segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Sobre meninos e Homens...



meninos são apressados, impulsivos e afoitos,
se comem é cru e quente.
Homens são apressados, impulsivos e afoitos,
mas sempre começam pelas beiradas.
meninos ficam de mal.
Homens ficam de bem... rs.
meninos acham você igual.
Homens querem você como a ninguém.
meninos são metralhadora giratória.
Homens são assertivos.
meninos ainda brincam, e com coisas sérias.
Homens também brincam, mas só nas horas certas.
meninos "se acham" em frente ao espelho.
Homens acham você primeiro.
meninos são atrevidos.
Homens são confiantes.
meninos estufam o peito e pisam duro.
Homens usam flores, bombons e passos leves.
meninos vivem de bravatas.
Homens sabem a hora da gravata.
meninos dizem não.
Homens estendem a mão.
meninos!
Homens!
meninos-Homens!
Cada coisa tem sua hora.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Cenas lindas do filme O Piano

Tudo que um artista precisa é de sua arte.
Uma mulher nunca esquece a alegria que um homem lhe faz sentir.
No filme "O Piano" temos cenas lindas que mostram o percurso da brutalidade do descaso, quando o marido não se importa de abandonar o piano da esposa na praia. Ela não desiste de sua arte. Um homem bom lhe devolve o piano e ainda quer que ela lhe ensine a tocar. Em meio à música, a delicadeza, a sensibilidade, a natureza humana encontra espaço livre pra se manifestar. A mulher que se sente respeitada, valorizada com as atitudes deste homem bom é impelida, atraída para uma intimidade maior, porque é uma necessidade, quer mais do que é bom, quer retribuir. A brutalidade da posse do marido tenta impedir mais uma vez a felicidade da mulher. Ela não desiste de sua arte. E apesar de tanta dor, ela e o homem bom retomam seu caminho de felicidade.




Fontes:
http://www.youtube.com/watch?v=snCwp1WB2OA
http://www.youtube.com/watch?v=6HadbHZSPEE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=KVuLuDdrx1g
http://www.youtube.com/watch?v=FZIv03qifGs&feature=related
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=EHZ9uMblkAc&NR=1

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sobre os ombros...ou não.


Há tempos percebi que costumo ter dois urubus empoleirados em cada ombro.
Há ombros largos que desviam qualquer pensamento.
Há ombros fortes apesar de esquálidos.
Há quem "dê de ombros".
Há ombros caídos.
Há espíritos diminutos em ombros estruturados.
Há ombros figurativos.
Há muito simbolismo nos ombros.
Há ombros atrofiados.
E surpreendentemente, quase em extinção, há ombros de Sirineu!
Assim como há quem não aceite o meu.
Ah! E os ombros de David?!
Nada podem perto dos seus.
Não há ombros pra comprar.
Não há como transplantar.
Mas já recebi ombros no celular.
Gosto dos meus ombros,
mas neles não posso repousar.
Ombros há que não mereciam estar lá.
Ombros pra enfeitar?
Não!
Mais ombros! Gritam os palestinos, os índios, os homossexuais, os pobres, os idosos, os homens, as mulheres!...
Você tem ombros? 
Quero vê-los!
Em ação!
Isto é uma conotação.
Quiçá uma convocação.
Ao faltar não se dê o trabalho da justificação.
Ombros...
...serão desprezados
...outros preferidos
Os meus talvez benzidos.
Os seus tomara fortalecidos.
Os nossos ombros juntos
dariam um show neste mundo!


sábado, 27 de outubro de 2012

Aquela Orquídea





















Aquelas suas pétalas 
com brilho de cristal na superfície
reluzem sob a luz de porto
da minha sala de jantar.
E dizem com seu roxo e seu lilás
que tudo está em paz,
que posso confiar,
não são cartas de baralho.
São o meu presente de uma noite encantada
que um deus bondoso resolveu me dar.

