quinta-feira, 29 de abril de 2010

Pisando em ovos

Todos já viveram essa situação. Alguns vivem a vida toda assim...inseguros, com medo e por ser seu único modelo de vida, querem que todos a sua volta assim vivam...pisando em ovos, certos de que seus passos causarão danos, quebrarão algo ou alguém. No trabalho, em casa, entre amigos enfim, muitos desconhecem o que é pisar o chão firme da franqueza com cordialidade, do diálogo e do esclarecimento, da racionalidade e inteligência suficiente, da sabedoria resultante da experiência e do conhecimento, da segurança pessoal.

Parece que os adultos só cresceram em tamanho, mas deixaram a graça e a sabedoria de lado. Tudo dói, tudo pega, tudo é mal interpretado. Até mesmo as coisas boas e corretas da vida.

É complicado gente ofendida. Gente que por não saber de algumas coisas, não compreende outras ou tem medo de todas as coisas. Gente que não quer saber, então, é monstruoso. Que vida de suplício. Não, não para eles, mas para quem está a sua volta - os que correm atrás de saber mais e sempre, que não se contentam com pouco ou com mais ou menos, que se cobram por não saber ainda, que se não sabem perguntam, lêem, ouvem com sede e avidez de entendimento. A esses, que suplício!

Pisar em ovos, além da via de entendimento inicial de não querer quebrar as coisas, as situações, os outros, por medo de enfrentamento, denuncia também e talvez mais, o medo de quebrar-se em caquinhos. Algumas pessoas são feitas de carvalho, outras de bambu e estas são bem vindas, mas há pessoas feitas só de porcelana, papel e casca de ovo, estas últimas, que ou foram polpadas ou se polparam, precisavam primeiro adquirir consciência de sua situação, porque algumas delas foram colocadas em posição de liderança de um grupo, ou melhor, de dominação e acabam impondo aos seus subordinados a mesma postura covarde diante dos fatos da vida, em segundo lugar precisam iniciar ontem um processo de amadurecimento, de mudar o "olhar", de exercitar uma percepção mais panorâmica das coisas.

Talvez essas pessoas me perguntassem, "mas que atitude seria mais acertada"? E eu diria: "Ora, nada como a verdade, ela vos libertará!" Nada como a franqueza com cordialidade. Nada como a sinceridade, do tipo "isso eu sei" ou "isso eu não sei ainda" ou "sei alguma coisa disso". "Isso não é o melhor, não é o correto". "Minha intenção foi...". "Desculpe-me". "Queria desculpá-lo, mas ainda não sou capaz". "Errei quando fiz isso". "Você é um espetáculo de profissional"! Você é muito querido". "Você tem uma capacidade incrível". "Preciso lhe dizer que não gostei do que fez ontem". "Poxa, desculpa cara, não foi isso que eu quis dizer."
Simples assim... o que é, é. O que não é, não é. O que está sendo, poderá continuar a ser ou deixar de ser.

Há umas regrinhas fáceis para sermos menos ofendidos, magoados e culpantes (neologismo é claro...rs) dos outros, e assim evitarmos que as pessoas andem pisando em ovos: aprendamos a separar o ser do fazer, a pessoa da ação, a intenção do ato; estudemos, conheçamos, analisemos, avaliemos, conquistemos novos mirantes, trocando em miúdos, quanto mais conhecimento, mais e amplamente vemos as situações, menos sofremos com coisas pequenas e liberamos, em nós e nos outros, energia pra criar coisas boas e belas, necessárias e satisfatórias.

domingo, 25 de abril de 2010

Alice, Roterdan, Ney...

