segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Hum...tudo delicioso!

Vamos a algumas coisas doces!

Strudel de maçã
Bolo de morango
Torta de damasco
Bolo de fubá
Pão de mel
Sorvete eskibon
Bala de banana
Deep orange
Carolina de creme
Quindim
Camafeu
Trufa da Ana Cristina
Sonho com nata
Mousse de limão
Pamonha
Canjica
Arroz doce com canela
Abóbora em calda
Sagu ao vinho
Manjar com ameixa preta
Pudim de leite
Goiabada com queijo
Bala de goma
Passas com chocolate
Bis
Alpino
Toblerone
Pastilhas M&M - a evolução do confeti
Chocolate belga
Bombons de fruta
Marshmallow
Crêpe Suzette
Um café expresso
Uma companhia pra isso tudo
Fotos de um amigo querido
Uma voz conhecida ao telefone
Perfume de inverno
e-mail especial chegando
Solzinho de manhã
Noite de verão
As músicas preferidas
St. Remy
A castidade segundo Frei Ovídio
Alguém valioso pra se admirar
Um livro novo
A obra de Carlos Ruiz Zafón
A fidelidade
A sutileza
A tranquilidade
A confiança
A certeza
O conhecimento
O querer
A liberdade de ser
A voz do Milton Nascimento,
do Plácido Domingo,
do Ivan Lins,
do David Draiman,
ou do Mac Powell.
Um abraço verdadeiro
Um olhar acolhedor
Um sorriso
Um sonho
Uma mão forte
Um passo seguro e leve
Um chão digno de se sentar
Uma escada para um mirante
Uma companhia virtual
Uma presença espiritual
Uma troca real
O carinho inesperado
A proteção gratuita
O som do cello
O som do violão
O som do órgão de tubos
A tela do Filho Pródigo de Rembrandt
Eu sem ameaças.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Precisando de alguma coisa?

Uma mulher só, precisa de muitas coisas.

Precisa de duas geladeiras,
uma caminhonete de cabine dupla,
um carro esportivo veloz,
um apartamento no 16º andar,
todo dia uma porção de chocolate de puro cacau,
muitos cartões de crédito, com crédito,
uma coleção de destilados e fermentados,
vários travesseiros,
muitas cobertas,
espelhos em muitos cômodos,
cadastro em muitas redes sociais,
uma biblioteca recobrindo as paredes da casa,
uma dose de sifrol pra emergências,
um vestido de estampa nova,
um perfume de lançamento,
um sapato bem alto,
um batom vermelho,
um brinco sofisticado,
um cabelo casual e outro estruturado,
um tailleur habillé (Roupa sob medida),
uma poltrona confortável,
um cachorro ou dois,
uma horta,
um instrumento musical,
uma chaleira, uma caneca e alguns sachês de chá,
um trabalho estressante e exaustivo,
uma cafeteria bem no centro dos negócios,
um mirante bem alto com horizonte largo,
uma assinatura de revista,
um cadastro pra receber notícias no celular,
uma ducha bem quente no inverno,
um caderno de receitas testadas,
uma taça de cristal,
um anel de diamantes,
um diário digital e outro de papel,
um seguro funeral,

mas também precisa de alguns convivas ocasionais como

um amigo gay,
um bom motorista,
um bom lava-car,
um bom frentista,
um bom serviço de monitoramento de alarme,
um bom médico ou dois,
um bom dentista,
um bom advogado,
um bom psicólogo,
um bom padre,
um bom açougueiro,
um bom padeiro,
um bom gerente de loja,
um bom vendedor,
um bom pedreiro,
um bom eletricista,
um bom encanador,
um bom jardineiro,
um bom operador de marketing na sua operadora de telefonia,
um bom jornaleiro,
um bom farmacêutico,
um bom garçon,

e também precisa de uma ajuda espiritual, transcendental, cósmica e energética como

rituais sagrados,
mantras e jaculatórias,
horóscopo e numerologia,
cromoterapia e aromaterapia,
yoga e florais,
dietas e ervas,

mas sobretudo precisa manter seu estado solitário se não quer abdicar de tudo isso, mas se for desprendida, terá alguém lhe esperando pra fazer companhia.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Uma noite boa

Agora a noite é minha. Só minha. Vou encontrar-me comigo. Saudades.