Aquele aroma tão distinto,
que lembro sempre que tenho saudade,
penetra todo o meu corpo
até minh'alma perfumar.
E diz com notas doces, sensuais,
do que você é capaz,
que posso acreditar
não é cera num assoalho.
É a sua essência que mereço ter guardada
como um tesouro para eu cuidar.




quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Da terra para a alma


Cravos do meu avô!
Orquídeas do meu amor!
Hortênsias do meu quintal.
Tulipas de um postal.
Antúrios pra tentar.
Sálvias pra me curar.
Capim-limão pra minha bebida.
Manjericão pra minha comida.
Azaleias magentas,
Junquilhos brancos,
Perfumando um jardim
Tão dentro de mim.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Manu - seu manual com as mulheres - um alerta sobre o cabelo!



Amadinho!

Se uma mulher sugerir que você pinte o cabelo, tenha certeza, ela está armando uma arapuca pra você...rs. "Amigo" que sugere pra você pintar o cabelo ou não quer ficar feio sozinho ou quer ver você ser ridicularizado. Duvida? Poste aqui fotos de homens com os cabelos tingidos e que ficaram lindos. 
Vou ficar esperando mas fazendo outra coisa pra ganhar tempo, quando você achar me chama.
Homem de cabelo branco é lindo, é só cuidar com um bom corte e o shampoo certo. Aliás cabelo masculino só precisa disso...um excelente profissional do corte.

Estou dizendo isso porque também me lembro agora dos calvos que não aceitam a realidade e insistem em deixar alguns fios crescerem mais que outros pra colar sobre a parte calva da cabeça. Ora, ora , ora! Qualquer coisa natural é melhor que estes artifícios na cabeça masculina.

Tem uma outra coisa que alguns acabam fazendo...reflexo louro...isto sempre vai deixar o visual afeminado além de com muito mal gosto. Pode ser o reflexo mais caro do mundo, com a técnica mais revolucionária, pouquíssimo, pouco ou muito, sempre ficará parecendo que trocaram sua cabeça, ou seja, você não parecerá você. Ah! A ideia é essa? Tudo bem, mas dá pra não parecer você de um jeito mais bonito ao menos?

Querido! Além do corte e do shampoo, só lhe é permitido os penteados com produtos pra criar estilo, como alguns o fazem com gel, fixador, mousse e outros, apenas com um elástico decente amarrando o cabelo comprido, que depende do tipo do cabelo e do formato da cabeça, ou uma tiara adequada prendendo levemente as mechas de cabelo sujeitas a cair sobre o rosto.

Não tente, não invente, não tem mulher que aguente!

Se fizer muita questão de copiar as mulheres, faça nas atitudes maduras, corajosas, respeitosas, mas nunca nas cores do cabelo.

Boa sorte no corte!


domingo, 23 de setembro de 2012

Gravidez na adolescência!


Digam ao coração de uma pessoa: "Não bata"! "Bata devagar"! "Acelere".

Se funcionasse, os cardiologistas ficariam dando aulas aos pacientes, repetindo para o coração deles "Bata regularmente! Bata regularmente! Bata regularmente!..."

Assim como esperam pais, professores e toda a sociedade hipócrita que ao repetir para os adolescentes na televisão, na escola e às vezes em casa "Use camisinha! Use camisinha! Use camisinha!"..ad eternum, os fará de fato usarem.

Vamos entender uma coisa simples, há um império biológico que a ciência até já conhece um pouco e já aprendeu a dominar em certos sentidos, mas não de todo.