Logo no início do filme de Tim Burton em 3D: ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Alice na cama, após acordar outra vez do mesmo pesadelo... coelho de paletó, gato sorridente... diz ao pai:
- Você acha que eu sou maluca?
- Acho. Você é pirada, maluca. Mas vou lhe contar um segredo: as melhores pessoas são assim. rs

Lembrei-me de "Elogio da Loucura" obra de Erasmo de Roterdan. (Leiam, é lindo)
Lembrei-me dos estigmas da sociedade e dos que sofrem com isso.
Lembrei-me de Ney Matogrosso interpretando a música "Balada do Louco".
Lembrei-me dos loucos, digo, gênios que deixaram um legado para a humanidade.
Lembrei-me dos filmes: "Mr. Jones", "Tempo de Despertar", "Uma mente brilhante" que tratam, respectivamente, do transtorno bipolar, da catatonia, da esquizofrenia.
Lembrei-me que não há razões mais para existirem manicômios, diante dos avanços da medicina, da neurociência e da farmacologia.
Lembrei-me da falsa impressão de normalidade que a maioria tem da sua condição humana.
Lembrei-me de mim. rsrsrs




BALADA DO LOUCO
Composição: Arnaldo Baptista / Rita Lee

Dizem que sou louco
por pensar assim
Se eu sou muito louco
por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos,
sou Alain Delon
Se eles são famosos,
sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

REFRÃO:
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar
que Deus sou eu

Se eles têm três carros,
eu posso voar
Se eles rezam muito,
eu já estou no ar
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

REFRÃO
Sim sou muito louco,
não vou me curar
Já não sou o único
que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz. Eu sou feliz.

Pedofilia 3. Por trás do crime, do pecado e do desvio escancarado

Recebi esse artigo por e-mail do meu amigo Zé Maria, depois de lê-lo, fui buscar detalhes da fonte, pois, ainda não conhecia a AIS, sugiro que visitem o site pra ver as ações dessa Associação.

Posição da AIS (Associação Internacional de Ajuda à Igreja que Sofre)sobre os ataques à Igreja Católica

Escrito por Padre Joaquín Alliende

Há meses o mundo está sendo abalado por relatos de casos de abusos sexuais, inclusive na Igreja Católica. São atingidas crianças, a respeito das quais Cristo diz: "Quem provocar a queda de um só destes pequenos que crêem em mim, melhor seria que lhe amarrassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem no fundo do mar" (Mt 18,6). A situação é muito séria. Os ataques ao Papa e à Igreja saíram totalmente de controle. Com este artigo especial a AIS se posiciona sobre esse assunto.

A cusparada atingiu o jovem padre de cheio no rosto. Transbordando ódio, o turista desconhecido lhe gritou: “Pedófilo asqueroso!”. Silêncio. Os outros visitantes da Acrópole de Atenas olham distraidamente para a perfeita fileira de colunas de mármore. Ninguém faz nada, enquanto o jovem padre, cabisbaixo, limpa o rosto. Por esses dias se escutam muitas histórias desse tipo. Ao descer de um trem, um padre que há quarenta anos serve abnegadamente o Evangelho é alvo das mesmas palavras de insulto. Uma casa de religiosas recebe telefonemas anônimos ofensivos...

Uma histeria coletiva se espalha, insuflada pelos poderosos da Televisão e pelos intocáveis papas de um jornalismo pseudointelectual. É lógico que algumas reações espontâneas sejam compreensíveis. De consequência, um sofrimento incrível. A vergonha se manifesta. Os abusos, o silêncio culposo, os erros estúpidos, o covarde desvio de atenção - tudo isso são fatos reais e muito graves. Jesus Cristo terá de lavar o rosto de sua Igreja. Todos nós teremos de redescobrir a audácia de Deus ao confiar a homens tão fracos um dom tão grande como é o sacerdócio.

Essa hora triste exige que todos nós saibamos redescobrir o valor da reparação solidária e façamos penitência por aqueles 0,1 por cento de padres que comprovadamente cometeram esses crimes tão deploráveis. Mas também deveríamos agradecer de joelhos por todos aqueles que mantêm com fidelidade sua consagração e missão. Eles são mais de 400.000 espalhados pelo mundo todo.

A indústria superficial do entretenimento, a frivolidade tornada sistemática que domina praticamente todo o público, criaram um ambiente geral de ingenuidade simplista, de superficialidade e de escasso senso crítico e reflexão. Existe uma multidão amorfa só à espera da nova manchete sobre namoricos e brigas de políticos, de atores ou de cantores da moda. Vazio espiritual. Nesse vácuo se empurra uma imagem estereotipada do sacerdote; cospe-se no seu celibato; sua doação a Deus é entregue ao escárnio. Os resultados de pesquisas muito sérias são ignorados ou distorcidos. Ninguém dá atenção para os especialistas quando comprovam que não existe nenhuma relação entre o celibato dos padres católicos e a tremenda profanação representada por qualquer abuso quando cometido por ministros consagrados.

