faz com que a pessoa semi-serre ou feche totalmente os olhos, onde está o problema de não poder enxergar? No estímulo luminoso ou nos olhos da pessoa que tem uma limitação natural de suportar aquela intensidade de luz? Como resolver? É possível ampliar a capacidade dos olhos de alguém de suportar estímulo luminoso? Convém aos olhos? Ou é inteligente reduzir a intensidade do estímulo luminoso?

Analogamente, temos que perguntar...é possível ampliar a capacidade de alguém suportar adversidades, provocações, ameaças, desafios para níveis sem limites? Ou é inteligente reduzir a intensidade dos estímulos desestabilizadores, concomitantemente, com o exercício pessoal de aprender a dessensibilizar as ameaças?

Como podemos ver, a sociedade, e nela alguns de nós, diante de problemas procuram as explicações e soluções mais simplistas e que tirem dos próprios ombros as responsabilidades e as depositem nos ombros de alguém, como se esse alguém fosse bode expiatório das insanidades sociais.

Lembremos que este é o caso de alguns diagnósticos, não todos, mas que deve ser levado em conta antes de definir a origem do problema.

Fora isso, ver tudo colorido, sentir tudo vibrar, perceber tudo como fácil e possível, é uma das maravilhas deste transtorno. Já, ver tudo em tons de cinza, perder as forças, ver dificuldade e impossibilidade em tudo, além de efetivamente obter prejuízos afetivos, econômicos, sociais e até físicos, é a face mais dolorosa, sangrenta até, do transtorno pantímico.

Aos que levianamente se imputam o transtorno seduzidos pelas suas maravilhas, desejando inclusive que seja possível "comprá-lo" num balcão qualquer, não esqueçam que tem o outro lado da moeda e que não gostariam, o dos prejuízos.

Lembro agora de um ditado popular, que ouvi há muitos anos de um colega de trabalho: "Só olham a pinga que eu tomo e não olham os tombos que eu levo." Isto vale para quem tem admirado o transtorno bipolar (ou pantímico - termo citado por Diogo Lara, psiquiatra gaúcho, autor do livro: "Temperamento forte e bipolaridade").

Lembrem-se, por favor, os que vivem na gangorra..."há um eixo central que possibilita o equilíbrio das extremidades." É possível sofrer menos com isso.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Amor demais!

Quanto tempo!
Quanta falta!
Amor demais?
Quanta espera!
Quanto encontro!
Amor demais?
Quanta sutileza!
Quanta tangência!
Amor demais?
Quanta grandeza!
Quanto receio!
Amor demais?
Quanto não!
Quanto sim!
Amor demais?
Loucura?
Engano?
Amor demais!
Dopamina?
Ocitocina?
Amor demais!
Limite?
Medo?
Amor demais!
Quanto posso?
Quanto devo!
Quanto sofro?
Quanto quero!
Quanto dura?
Quanto vivo!
Quanto vivo?
Quanto aguento!
Quanto aguento?
Quanto responde!
Quanto responde?
Quanto ama!
Quanto ama?
Quanto tempo!
Quanto ama?
Quanto falta!
Quanta ama?
Quanto espera!
Quanto ama?
Quanto encontra!
Quanto ama?
Quanto toca!
Quanto ama?
Quanto cresce!
Quanto ama?
Quanto teme!
Quanto ama?
Quanto nega!
Quanto ama?
Quanto aceita!
Loucura demais!
Amor demais!
Lindos demais!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tão vivo!

Para aqueles dias que parecem noites!