Quero dizer com isso, o que você já deve ter concluído, sim, o organismo vai amadurecendo, mudando a produção de hormônios e neurotransmissores e determinando alguns impulsos e até comportamentos.
Aí viriam os racionalistas..."mas o ser humano tem uma faculdade superior que é a razão, a capacidade de conhecer e de conhecendo analisar, ponderar e só então escolher pra depois agir". 
E sobre isso vou dizer..."sim, a teoria é linda" e de fato temos que caminhar pra isso se quisermos mesmo ser os seres superiores sobre a face da Terra. Mas não podemos viver no mundo das ideias de Platão. Para o ser humano ser capaz de usar a razão no sentido de iluminar suas decisões e ações é preciso outra educação, não apenas fornecer informação, teoria, conhecimento construído e comprovado.
Vamos ao ponto nervoso da humanidade, que faz de alguns Grandes Homens e, de outros medíocres, pequenos, menores...a VONTADE!
O que precisamos é educar a Vontade, fortalecê-la. No meu trabalho costumava falar da "Musculação da Vontade", que é justamente ajudá-la com a análise prévia das situações diversas e uma vez escolhido, decidido o que fazer, ser firme no exercício da escolha, da ação decidida.
Hoje, mais do que ontem, temos pais com doenças da vontade, e por isso, temos filhos com doenças da vontade. Já escrevi sobre a Vontade no blog em 26 de julho de 2010 com o título "Atividade Volitiva". 
Portanto, uma adolescente engravidar no século XXI não tem a ver com falta de informação como diz o senso comum, negando a enxurrada de dados na internet, primeiro tem relação com o império biológico, que tem toda razão de impulsionar para a reprodução, pois, quanto mais novos os óvulos e os espermatozóides, mais sadios os filhos. Depois tem relação com a falta de tônus da Vontade, ou seja, uma Vontade fraca, incapaz de gerir a vida sob a égide da razão, incapaz de manter o ser humano firme no caminho da decisão tomada após análise racional da situação.
Não culpemos, portanto, tão somente nossos adolescentes por tornarem-se pais tão cedo, afinal os coitadinhos ficam entre o império biológico e a fraqueza de vontade, cujo a culpa é, muitas das vezes, dos seus pais.
Penso sinceramente, que é bobagem insistirmos em retardar a gravidez em nome de primeiro estudar, primeiro construir um patrimônio material e financeiro. Nosso país está se tornando velho e isto trará sérios problemas sociais e econômicos. Vamos inverter a lógica. Vamos pensar numa estrutura social que possibilite aos casais terem filhos cedo e poderem continuar a estudar e trabalhar. Vamos oferecer mais serviços de atendimento às crianças em suas diversas fases de idade. E por favor, não queiram incluir aí os (as) avós. Avós não perdem só o tônus muscular com a idade, mas perdem o tônus de tudo, flexibilizam tudo porque estão cansados, porque querem compensar as tantas vezes que viram os filhos receberem um não com a imediata fisionomia chantageadora de "coitadinhos". Avós querem só a parte boa da relação com as crianças e se desobrigam de cobrar, de fazer acontecer. Avós desenvolvem uma retórica, um discurso normativo no sentido de isentá-los de cobranças por parte dos pais dos netos, mas são nefastos na ação sorrateira sob o princípio do "deixe fazer".
Tem sido bem confortável acusar os adolescentes de falta de controle, de falta de conhecimento, de irresponsabilidade, porque isto tira o foco do olhar para os adultos irresponsáveis da nossa sociedade, os avós, os pais, os políticos, os educadores, os comunicadores sociais, os líderes sociais, que preferem calar diante do excessivo uso de pílula do dia seguinte ou dos abortos ou do trabalho árduo de uma mãe que insiste em estudar e trabalhar, do que rever a estrutura social, reivindicar mais, novas e diferentes instituições de atendimento à criança.
Não sejamos hipócritas, pouquíssimos conseguem administrar o império biológico adequadamente, fosse fácil, não precisaria pílulas anticoncepcionais para os adultos, bastaria o uso da descoberta do método Billings e o fortalecimento do uso da Vontade.
Não sejamos hipócritas, quanto mais velho gerar um filho, mais riscos de síndromes e deficiências além de falta de vigor para criá-lo com a devida firmeza e cuidado.
Não sejamos hipócritas, as mulheres ainda pagam o preço mais alto disso e à sociedade ainda machista não interessa resolver isso.
Não sejamos hipócritas, os (as) avós não têm que cuidar dos netos.
Não sejamos hipócritas, pode estar escondido no preceito do senso comum do primeiro estudar, depois construir um patrimônio pra depois ter filhos, uma certa inveja dessa juventude em plena maturidade para procriar e fazer a revolução da vida que sempre se renova no filho.
Eu diria apenas que ter filhos na adolescência só é ruim porque a sociedade não está organizada para dar conforto à mãe. Quando isto se implantar, se estabelecer como política pública e privada, que venham os filhos dos jovens pra garantir um país mais jovem, mais saudável, mais produtivo capaz de garantir melhores condições aos mais velhos.
Simples assim, não precisa inverter a lógica biológica, tampouco a cultural, basta inverter a lógica social. Teremos filhos mais cedo, estudaremos e trabalharemos, porém teremos mais instituições de atendimento infantil.
É como a água do rio que contorna as pedras, mas chega em seu destino.



terça-feira, 18 de setembro de 2012

Manu - seu manual com as mulheres - alerta sobre Beijo!