Basta! É imoral continuar torcendo os fatos dessa forma. Estamos saturados dessa farsa, desse duplo abuso: um problema que é inegável está sendo usado para solapar com más intenções a legítima autoridade moral da Igreja, dessa Igreja de Pedro e de Paulo, dessa Igreja de João Paulo II e de Bento XVI.

Nós vivemos num mundo pelo avesso. Num arranha-céu em Nova York, um jornal dita à sociedade o que ela deve pensar e em que deve acreditar. Ele põe em circulação afirmações sem fundamento. Depois, não aceita as contestações baseadas em fatos contundentes e em investigações sérias dos mais renomados especialistas. A campanha pré-fabricada a sangue frio tem de continuar. Não é a verdade o que importa. O que vale é a tenebrosa intenção de silenciar a voz da Igreja Católica, que se faz escutar no mundo inteiro. Porque a Igreja é uma das poucas instituições que se atrevem a enfrentar a ditadura do relativismo do nosso tempo. Isso a torna incômoda. É por isso que querem eliminá-la.

Nessa situação, ninguém tem o direito de desviar o olhar, como fizeram aqueles turistas da Acrópole. Todos são chamados a serem ativos. A resposta começa no coração e na consciência de cada um. Penitência e oração são as primeiras coisas. Também é importante conversar à mesa no círculo familiar, esclarecer as idéias entre os colegas de trabalho ou de escola. É questão de seriedade na fé.

Trinta e dois anos atrás tive a ocasião de conhecer pessoalmente Bento XVI - um dom de Deus. Há pouco tempo me encontrei novamente com ele para uma conversa intensa de meia hora sobre questões da Nova Evangelização. O Papa analisava as situações com clareza total. Sempre chegava ao âmago das coisas. A cada momento ele irradiava benevolência e alegria. Esse sacerdote extraordinário, talvez a pessoa mais culta do nosso tempo, sempre aderiu com fidelidade inquebrantável à doutrina de Cristo e à sua aplicação coerente na vida real. Sem medo. Pelo contrário. Com razão o arcebispo de Viena, o Cardeal Christoph Schönborn, e o arcebispo Nichols de Westminster na Inglaterra, chamaram a atenção justamente nesses dias para esse fato, que pode ser facilmente comprovado inclusive pela mídia: já há muitos anos Joseph Ratzinger foi aquele que mais trabalhou para extirpar o câncer criminoso do abuso sexual. É ele que nos ensina que não se defende a boa fama da Igreja acobertando piedosamente os fatos, ou brandindo uma retórica feita de meias verdades. Só a plena verdade nos possibilitará sair dessa noite da vergonha para a luz do sol de um novo começo.

Na sua recente "Carta aos católicos da Irlanda", Bento XVI nos propôs toda uma série de providências imediatas muito precisas. Todos deveríamos aprender com essa crise.

A primeira medida: a preocupação com as vítimas, com o máximo respeito e delicada eficiência. Trata-se de reparar o máximo possível os danos e aliviar as profundas chagas abertas. Depois: orientar a seleção das vocações ao sacerdócio por critérios ainda mais rigorosos, para excluir esses casos o máximo possível. (Isso implica também a colaboração de profissionais apropriados. E para isso a Ajuda à Igreja que Sofre gostaria também de oferecer ajuda aos Bispos). Nesse contexto é necessário continuar desenvolvendo uma pedagogia especial na questão da afetividade dos futuros sacerdotes. Também os padres que já atuam na pastoral devem ser acompanhados de maneira mais intensa para que possam irradiar uma santidade ainda maior em sua vida e para que, crescendo ainda mais a sua paternidade na fé, possam doar um afeto sólido e maduro.

Um psiquiatra de renome internacional, Manfred Lütz, vê a sociedade diante de um transbordamento emocional, numa espécie de crise de puberdade da cultura pós-moderna. Não poucas das acusações infundadas seriam ataques irracionais, como de adolescentes, contra a Igreja. Elas seriam desfechadas porque a Igreja é uma instituição grande, que defende princípios não negociáveis. No fundo, diz Lütz, pretende-se destruir a imagem do pai na sociedade. Por isso se rejeita o Papa e se ataca injustamente a autoridade moral dos padres. E nós poderíamos acrescentar: em última análise trata-se de um ataque à mensagem central do Evangelho proclamado por Jesus: Deus é o "Pai nosso", cheio de justiça e de compaixão.