CALL MY NAME
Third Day

It's been so long since
You felt like you were loved
So what went wrong
But do you know
There's a place where you belong
Here in My Arms

Chorus:
When you feel like you're alone in your sadness
It seems like no one else in this whole world cares
And you want to get away from the madness
You just call My name and I'll be there
You just call My name and I'll be there

The pain inside
Has erased your hope for love
Soon you will find
That I'll give you all
That your heart could ever want
And so much more

Chorus:

You just call My name
You just call My name
Call My name say it now
I want you to never doubt
The love I have for you is so alive
Call My name say it now
I want you to never doubt
The love I have for you is so alive

You just call My name
You just call My name
You just call My name

The love I have for you is so alive
The love I have for you is so alive
You just call My name
You just call My name
You just call My name


Chamar Meu Nome (Tradução)
Third Day

Faz tanto tempo desde que
Você se sentiu amado
Então o que deu errado?
Mas faço você saber
Que há um lugar onde você pertence
Aqui nos meus braços

Refrão:
Quando você se sente sozinho em sua tristeza
E parece que ninguem mais no mundo se preocupa
E você quer fugir da loucura
Somente chame meu nome e Eu estarei lá
Somente chame meu nome e Eu estarei lá

A dor que vem de dentro
Apagou sua esperança de amar
Mas em breve você a encontrará
Eu darei a você tudo
Que seu coração desejar
E muito mais

Refrão:

Somente chame meu nome
Somente chame meu nome
Chame meu nome diga agora
Eu quero que você nunca duvide
O amor que tenho por você é tão vivo
Chame meu nome diga agora
Eu quero que você nunca duvide
O amor que tenho por você é tão vivo

Somente chame meu nome
Somente chame meu nome
Somente chame meu nome

O amor que tenho por você está tão vivo
O amor que tenho por você está tão vivo
Somente chame meu nome
Somente chame meu nome
Somente chame meu nome

Fonte: http://letras.terra.com.br/third-day/1234936/

domingo, 9 de maio de 2010

Uma das pobrezas

Quando convivi com uma comunidade de religiosos na década dos anos 80, ouvia falarem de três tipos de pobres: os pobres pobres, os pobres de Deus, e o pobre Deus. Isto parecia-me resumir bem todas as pobrezas possíveis, parecia ser suficiente as três abordagens. E que nobre a missão que se propunham de minimizar essas pobrezas, dando pão a quem tem fome, apresentando Deus a quem não o conhece ainda, dando louvores a Deus que muitas vezes se sente só sem o amor de seus filhos.

Não sei o que tanto incluiam no conceito de pobres pobres, mas não me lembro de evidenciarem uma pobreza intangível, a idéia que sempre ficou para mim era a da pobreza material. Em todo caso, mais de 20 anos depois de ouvir esta expressão pela primeira vez, hoje faço outra associação, outra interpretação, outra inferência...há muitas pobrezas intangíveis que podem caracterizar os pobres pobres, uma delas é a pobreza de conhecimento, outra é a pobreza de vontade, outra ainda e da qual trato a seguir - a pobreza de afeto!

A pobreza de conhecimento pode ser resolvida pelo seu portador, desde que busque caminhos possíveis, sempre disponibilizados pelos governos, pelas políticas públicas, por piores que sejam.

A pobreza de vontade, que compreende a dificuldade de escolher e a fraqueza para manter a escolha, pode ser evitada ou resolvida pelo treino, conduzido por outrem no caso dos pequenos ou por si mesmo no caso dos já crescidos.

A pobreza que ora preocupa é a pobreza de afeto, que igualmente às outras, torna uma pessoa miserável, coloca-a em processo de despersonalização, pode gerar transtornos ou alimentá-los, pode adoecê-la fisicamente, pode prejudicá-la socialmente... pode roubar-lhe a vida.
Ora, ora, mas quem discute isso ainda no século XXI?

Vejo textos e comentários cujo os argumentos tentam minimizar o estado de carência afetiva das pessoas ou até descaracterizá-lo. Chega-se a dar a impressão que qualquer um que sinta falta de afeto é imaturo, dependente, incapaz ou desequilibrado. Há sempre uma abordagem propositiva de superação da carência afetiva, mas que nunca considera o papel do outro nessa conquista, ao contrário, delineia-se um papel de herói para o carente afetivo, em que ele deve agir sozinho para solucionar esse problema, ninguém poderá ou deverá ajudá-lo. Arriscam mais, alguns autores, chegam a negar a solidão/exclusão/isolamento/abandono tacitamente ou disfarçadamente dando-lhe novos significados.