Não. Não é isso. Estou sempre e demais comigo.

Corrigindo...na verdade só vou soltar a cordinha do balão um pouquinho.
Aliás, gostei dessa expressão usada por uma pessoa importante outro dia.

Agora é hora do chardonay. Na verdade era preciso um Black Label ou conhecer o tal Jim Bim - destilado do milho e não do malte escocês, mas como quero soltar o balão aos poucos, melhor os 11 graus dos vinhos do que os 40 graus dos destilados.

Há pouco foi o minuto da cigarrilha de chocolate. Os meus fãs que não fumam devem estar decepcionados. E os fãs que fumam devem estar se sentindo em casa. Nada disso. Não fumo, nem sei tragar ( e tentei algumas vezes...rs). É só pelo prazer ou necessidade de transgredir um pouquinho e pelo aroma de chocolate, afinal, chocolate aciona o centro do prazer no cérebro e preciso muito disso hoje especialmente. Também é bonito ver a fumaça em linhas curvas subir rumo ao infinito, queria embarcar nelas. Niemayer sabe das coisas, o belo das estruturas está nas linhas curvas. Mas essa cigarrilha da Café Brasil é longa mesmo, no final ardia a mucosa abaixo da língua. Nunca senti isso, exceto quando excedi numa pimenta desconhecida que era forte. rs. Mas hoje, agora, a noite é pra arder mesmo. Enquanto sinto arder a mucosa esqueço da mente ardendo à tarde.

Lembrei da minha irmã de novo..."há dias que parecem noites". Ela diz isso como quem acha as noites ruins, eu na verdade gosto da noite, mais especificamente da madrugada, mas lembro da frase no sentido de quando uma coisa boa parece ruim. Sim, a tarde deveria ter sido boa mas teve uma parte ruim.

Estou cansada de gente burra e ofendida como disse uma vez a Maria Betânia numa entrevista. Alguns diriam, os psicólogos de plantão, "está dando muita importância, conferindo poder, assumindo um problema que não é seu...a rigidez do outro".
Pro inferno a Psicologia hoje, ou melhor, pouco importa que eu esteja me deixando afetar, sendo frágil, hoje sou, hoje sou humana, hoje não gostei de alguma coisa. Isso é humano. Sou tão humana nesta hora. E gosto quando me permnito ser. Estou cansada de ser uma entidade divina, forte, decidida, assertiva. Muitas vezes sou um super-herói de histórias em quadrinhos (já me chamaram de Super-M..i). E como todo super-herói tem uma personalidade secreta, a minha é o inverso da deles. Geralmente a personalidade secreta dos super-heróis é tímida, retraída (lembrando de Clark), a minha é transgressora. Ora, transgrido onde e como? Com uma cigarrilha? Um vinho? Uma postagem apimentada? Pouco até. Poderia transgredir nas gorduras, na velocidade na estrada, no volume da música, no treino de tiro ao alvo, em outras coisas também, sim, aquelas inclusive, mas hoje me basta a cigarrilha e o chardonay.
Pouco?
O bastante eu diria.
Até pra não conferir tanto poder ao burro e ofendido...rs.
Estou ácida hoje?
Já estive pior.

Tive uma pequena compulsão há pouco.
Postei noutro canal de rede social uma sequência de frases que gosto e exprimem um pouco do estado de humor do momento:
"Gente com dinheiro e sem cultura me cansa".
"A ignorância dói, mas não para o ignorante". (Agora fui arrogante eu sei...rs)
"Gosto de gente fina, elegante e sincera". (Já postei sobre isso.)
"A melhor coisa que tenho pra lhe oferecer é sempre a verdade". (John Powell)
"O comportamento do ser humano livre é sempre imprevisível - simplesmente porque é livre". (John Powell) (Que raiva dessa frase hoje...rs...fui obrigada a deixar a liberdade do outro interferir na minha...que diabos!)

Estou com a TV ligada (sem o som) no programa "TODO SEU" com o elegante Ronnie Von, sim, ele é elegante toda vez que é gentil e sempre o é na TV com todos.