Meu lindo!

Isto é, neste momento, só força de expressão, porque pra você ser meu lindo precisa preencher muitos requisitos. Vamos, então, a mais um passo-a-passo importante.

Vamos supor que você conseguiu convencer, arrastar, persuadir uma mulher a sair com você. Note bem, eu disse "uma mulher". Não estou falando de jovenzinhas, meninotas, a quem tudo é novidade e para quem os hormônios em ebulição e a curiosidade lhes impedem com mais veemência o uso da razão, embora elas sintam repulsa sim, apenas ainda não sabem discernir bem e, no caso de estar com uma delas, seja cuidadoso, você será responsável pelas impressões de homem que ela armazenará em seu inconsciente e isso pode ser danoso ou salvífico, conforme sua atuação.

Voltando às mulheres, às mais vividas um pouco. Você sai, chega com flores para ela, abre a porta do carro ou a porta do restaurante para ela entrar, puxa a cadeira para ela se sentar, tem uma conversa cordial, séria e divertida equilibradamente, consegue ouvi-la e não só ser ouvido, acha meios de deixá-la à vontade caso isso não lhe seja tão fácil de início, deu sorte e o cardápio é do gosto dela, a música ambiente a agrada, ela sorri... não se precipite! Esse sorriso pode ser apenas por nervosismo, costume, educação e em último caso pense que ela está encantada com você, isto não é fácil, vou dizer uma coisa que você não gostará de ler, mas fora o caso das desesperadas ou transtornadas, é verdade, não basta ter um pênis entre as pernas, nem mesmo ele sendo avantajado, acredite. Você não é "o cara" por causa disso, afinal, em tese, isso todos têm. Sim, eu sei que ficou um pouco escrachado. Poderia dizer isso de outra forma, mais elegante, mais sutil, mas  isso até serviria para os homens envernizados, educados, polidos, o que não é o caso da maioria, e aí poucos entenderiam o necessário.

Cuidado! É preciso observar mais, ouvir mais, dar mais tempo aos seus sentidos e aos dela...desconfie da sua segurança inicial, da sua autoconfiança exacerbada, das suas "certezas" sobre ela estar se sentindo atraída por você. E mesmo que ela realmente esteja, toda delicadeza, todo cuidado, toda calma, toda paciência, toda sensibilidade é pouca. Entendeu? Vá devagar. O apressado come cru e quente, sempre, sem dúvida. O prejuízo? Não sentir o sabor. Eu sei que os homens são voluptuosos. Também sei que as mulheres o são. Mas os gêneros têm formas diferentes de agir e reagir, é biológico, químico-cerebral. Por isso é preciso cautela inicial. E aqui vamos entrar no objeto deste post.

Não vá roubando um beijo e invadindo o corpo que não lhe pertence!
Vou traduzir. Não meta sua língua no meio dos lábios dela! Mesmo que ela pareça desejar muito isso. Mesmo que ela, achando que você gostaria, o faça.

Este zelo, este quase, garantirá muito mais uma resposta positiva para o futuro do que sua voracidade. Ora, mesmo que haja "química" (e isso quer dizer que o olfato dela e seu digam para si que o outro é um parceiro potencialmente saudável, capaz de reproduzir sua espécie), somos mais que animais selvagens, e precisamos de mais informações do que essa do olfato para realizarmos uma troca "significativa" de "fluídos". A suavidade deixa um gosto de "quero mais" e isto lhe renderá uma segurança maior do querer dela quando ela buscar por isso. Já a voracidade, a impaciência, a pressa, deixará claro seu desespero, sua "síndrome do umbigo" que o faz buscar o seu próprio prazer a qualquer custo. Sim, você não ficará esperando ela tomar a iniciativa, mas sua iniciativa deve ser respeitosa, prudente, de quem sabe que beija os lábios de um ser divino, especial, raro - a mulher diante dos seus olhos, e não os lábios de uma entre tantas. É simples de entender...você não bebe um vinho raro num gole só. Você degusta, sorve, antes quer reter todo aroma, fazer cada gota passear pelas papilas gustativas para denunciar suas notas. É isto que ajuda a revelar, re-ve-lar o melhor de uma mulher. Você terá o melhor dela se der o seu melhor. Aqui, entramos na última parte do post.