Antes de crucificarem Cristo, eles bateram e cuspiram nele. Após a Sexta-feira Santa veio a Páscoa. Mas o rosto de Jesus continua chorando na sua Igreja. A Ajuda à Igreja que Sofre permanecerá sempre como um instrumento a serviço do Bispo de Roma, para proteger os cristãos perseguidos e para auxiliar os anunciadores do Evangelho. Nesse momento histórico o ponto mais nevrálgico da Igreja é o futuro do sacerdócio... Talvez o sacerdote que hoje está mais em necessidade se chame Bento XVI. Não o deixemos sozinho. E vocês, não nos deixem sozinhos quando procuramos juntos ajudar o Papa. Sejam muito generosos. Obrigado.

Fonte: http://www.aisbrasil.org.br/

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vocação pra vidraça

Difícil essa vida de vidraça, de pára-choque. A gente tá sempre na berlinda e geralmente protegendo ou encobrindo algum (ns) covarde (s) Rsrs. Depois chamam a gente de "casca grossa", também pudera, para cada um que não enfrenta as situações conflituosas tem que ter um que enfrente, às vezes sem liberdade de opção, por força das circunstâncias.
Eu queria ter sido criada como "bonequinha de porcelana", daquelas que qualquer coisa quebra, que tem que pegar com cuidado, talvez não me procurassem tanto para resolver problemas, mas...
...minha mãe foi criada na fazenda, tendo que buscar o gado perdido mesmo à noite, tendo que pegar cobras pra enviar ao Butantã e assim poder receber em troca doses de soro, aí, criou as filhas assim, meio "resolvidas demais". A gente chega a ter que fazer de conta às vezes que não sabe, que não pode, que não consegue, senão os amores não suportam a disputa...rsrs.
Brincadeirinha...rs...será?...rs...mas a verdade é que às vezes a gente também quer colinho, como se fosse "boneca de porcelana", delicada, digna de cuidados.
Talvez só falte o equilíbrio, ou, alguém especial capaz de permitir a gente retirar a casca grossa que protege a porcelana.
Faz falta... "Gente fina, elegante e sincera!"... como disse Lulu Santos na música Tempos Modernos que publiquei há alguns dias. E enquanto essa gente não chega, vou lustrando a casca e perfumando a porcelana.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pedofilia 2. Vamos continuar a refletir?

Reflexão do Arcebispo de Londrina

Pedofilia

1- A Igreja pede perdão e faz reparação pelos graves delitos de pedofilia de alguns de seus filhos. Digo alguns, porque a maioria dos sacerdotes são homens de Deus, missionários, lutadores, ministro de Cristo. Entre 46 mil sacerdotes nos Estados Unidos, 218 casos de pedofilia foram comprovados, desde 1950, até hoje. Dentre 210 mil casos de pedofilia na Alemanha 209 foram praticados por pessoas consagradas. No Brasil temos 16 mil padres, 99% são fiéis. No mundo existem 407 mil padres e 96% deles são bons sacerdotes. Porque só a Igreja Católica é visada? Sem dúvida existe orquestração organizada em tudo isso, com a histeria anti-católica da mídia que em nome da modernidade fomenta a erotização da sociedade.

2- A Igreja, além de fazer reparação pelos erros e delitos de seus filhos, deve aprender com seus erros e corrigir rotas para o futuro. Nossos candidatos ao sacerdócio já trazem estes problemas de sua família, escondem esta anomalia e carregam consigo este espinho na carne. Precisam de médicos, de cirineus, de orientadores. É claro que nada disso justifica seus erros, porém, são elementos para a nossa reflexão.

3- Nesta hora, não esqueçamos o imenso bem que a Igreja realiza em favor das crianças nas creches, escolas, orfanatos, hospitais infantis, pastoral do menor e da criança, adoção, infância missionária, coroinhas, Apae etc. O calvário, a dor, a vergonha que a Igreja passa nestes dias, reverterá em conversão, purificação, santificação. As portas do mal não prevalecerão e a Igreja não deixa de ser santa enquanto Corpo de Cristo. A santidade é invencível por ação da graça. Creio na Igreja santa.