Se afeto é sentimento de carinho, de ternura por algo ou alguém , não é lógico, nem saudável enfatizar que cada um pode e deve se dar o afeto, pois, é ato exteriorizado, direcionado a outrem.

Receber afeto, portanto, não depende da pessoa, embora a pessoa dependa do afeto. O afeto não depende da pessoa em parte, poderiam dizer os experts em "jogos de manipulação", sim, porque sempre é possível "arrancar" de alguém o que se quer. Porém, desta forma, manipulando o outro para receber manifestações de seu afeto, não haverá satisfação, no lugar desta, ficará a dúvida cruel se a manifestação do afeto aconteceria livremente sem seu condicionamento ou suborno.

Por este caminho de lógica vemos que é preciso que o outro manifeste afeto, mas livremente. E isto é possível?

Outra possibilidade, é a de cultivar seu jardim e aguardar a visita das borboletas, como se fosse uma lei natural e incontestável que ao cuidar de seu desenvolvimento e crescimento se atrai manifestação de afeto.

Entre os homens isto não é tão matemático assim, tão consequente, tão lógico, tão inconteste, tão seguro, tão certo.

O que se pode fazer?

Ser generoso, elegante e sincero em manifestar afeto a qualquer um! Com isto resolvemos a carência de outros. Quanto a nossa, há que se contar com a generosidade, elegância e sinceridade aleatória.

Também pode-se pensar em pílulas da felicidade - comprimidos ou cápsulas que com substâncias químicas estimulam a produção de certos neurotransmissores capazes de gerar a sensação de bem-estar.

O que escolherá o homem do século XXI?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Simples assim - o amor!

A ciência do séc. XXI orgulhosamente apresenta: O amor!
...que virou hormônio. Pura química. Nada de "sentimento", nada de "mistério", nada de "especial"... só bioquímica cerebral.
Nossa que coisa sem graça, diriam os românticos!

Homens e mulheres só se olham com interesse depois que o corpo sentiu o cheiro do sistema imunológico do outro e reconheceu que é compatível, complementar para gerar descendentes mais fortes e resistentes a doenças.

Depois disso, achávamos que os valores, os conceitos, a cultura definiria se o outro é um bom parceiro. Nada disso. Estávamos romanceando a união do homem e da mulher.

Depois do cheiro do sistema imunológico, vem a testosterona, a dopamina e a ocitocina (nas mulheres) ou a vasopressina (nos homens).

Assim, depois da atração pelo cheiro, sim, é isso mesmo, entra em ação o hormônio testosterona que provoca o desejo sexual - a luxúria.

Depois da testosterona, entra em ação o neurotransmissor dopamina que alimenta o romance porque provoca o comportamento compulsivo de ficar horas pensando na pessoa amada. É o mesmo caso com os dependentes químicos.

Depois da dopamina chega a vez da ocitocina ou da vasopressina que gera a ligação, o companheirismo, o dito amor profundo que deixa as pessoas calmas e seguras, possibilitando a criação da família, cuidar dos filhos enquanto eles crescem.

Mas olha que desgraça, o benefício da ocitocina ou vasopressina traz junto um prejuízo, que é provocar a baixa da testosterona, consequentemente, o T..., digo, o desejo sexual diminui ou até acaba, o que não é de todo mal, pois quem conseguiria cuidar dos filhos subindo pelas paredes...rs?

E depois disso vem a crise dos sete anos, já que a criança está crescida e não precisa mais de tantos cuidados. Esta é uma herança dos ancestrais que, há 3 milhões de anos, vendo o filho independente aos sete anos, partíam para procurar outras fêmeas e procriar. Ainda bem que os filhos hoje ficam independentes mais tarde...rs. Mas isso não tem ajudado no momento presente, o que ainda vale é a herança no inconsciente. Talvez as próximas gerações internalizem que é preciso mais tempo junto dos filhos.

E o que fazer, então, com os relacionamentos?