Ser beijado é muito mais que dar um beijo. Não é isso que você quer? Mas isto é consequência e natural se você beijá-la com devoção pela primeira vez e o olfato dela acusar que vale a pena. Então, quando você for beijado, aproveite, deleite-se, deixe-se enebriar, e mesmo assim...avance devagar. Mesmo os extrovertidos, mesmo os coléricos, mesmo os hiperativos, mesmo os impacientes, mesmo os ansiosos, mesmo os imediatistas, mesmo os práticos, mesmo os frenéticos precisam se controlar se quiserem descobrir um beijo mágico, uma Princesa Real, uma Mulher encantada, um Beijo de Verdade. Garanto que não se arrependerá por conter-se num primeiro momento. Isto inclusive deixa claro para o inconsciente dela que você é muito forte psiquicamente, e isto o tirará da "vala comum", afinal, a maioria dos homens não têm autocontrole quando se trata de mulheres, e embora isso seja instintivo, portanto, um pouco natural, esse instinto deve se mostrar na hora certa, do jeito certo, nunca no primeiro encontro.

Depois me contem dos seus Beijos Verdadeiros com Mulheres Reais que ficaram pra história como Beijos Mágicos com Mulheres Encantadas. Antecipadamente dou os parabéns porque você é o principal responsável por esse acontecimento.

Muitos beijos, muitos encantamentos, muitos prazeres!

A todos com carinho,

Manu




segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A arte é a única coisa que vale a pena

Nos últimos tempos ando repetindo uma coisa que escrevi uma vez por impulso e que racionalmente me questionei àquela época, mas o impulso acaba sempre voltando e se reafirmando apesar da dúvida que eu mesma tinha de sua validade...

"A arte é a única coisa que vale a pena."

Para alguém como eu, acostumada com reflexões sobre a complexidade das coisas, do mundo e das pessoas, esta afirmativa parece reducionista demais, simplória e incapaz do que se pretende - garantir o pódio de alguma coisa, no caso, a arte.

O ímpeto de escrever tal assertiva foi sim um desdenhar do resto, da ciência, da filosofia, da religião. Naquele momento nada mais dava conta de resolver, mesmo que simbolicamente, os conflitos, as contradições, as incertezas, as decepções, os receios, os insucessos, o volume de coisas pequenas se sobrepujando às grandes. 

Como nunca me permiti fugir da realidade, me omitir, fazer de conta que ela não existe, não havia outro caminho, outra opção, era preciso apontar uma saída honrosa da realidade tão funesta em que nos encontramos mergulhados muitas vezes. Foi aí que letra por letra foi surgindo na tela:

"A arte é a única coisa que vale a pena."

Escrevi isto a um amigo de há mais de duas décadas de contatos sutis, acompanhado de uma arte para presenteá-lo, que servisse de provocação de uma emoção agradável aos sentidos, que despertasse sua admiração.

Ele que reconhece o valor da arte, não disse coisa alguma sobre minha afirmação. Como quem não quer colocar a arte no pedestal, como quem lê nas entrelinhas uma rebeldia, como quem tem outra coisa para colocar no cume de uma hierarquia de valores. Foi isto que imaginei com seu silêncio, com o que sei de sua formação, com o que sei de suas atitudes de ponderação, de equilíbrio, de conceber que as coisas coexistem - são isto E aquilo e não isto OU aquilo.

Mas eu não contava que ele tivesse assimilado, guardado, protegido como a uma chave de ouro que tudo abre pra dar passagem.

"A arte é a única coisa que vale a pena."

Com esta chave, de tempos em tempos, entre silêncios homéricos das duas partes, ele abre minhas defesas, toca o que as palavras não conseguem tocar, quando me envia embrulhado num e-mail um arquivo de arte.

Não é lindo isso?!