4- Como fazer justiça com pessoas erradas e ao mesmo tempo ter misericórdia, perdão e amor com elas? Por acaso basta a vingança e a condenação? Haja, sim, a punição justa, mas sem esquecermos o amor incondicional e do perdão aos inimigos. Não podemos nos embrutecer. Ninguém é totalmente mau. Muitos casos de pedofilia não atingem crianças, mas adolescentes e jovens que são vítimas do erotismo e da permissividade. Eles são “garotos e garotas de programa”. Neste caso se trata de “efebofilia” e rigorosamente falando é outra coisa que pedofilia. Em muitos casos punidos como pedofilia a pessoa praticou um toque, uma carícia, isso é tido como abuso sexual, melhor seria chamar de “assédio”. É claro que nem isso é justificável, mas, nem tudo é ato de agressão a crianças inocentes.
5- Não há relação entre celibato e pedofilia. Todos sabemos que a ocorrência da pedofilia acontece mais nas famílias, portanto ente casados, que entre os celibatários. Trata-se de uma anomalia que atinge todos os setores da sociedade e situações da vida.

6- Geralmente as pessoas com problema de pedofilia foram vítimas de pedófilos quando eram crianças ou adolescentes. Certamente a erotização da sociedade, o turismo sexual, a internet muito contribuem para que o liberalismo e permissivismo ético, fato este, que facilita todo tipo de relacionamento sexual sob a capa de modernidade. É comum hoje a gente ouvir: nada é pecado, todo mundo faz, é normal, etc. Não esqueçamos que um dos elementos da decadência das civilizações é o erotismo, ou seja, o abuso da sexualidade. Ser livre e ser libertino são coisas bem distintas.

7- A Igreja reconhece, repara e paga pelos erros de seus filhos. Grupos e pessoas mal intencionados aproveitam desta situação para desmoralizar, desmobilizar, desestruturar a Igreja de Cristo. Jesus alertou que seríamos odiados, perseguidos e mortos. Nossos algozes acabam sendo nossos artistas. Por outro lado, a Igreja cresce e se fortalece com o sangue dos mártires, as perseguições e humilhações. As portas do mal não prevaleceram. A primazia é da graça. “Coragem, eu venci o mundo” (Jo 16,32).

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina
Publicado na Folha de Londrina, 17 de abril de 2010

Pedofilia 1. Vamos refletir?

Para exercitar outra perspectiva, não tão nova, mas pouco comum.

02.04.10 Uma Reflexão do Bispo de Tanger

No meio, com dor e com amor

“No meio” colocaram a adúltera seus acusadores. “No meio” ficou a mulher quando os acusadores, um a um, escaparam, deixando-a sozinha com Jesus. “No meio” colocaram a mulher, mas a quem pretendiam comprometer e acusar, a quem de verdade queriam colocar no meio era Jesus (cf. Jo8,1-11).

Hoje, letrados e fariseus colocaram “no meio” o monstro, o clérigo surpreendido em flagrante delito de pederastia, e não o levaram ao tribunal competente para que o julgasse conforme a justiça, senão que o levaram a sua mãe, a Igreja, jogaram-no como lixo a seus pés, para colocá-la “no meio”, para envergonhá-la, comprometê-la e condená-la.

Letrados e fariseus, gente estéril, seios que nunca conheceram a vida nem a ternu ra, pretendem que uma mãe condene a seu filho: se não o condena, não é justa, se o condena, não é mãe.

Letrados e fariseus, arrogantes, soberbos e hipócritas, insistem em perguntar à mãe: “Tu, que dizes­?” Perguntam como se eles fossem inocentes do crime que fingem perseguir. E perguntam a ela, à Igreja, como soube e como pode, tentou sempre educar no amor e na virtude os seus filhos. Perguntam à mãe os mesmo que destruíram o seu filho: os profetas da revolução sexual, os que instigam as crianças à masturbarem-se, os comerciantes da pornografia, os expertos do turismo sexual, os que consideram a prostituição um trabalho como outro qualquer e a castidade uma aberração.