Estou ouvindo a banda Third Day, porque o rítmo é rock...preciso disso hoje...as melodias me embalam...as letras falam de mim um pouco às vezes...dá a falsa sensação que alguém me entende...alguém passa por coisas semelhantes. Tudo bem, nunca alguém andará meu caminho com minhas sandálias, mas preciso dessa impressão de compreensão, de cumplicidade, de intimidade, mesmo que falsa.
Meu balão já subiu o necessário. Mas aqui em cima falta companhia. Preciso de uma pra isso também. Para os delírios sim! rsrs. Não só obviamente. Preciso de companhia para as realidades também.
A voz do vocalista da banda é forte, encorpada. Acabo de lembrar, nas fotos da banda ele está de cavanhaque...isto lembra alguém importante.rs.

A membrana dos meus neurônios deve estar bem alimentada, as associações estão fluídas e velozes. Adoro quando isso acontece...rs.

Tá, é dopamina em excesso. Tudo bem. Essa sou eu. E tem uma coisa boa, quando não quero ser assim tenho um recurso perfeito...troco o Chardonay e as emoções normais do dia-a-dia por Sifrol...rs. Só tem um inconveniente, ele me transforma num ciborgue (Cyborg), mas muito eficiente pra algumas coisas e momentos em que emoções sejam desprezíveis.

Agora, a dor e rigidez nos músculos do pescoço já passaram...já estou conseguindo sorrir...já estou cantando...já estou com as mãos erguidas ladeadas, os indicadores pronunciados e alternando movimentos para a direita e esquerda.
Lunático isso pra você?
Experimente!
Sinta-se leve.
À propósito...

Faça roupas de cambraia pro verão
Respire
Transpire
E se inspire.

Leveza é a palavra de sugestão
Nada menos
Merecemos
É tudo que queremos.

Cambraia
Praia
Saia
Mas volte.

Escutei o sonzinho típico da minha caixa postal...estou esperando algo chegar. Sim, é o que eu esperava. Boa noite a todos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Um papelão

Não confundam o papelão conotativo com o denotativo.

Ora, o papelão no sentido denotativo é um material utilíssimo, de grande aplicabilidade porque envolve, protege e é leve.

O papelão que motivou esta escrita, deve ser lido no sentido conotativo e pejorativo.
Pegue-se os pontos fracos do material (a estrutura e natureza pouco resistente; a grande porosidade que lhe faz frágil diante de qualquer sinal de umidade; a estética nada suficiente para adornar, apenas para embrulhar), aplique-os a um determinado ser e assim temos alguém inútil, de nenhuma aplicabilidade porque não sabe, não pode e não quer  envolver de forma a congregar; porque expõe-se e expõe quem deveria proteger; e porque diante de uma chuva de argumentos sólidos fica pesado e sobrecarrega.


Um homem adulto infantilizado pela sua resistência de enfrentamento a um não, a uma frustração...é um homem papelão;
Um homem adulto infantilizado pelo seu fascínio do status, cujo título declarado ainda não conquistou e por isso mesmo (os realmente titulados têm fascínio tão somente pelo conhecimento);
Um homem adulto infantilizado pelo seu apelo ao sentimentalismo quando lhe faltam argumentos lógicos;
Um homem adulto infantilizado pela sua alteração, para cima, de volume de voz; pelo bater os pés, pela verbalização do "não vou, não quero, não faço";
Um homem adulto infantilizado pela sua lógica mercantilista do "toma lá - da cá" das relações de negócio;
Um homem adulto infantilizado pela sua falta de visão panorâmica e projetiva da situação;
Um homem adulto infantilizado pelo seu "mito" de que mulheres se intimidam diante de uma figura masculina, de alta estatura física e grotesca;
Um homem adulto infantilizado pela sua falta de delicadeza e finesse no trato com o (a) outro (a);
Um homem adulto infantilizado pela sua arrogância e prepotência de julgar-se no direito de interferir na gerência que compete ao outro;
Um homem adulto infantilizado pela sua baixa auto-estima;
Um homem adulto infantilizado por suas insinuações vazias e desprovidas de conhecimento da causa;
Um homem adulto infantilizado pela projeção de suas deficiências profissionais sobre os outros;
Um homem adulto infantilizado pela sua falsa idéia de que a educação de seus filhos é um bem negociável;
Um homem adulto infantilizado pela sua omissão da tarefa paterna de fazer crescer, amadurecer;
Um homem adulto infantilizado pela sua falta de treino da assertividade na resolução de conflitos;

Um homem papelão!