Eu não tinha clareza lógica de porque impetuosamente vinha afirmando o "poder" da arte de forma tão inquestionável, até que tendo terminado de ler a literatura do ano, a que me proponho há algum tempo para diversificar das leituras técnico-científicas que são uma constante, lembrei-me de um autor e título que queria muito ler e nunca priorizava: Domenico De Masi - "O ócio criativo", e já nas primeiras páginas acabei encontrando uma explicação, uma das possíveis

"...Por milhões de anos, os primeiros homens acreditaram que a morte era o único fim do indivíduo e que a dor, a tristeza e a melancolia eram inevitáveis e incuráveis." (p. 28)

"A evolução do animal ao homem é uma passagem muito lenta: dura oitenta milhões de anos e ainda não se concluiu. Dessa evolução também fazem parte a descoberta da eternidade (como compensação para a morte) e a descoberta da beleza (como compensação para a dor)." (p. 29)

É uma exigência do homem consolar-se diz De Masi. E aí ele deixa bastante claro o porque da minha sede incansável de arte, o porque do meu desejo desesperador de encontrar um ponto alto para ver o mundo de cima e ao longe...minha sede, meu desejo, minha necessidade é a mesma de toda humanidade, eu preciso ver a beleza do mundo, sua paisagem, e essa beleza natural precisa, deve e pode ser adicionada, por vezes, de estética artificial - a arte.

"Entre todas as formas de expressão humana, a estética é aquela que, mais do que qualquer outra, é responsável pela nossa felicidade." (p. 29)

Portanto, a vida humana que naturalmente é permeada de tristezas, se resolve, se suaviza, se consola na beleza do mundo e na arte que lhe representa adicionando outros elementos agradáveis aos sentidos.

"A arte é a única coisa que vale a pena."

Experimente. Desfrute. Admire. Ouça. Observe. Mova-se. Consuma a beleza, a arte. Produza a beleza com a arte. Descubra que o paraíso é aqui. Pise nele vez ou outra e distinga as mediocridades das grandezas.


(Rembrandt, O retorno do Filho Pródigo)





Fontes:

DE MASI. D. O ócio Criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O amor é assim

O amor é assim...
...um sonho bom!
A dança perfeita...
cada movimento
em correspondência biunívoca,
cada passo como numa coreografia...
tudo acontece a seu tempo...
a curiosidade,
o receio,
a confiança,
a liberdade,
o prazer,
o querer bem,
a necessidade,
a saudade,
o desejo,
a insaciedade,
a inquietação,
a intimidade,
a coragem,
a instabilidade,
a ansiedade,
a euforia,
a calmaria,
o aquecimento,
a turbulência
e a dádiva desse tempo de plenitude.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Entre tapas e beijos, todos preferem os beijos

Por que, no século XXI, ainda vejo mais pessoas querendo ter razão do que terem respeito? O nível de civilidade parece evoluir muito lentamente. A educação familiar, acadêmica, organizacional e social parece nunca vencer este instinto humano de poder, de dominação. Em nome de "estar certo" se agride tanto. Só hoje, vi duas cenas escancaradas dessas. Curioso que, em ambas, o "certo" saiu diminuído, apesar de sua razão, pela forma desrespeitosa do trato. E o "errado" saiu enaltecido por sua capacidade de calar, de esperar, de ver de cima, ver de longe, ver o todo e, generosamente, dar uma chance do "certo" repensar sua escolha, embora o "certo" não tende a rever posições. Na luta pelo poder, pela superioridade, as pessoas escolhem suas armas. E nelas está a diferença da autoridade instituída e da autoridade pessoal. Uma se obtém pela força da legalidade e das penalidades impostas, a outra pelo respeito. Simples. Fácil. Que tal escolhermos a arma mais nobre e digna do ser humano, este ser que é racional e emocional, cujo manual deveria vir com o protocolo de manutenção em relevo inscrito na pele ao nascer... "deve-se azeitar a máquina muitas vezes ao dia, caso contrário, ela emperra." Há máquinas tratadas com mais respeito e cuidado do que as pessoas que as operam. Isto, os Engenheiros Mecânicos não me deixam "mentir" sozinha...rs. Se uma máquina na indústria pára, são contados os segundos e o responsável pela manutenção é cobrado pela perda na produção, pois não programou a parada em tempo certo, não previu o desgaste, não armazenou as peças necessárias para troca e reposição.
Esta lógica de se permitir ter mais razão do que respeito é homicida. Traduzindo...crime de morte. Deveria estar contemplada no código penal. Deveria estar na conversa com os filhos ao redor da mesa de jantar. Deveria estar na discussão dos diversos níveis de ensino. Deveria estar na lista de motivos para as advertências organizacionais. Deveria ser o foco de agentes de civilidade - a exemplo de agentes de estacionamento público regulamentado...teríamos multa a quem sobrepusesse a razão ao respeito. Afinal, o que vale mais? Eu estar certo em meus argumentos ou eu estar certo em meus argumentos e forma de usá-los?
As roseiras têm razão de ter seus espinhos, mas estes são menores, menos coloridos, menos expostos do que as pétalas de suas flores, às quais se submetem colocando-se a seu serviço - o de protegê-las. Assim deveriam ser as pessoas, nossos argumentos deveriam estar a serviço de nossa capacidade de respeitar, de proteger o outro. Somos seres superiores sobre a face da terra, somos especiais, os únicos dotados de liberdade, inteligência e vontade. Como uma "super máquina" destas (os newtonianos agora inflaram com a comparação...rs) é tão mal cuidada? Contrassensos da humanidade. As autodestruições. O "tánatus" social. Urge conhecer o homem. Urge admirar o homem. Urge subir em outros mirantes para ver melhor o todo. Urge "beijar" mais.  