Hoje a Igreja, como no passado Jesus, encara seus acusadores com a realidade de suas próprias vidas. “Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra”.

Hoje, como outrora, a Igreja, como Jesus, terá que inclinar-se para carregar o peso de seus fi lhos, com a culpa de seus filhos, com a morte de seus filhos. Quando se incorpore, ali “no meio”, estarão sozinhos, ela e seus filhos, com uma dor sem palavras e um amor sem medidas.


+ Fr. Santiago Agrelo
Arcebispo de Tánger

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sinfonia de feriado

21/04/10 - feriado - 13h05 - tudo silencioso, na casa, na rua, na cidade, de repente as cordas vocais da vizinhança irrompem com um cânone: "O almoço está pronto!" Pouquinho depois, vindo da direita... "o almoço está pronto!" Mais um pouquinho depois, vindo sei lá de onde... "o almoço está pronto!" Curiosamente, antes de ouví-las, as vizinhas - sim, porque ainda são elas, somos nós mulheres que cozinhamos majoritariamente - eu me aprontava pra chamar a Clara para o almoço com a invariável frase melódica: "o almoço está pronto!" Diante do cânone, da repetição orquestrada, resolvi então enxertar, sobrepor outro cânone: "venha almoçar senão esfria!" Foi quando escutei responder-me não só daqui de dentro mas das casas das vizinhas: "já vou!" ; "já vou!"; "já vou!"
Orquestra na cozinha, cânone feminino, sem ensaio, feriado, todo mundo almoça tarde!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Finesse

GENTE FINA

- Pra você que eu considero gente fina!
- Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa.
- Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação. Todos a querem por perto. Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões quando necessário.
- É simpática, mas não bobalhona. É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabe transgredir sem agredir.
- Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana. Ajuda, mas permite que você cresça sozinho.
- Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não somente para agradar.
- Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia.
- Gente fina não julga ninguém. Tem opinião apenas.
- Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera.
- É o que mais se pode querer!
- Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa.
- Gente fina não veio ao mundo para colocar areia no projeto dos outros.
- Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra.
- Gente fina não faz fofoca, se coloca no lugar do outro.
- Gente fina é amável, honesta, verdadeira e confiável.
- Gente fina é que tinha que virar tendência.
- Se colocarmos na balança, é Ela que faz a diferença.
- Gente fina é generosa, suas mãos tem sempre algo para oferecer.
- Jesus Cristo não julgou quando nos mandou amar.
- Não se ama por ser fácil. Ama-se porque Deus é amor.
- Que Deus continue lhe abençoando...
...para que sempre seja uma bênção para todos os seus amigos.

(Autor desconhecido)



TEMPOS MODERNOS
Composição e interpretação: Lulu Santos

Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear...

Eu vejo a vida
Mais clara e farta
Repleta de toda
Satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão...

Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...

Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não, não, não...

Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...

Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...

Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não...

Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há prá viver
Vamos nos permitir...

E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...

domingo, 18 de abril de 2010

Deixou-nos

Fernando Vasconcelos, jornalista, radialista, publicitário, membro fundador da ALCG - Academia de Letras dos Campos Gerais, mineiro, casado com D. Jelena, Pai da Jelena (Kika), da Alexandra, da Andrea, da Lilia, da Giovanna, do Fernando e do Rafael - todos meus amigos de longa data, que há tempos não nos encontrávamos, mas daqueles amigos com os quais isto não faz diferença porque quando a gente se vê o que importa não é o tempo, mas a qualidade do tempo que estivemos juntos - deixou-nos ontem, partiu, cumpriu seu tempo entre nós. Generoso nas palavras, nas atitudes, no olhar, no acolhimento, fazia todos se sentirem bem em sua casa. Autor de "As narrativas de nhô Fela: o incrível", "As narrativas de nhô Fela: êta vida besta, sô!" (1990), "Estou Nascendo para a trova" (1994), "As narrativas de nhô Fela: pô meu!" (1996), "Eu conto" (2003). Para minha filha escreveu um soneto e uma trova quando ela nasceu em 06.06.95:

SONETO

Eu sei ser em luz nome inspirado
Clara, alvorada, nascer do dia,
quando a vida na terra principia,
num palco de sonhos iluminado.