Que podia não ter se exposto à chuva de argumentos lógicos e científicos, tampouco tentado infrutiferamente manter-se rígido e inflexível em sua posição;
Que podia ter se aberto ao diálogo;
Que podia ter aceitado o não ao seu pedido, por uma questão de inteligência e civilidade, mas antes ainda por uma questão de maturidade psicológica;
Que podia ter respeitado o papel, a função de um educador tanto quanto se respeita o papel, a função de um médico, de um advogado, de um macumbeiro, de um cabeleireiro;
Que perdeu a máscara e a oportunidade de exercitar seu próprio crescimento.

Um homem papelão é um homem adulto infantilizado que se quer longe, não por suas solicitações, mas pela sua incapacidade de compreensão da realidade, pelo seu embotamento reflexivo, pela sua ironia, pela sua fraqueza moral de tentar colocar palavras na boca de outrem na tentativa vã de mudar o foco das atenções.
Aliás, quando as palavras não são possíveis, os olhos podem fazer calar com muito mais precisão e força do que se imagina.
O homem papelão não conseguiu ficar olhando para os olhos da interlocutora e ler neles o quanto ele era diminuto naquele momento.
O homem papelão deslizou no sofá abaixando sua estatura, abrandou a voz, baixou o olhar quando viu na sua interlocutora os olhos decepcionados com sua infantilidade.
O homem papelão perdeu sua oportunidade de elevar-se, de apoiar-se, de ser mais e melhor.
O homem papelão é assim, se agarra ao pouco que tem e nada multiplica, nada cresce, nada avança, nada agrega, se destrói.

O homem papelão custa à sua interlocutora horas caríssimas de atendimento efetivo a quem de direito - a geração nova, esta sim, aberta, reflexiva, lógica, àvida de novas visões, não abdica de seu direito de pensar, de experimentar, de rever, de questionar, de contrapor, mas também de ouvir, de dialogar, exceto quando é conduzida e modelada por posturas rígidas e inflexíveis de seus progenitores ou até outros adultos infantilizados que pretenciosamente rogam a si o papel de "modelos".
O homem papelão é um ladrão, do tempo de efetivo trabalho criativo-organizacional de sua interlocutora.
O homem papelão precisava ser aqui caracterizado para ser identificado mais facilmente no dia-a-dia e neutralizado.

Oh!
Que maldade neste texto!
Que dureza!
Que acidez!

Não.
Isto é revolta!
Isto é indignação!
Isto é sensibilidade!
Isto é saudável!
O desabafo é indício de que ainda não se instalou na interlocutora do homem papelão a síndrome de bounout...rsrs.

E viva o mirante conquistado e os outros acima que hão de vir!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Poema antigo 4 e recente

A dialética da vida

Mistura de sangue,
força e medo
fundem-se,
confundem-me.

Enquanto
a dor extensa
distende os fios
dos tecidos nobres
de que sou feita,
esgarceio e ouço
também a torneira
gotejar a vida
depois de muito
tensionar e estender,
tensionar e estender.

Mistura de sangue,
força e medo
fundem-se,
confundem-me.

Enquanto
a alegria imensa
dilata os poros
da pele que abriga
minh'alma e ossos
giro, vibro e sinto
o calor da fogueira
inflamar a vida
depois de muito
iluminar e aquecer,
iluminar e aquecer.

(Déc.90 e 2011)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Poema antigo 3

Contentando-me

Chegou o vento
que alivia
o meu penar.

Ele nem toca
só rodeia
o meu olhar.

E mesmo assim
a alegria
invade o ar,

a esperança
incendeia
e faz criar

mil sonhos,
fantasias
pra enganar

a realidade
que é difícil
de aceitar:

o vento
não chegará
a me abraçar,

o vento
não se deixaria
acarinhar.

(24.01.90)