sábado, 14 de julho de 2012

Manu - seu manual com as mulheres - alerta sobre Abordagem Inicial!



Meu lindo, lembre-se, tudo deve começar suave!

  • Um atraso seu rompe toda a possível suavidade que viria. Um cancelamento de encontro então, é relacionamento natimorto. Fazer uma mulher se arrumar pra nada é desprezá-la. Que mulher, sentindo-se desprezada, vai investir ou insistir nesse ensaio ou arremedo de relacionamento?
  • Comece pelo básico, convencional mas eficiente sempre: "Bom dia!" Preciso dizer que você deve adequar a frase ao movimento da terra em torno do sol? Use "Boa tarde!" ou "Boa noite!" conforme a situação.
  • Vá com calma. Pergunte e ouça. Ouça! Não ligue sua vitrolinha. Se você fala demais, ela vai perceber que você não quer ouvir o que ela tem a dizer, apenas quer usar as palavras para conseguir o que todo homem quer..."cama". Preciso dizer? Na dúvida passe o cursor sobre o espaço entre aspas. rs.
  • Olhe nos olhos. Olhe! E diga com os olhos que ela parece uma rainha. Não deixe seus olhos mentirem. Se eles não brilharem ela vai perceber.
  • Pegue na mão dela, segurando apenas os dedos e beije-lhe o dorso. Nem pense em deixar sua saliva tocá-la. Não seja vulgar. Intimidade exige tempo. Apenas toque os lábios na pele da mão como quem toca o sagrado, reconhecendo-se um servo. Ela vai perceber seu cuidado e intuitivamente vai ler num letreiro móvel imaginário...Ge..mo..lo..gis..ta!. Sabe o que é um Gemologista? Um especialista em pedras preciosas. Entendeu? Vamos garantir. Se ela tiver essa intuição meu lindo, quer dizer que ela viu em você um homem capaz de valorar as pessoas diferentemente das coisas, ou seja, você sabe reconhecer uma mulher preciosa, rara. Ah! Todas são!!! Entendeu? Você é que precisa fazer o curso de "Gemologista". Acredite.
  • Sorria. Homem de mau humor é odioso. Não ironize. Nem deboche. Isso é agressivo, bélico, mortal. Afinal, você não está numa tribuna, num debate, você não precisa ter razão, precisa sim ser agradável, dar motivo para ela sentir saudade. O que faz uma pessoa buscar a outra é a sensação de prazer que ela lhe causou, e atenção, mulher sente prazer em rir, permita-lhe, provoque-a, você também gosta de vê-la sorrindo, cuidado com vícios aprendidos em casa. Se seu pai é mau humorado você pode ter copiado o modelo, corrija-se, você é capaz.
  • Treine tomando sopa. Sabe do que estou falando lindinho? Vou explicar: a maioria das sopas é servida quente. Normalmente começa-se mergulhando a colher nas beiradas que resfriam mais rápido e vai-se deixando o centro do prato para o final. Assim, comece com assuntos triviais e tranquilos para não se queimarem os dois. Não esqueça que azeite de oliva na sopa dá um sabor a mais, azeite sua conversa com um pequeno, sutil, mas verdadeiro elogio. Não seja falso, porque se ela não perceber na hora perceberá logo quando você se trair. Você não é perfeito para mentir. Mais cedo ou mais tarde se trairá e tudo o que fez antes se perderá.
  • Se você não se encantou com ela, ela não tem culpa, não seja grosseiro, despeça-se com delicadeza, não projete sobre ela a sua falta de atração (afinal isto não depende da vontade de vocês), tampouco dê esperanças falsas. Seja sempre verdadeiro e sempre cortez.
  • Agora, se você gostou dela, seja assertivo, deixe isto evidente, faça um convite (pode ser para sentar e conversar mais, para uma atividade juntos mais tarde...), mas não a coloque em situação difícil ou constrangedora, porque ela pode não ter se sentido atraída por você ou, sua pressão sobre ela pode provocar medo e afugentá-la. Dê a ela espaço, segurança, liberdade para o sim ou não, para se aproximar ou se afastar, isto garante mais um sim do que os grilhões de uma insistência insensível. 