A honra responsável é o chamado
dos deveres que o direito irradia,
para as colheitas de justa alegria,
todo o bem que no mundo é encontrado.

és o despertar, manhã luzidia,
arrebol do tempo e da própria vida,
verdade além da vã filosofia.

és a sina que o amor preludia,
dos sonhos a proposta mais querida,
que minha'alma traduz em poesia.

TROVA

Menina, Clara, menina,
fruto de amor e carinho,
o mundo, por tua sina,
ficou melhor um pouquinho.

Obrigada Vasco! Fique em paz!

sábado, 17 de abril de 2010

Poesia e música como espelhos do tema

Vejo nesta letra uma poesia incomum, uma capacidade de falar das coisas sem nomeá-las e se fazer entender. Vide o último verso.
A interpretação do Ney é estupenda, o arranjo de cordas parece nos levar para dentro, para o centro, num recolhimento lento.
Obs. O texto do vídeo não era meu interesse, mas foi o único com a voz do Ney...rs.

BELÍSSIMA
Composição: Adriana Calcanhoto
Interpretação: Ney Matogrosso

Porque a beleza te escolheu
Para se representar
O mundo pode ser seu
Você só deve ser ou estar
Porque o belo te elegeu
Para se mostrar
O mundo quer te pertencer
É só você querer ou desprezar
Comigo não, belíssima
Com truques não, belíssima
Comigo nada menos do que você deixou entrever
Por trás do aço do reflexo que te faz embevecida

Uma receita interessante

Pra quem gosta de sabores acentuados e achou que o título do blog tinha só um sentido conotativo, experimente essa receita...rsrs.

DOCE DE PIMENTA DEDO-DE-MOÇA

INGREDIENTES
250 gr de pimenta dedo-de-moça
2 xícara(s) (chá) de açúcar
1 xícara(s) (chá) de água
1 unidade(s) de canela em pau
6 unidade(s) de cravo-da-índia
1/2 xícara(s) (café) de rum
6 unidade(s) de pimenta preta em grãos

MODO DE PREPARO

Faça um furinho nas pimentas com um palito. Afervente as pimentas por 5 minutos e escorra. Enquanto a água ferve, prepare uma calda rala com o açúcar, a água, o cravo, a canela e os grãos de pimenta. Cozinhe as pimentas na calda, em fogo baixo, até ficarem macias, aproximadamente 20 minutos. Dá para perceber que estão ficando prontas porque as pimentas ficam ligeiramente transparentes e carameladas. Acrescente o rum e desligue.

Fonte: cybercook.terra.com.br

Doces Pimentas da MPB



DOCE DE PIMENTA

De: Rita Lee e Roberto de Carvalho
Por: Elis Regina e Rita Lee

Cada um vive como pode
E eu não nasci pra sofrer
Cara feia pra mim é fome
E eu não faço manha pra comer
A vida é como uma escola
E a morte é o vestibular
No inferno eu entro sem cola
Mas o céu eu vou ter que descolar
Mas quando alguém precisa de um carinho meu
Não há nada que me prenda
Mas se eu sentir que um bicho me mordeu
Sou mais ardida que pimenta!
No fundo eu sou otimista
Mas eu sempre penso o pior
Me cansa essa vida de artista
Mas cada vez o prazer é maior

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Abertura


O pseudônimo "Pimenta" , deve -se a minha ex-colega de trabalho, mas ainda amiga Dani. Uma tarde, cheguei pra trabalhar e decorando meu monitor do PC encontrei sobre ele uma grande e bela pimenta dedo-de-moça. Não havia dúvidas, afinal quem fazia as compras do restaurante era ela... amei aquilo, mas não sem antes dramatizar uma cena de repúdio, de vitimização, de apelo ao diretor para que punisse-a exemplarmente pelo büllying...rsrsrs... "Grande Dani!"
Outrora, outro amigo, já havia sinalizado meu nível de energia dizendo gentilmente que eu era "ligada em 220 Volts"...rsrsrs... "Grande Aleixo!"
Meus "psicólogos" de plantão... estou canalizando um pouco neste blog pra não desgastá-los tanto...rsrs.
Saudações! Sejam todos bem vindos!