Primeiro entendamos que a natureza não queria amor eterno, queria apenas que salvássemos a qualidade genética e a reprodução.

Depois, saibamos que o desejo está no que é novo. Inovemos então, pois, o auge do desejo é entre os dois ou três anos de relacionamento. Vale tudo pra provocar a produção da testosterona...rs.

Ainda vele lembrar que as atividades de aventura provocam o aumento da dopamina que mantém a ligação, a compulsão pelo outro.

A opção que se apresenta é aceitar que os relacionamentos acabam naturalmente ao cumprirem seu ciclo.

Simples assim.
Simples assim?
É o que a ciência está dizendo.

E haverá algum mistério nesse assunto ainda?
Sim.
Afinal, apesar do ciclo dos hormônios, há quem mantenha por longos anos o desejo, a compulsão pelo outro, a segurança com o outro.

Acredito que para reforçar a ação da ocitocina e da vasopressina, ou mantê-la, contamos com o poder da vontade, da escolha, da firmeza em manter a decisão por viver ao lado de alguém.

Como passou pela crise dos 7 anos?

Deixe aqui sua resposta, sua receita, seu segredo.

Fonte: Revista Superinteressante. Ed.278. Editora Abril. Maio, 2010.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Música ao nosso redor

"Você sabe o que é a música? É um lembrete de Deus de que tem alguma coisa além de nós no universo"

Ontem assisti o filme "O som do coração", e para quem não é afeito à dramas, nem romances,há a opção da música como tema do filme para centrar as atenções.
Filme de 2007, dirigido por Kirsten Sheridan, com os atores Freddie Highmore, Keri Russell, Robin Williams, Leon G. Thomas III, Terrence Howard, música de Mark Mancina.
A história, o enredo é bonzinho, mas melhor ainda é a música que o garoto ouve, cria e executa...o personagem é um virtuose...a obra dele sui generis . Vale a pena conferir. Quem já ouviu um som e seguiu-o até encontrar a fonte? Quem já produziu um som para ser encontrado?

domingo, 2 de maio de 2010

Afagos Divinos

O título acima sugere o toque humano que provoca arrepios, suspiros, espasmos, delírios e toda sorte de sensações físicas extraordinárias, daquelas que só quem viveu sabe o que é - e há quem não tenha experimentado ainda esses "ais", a esses eu digo que "convém se permitir", por uma questão de conhecer sua humanidade.
Devo, porém, dar aqui mais outra explicação, assim como no dicionário encontramos mais de um sentido para as palavras.

Hoje, 7h45 estava na estrada, num ônibus, lendo o livro "A cabana". Lá fora um dia iniciando cheio de sol, nossa paisagem de campos estampada na janela, uns pontos de interrogação povoando os pensamentos e uma emoção sendo sentida no estômago... "coisas boas, belas e outras nada suaves."

O título do livro "A cabana", quando vi estampado demais nas vitrines, reais ou virtuais, me sugeriu mais uma "literatura comestível", daquelas que se digere facilmente, sem muito esforço e que por isso, não sustenta...rs, no entanto, porém, todavia, fui recebendo ao longo de alguns meses, indicações de pessoas que considero muito qualificadas para me indicar algo simplista, de pouco significado ou que pouco contribua para melhor ver a realidade. Bem, entre elas estavam especialistas em literatura, além de um mestre em psicologia e teologia, todos com grande cultura geral.

Enquanto me interrogava, me reduzia a fatos passados e quase me fechava ao que se apresentara de novo a minha frente - por puro vício da couraça, lia o capítulo 6 e 7 do livro.

De repente na p. 83... "A vida custa um bocado de tempo e um monte de relacionamentos."
- Opa, opa, devo ter tido um "Déjà Vu", parece que já li isso...rs.

Na p. 87... "a dor tem a capacidade de cortar nossas asas e nos impedir de voar."
- E as asas estavam caindo...eu tinha os pés por demais plantados no chão.

Na p. 89... "A mulher estava se divertindo muito com ela mesma e não havia um pingo de arrogância para estragar aquilo. - Nós criamos vocês para compartilhar isso."
- Gosto disso...rir de mim e gosto dos que riem de si, gosto de deixar-me ser e dos que se deixam ser...à revelia de alguns juízos.

Na p. 90... "os seres humanos não são definidos por suas limitações, e sim pelas intenções que tenho para eles."
- A emoção no estômago tinha a ver com isto, uma autodefinição com premissas falsas.

Na p. 92... "Ela se virou para fazer a pergunta a Jesus, que havia acabado de entrar no chalé".
- Esta palavra "chalé" foi usada três dias antes por um cineasta, num contexto que afagava e assustava ao mesmo tempo. A palavra ficou se repetindo no ar curiosamente e toda sorte de dúvida sobre ela também, mas...era num chalé que Jesus estava entrando...as dúvidas se dissiparam...nada deveria assustar...era um afago. Precognição, telepatia do cineasta.

Na p. 96... "- Uuuuuh, isso é tãããão bom!...Deus era assim no relacionamento? Muito linda e atraente!"
- Deus é eufórico também! E a euforia é atraente! Concluí rindo sozinha...rs.

Na p. 96 também... "Claro. Nós íamos ter um molho japonês incrível, mas o sem-jeito ali."; na p. 101... "-Acho que posso viver com isso. Jesus deu um risinho." ; na p. 102... "Jesus riu. Agora ele estava gargalhando."
- Deus é bem humorado! Meu tipo esse Cara...rs.

Na p. 102 ainda... "O ser sempre transcende a aparência."; "Deus que é a base de todo ser, mora dentro... e emerge em última instância como o real. Qualquer aparência que mascare essa verdade está destinada a cair."
- A proposta que recebi do médico de almas, longe de ser um teste para julgamento e seleção, podia de repente ser a grandeza de fazer cair a máscara da gangorra.

Comemorei...mandei torpedos da estrada...o estômago estava bem, a mente livre, a alma leve. Deus faz afagos sutis, inesperados e arrebatadores! Como não ficar eufórica? rs

Oferenda

Outro dia, navegando pelo You Tube, despretenciosamente clicando em arquivos correlatos ao que eu efetivamente fui buscar, encontrei uma música bonita em sua melodia, curiosa, fui buscar a letra e descobri "Third Day", uma banda cristã de rock formada em Marietta, na Georgia, EUA, durante os anos 90. O grupo foi formado pelo cantor Mac Powell e pelo guitarrista Mark Lee. O nome da banda (que em português significa "terceiro dia") é uma referência bíblica à ressurreição de Jesus Cristo, três dias após a sua crucificação.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Third_Day

A quem não conhecia como eu e gosta de boas produções musicais, fica aí a sugestão.



OFFERING
Third Day

Magnificent Holy Father
I stand in awe of all I see
Of all the things You have created
But still You choose to think of me

Who am I that You should suffer
Your very life to set me free
The only thing that I can give You
Is the life You gave to me

This is my offering, dear Lord
This is my offering to You, God
And I will give You my life
For it's all I have to give
Because You gave Your life for me


I stand before You at this altar
So many have given You more
I may not have much I can offer
Yet what I have is truly Yours

OFERENDA (Tradução)
Third Day

Magnifico, Santo Pai
Eu maravilho-me com tudo que vejo
Com todas as coisas que Tu criastes
Mas ainda assim escolhestes pensar em mim

Quem sou eu para que sacrificasses
Sua própria vida para me libertar?
A única coisa que posso Te dar
É a vida que Você deu para mim

Esta é a minha oferenda, amado Senhor
Esta é a minha oferenda para Ti, Deus
E eu Te darei minha vida
Porque é tudo o que eu tenho para dar
Porque Tu destes Sua vida por mim


Eu fico diante de Ti neste altar
Tantos te deram mais
Posso não ter muito a oferecer
No entanto, o que tenho é verdadeiramente Seu.

Fonte: http://letras.terra.com.br/third-day/107056/traducao.html