Isto não é um jogo. Não estou dando dicas para "vencer" a mulher. Estou dando dicas para uma "aproximação" digna de gente, de pessoas, de ser humano, dos seres superiores sobre a Terra. Assim, mesmo que a atração não seja mútua, não ficará o gosto amargo do desrespeito. A não atração é compreensível, o descaso nunca.

Resumo: respeite profundamente a mulher diante dos seus olhos, ela se sentirá impelida a retribuir.   

O que somos capazes de amar

Não reclame. Não critique. Não fique triste. Não fique mudo. Não cobre.
Elogie. Seja imparcial. Fique feliz com as coisas. Seja comunicativo. Só agradeça.
Seja tolerante com a intolerância. Não sinta falta de nada. Ponha um sorriso nos lábios.
Use colírio pra fazer brilhar os olhos.
É mais barato do que ver o desconforto de quem não suporta descobrir que você não é Deus.
Você não importa. Só o outro importa.
Cuide dele, da sua alegria, garanta sua tranquilidade, sua paz, seu sossêgo, sua euforia, sua vitória, seu ego inflado, sua autoconfiança.
Você terá amigos para sempre, dependentes para sempre, até que você seja vivente.
Depois dirão que você foi uma pessoa rara.
Jamais terão coragem de macular a imagem de quem os elevou tanto.
Não está bom?
Não reclame.
É o que temos.
Pegar ou largar.
Vai ter coragem?
Pegar é sorrir com as migalhas.
Largar é arriscar as migalhas pelo incerto
de um dia alguém
ser forte o suficiente
para aceitar que você não é
o Deus que ele queria que fosse.
Eu diria mesmo,
improvável,
coisa daquelas
que se chamam milagres.
Ah! Mas se você tem fé
do tamanho de um grão de mostarda
aparecerá quem lhe faça
primeiro derreter,
amolecer,
duvidar até,
depois se convencer
pra enfim
abandonar-se
nos braços desse outro tão incomum,
que talvez tenha aprendido
o mesmo jogo,
aquele,
em que só o outro importa.
E aí a dúvida volta
pra corroer a fé,
pra lhe devolver
a solidez,
a firmeza,
a certeza cruel
de que
você não importa,
de que é só um jogo,
onde o prêmio
são as migalhas
de uns para os outros
- aquela porção divina de cada um -
o resto imperfeito nunca interessa.
Não insista.
Aprenda logo:
Migalhas ou nada.
Afinal,
você também não suporta
descobrir que o outro não é Deus.
Então,
vai comprar o colírio?


terça-feira, 10 de julho de 2012

Um pouco de Poesia

Inegociável


Eu sou da palavra
A palavra é minha
      Eu dou a palavra.



Eu sou do gesto
O gesto é meu
      Eu dou o gesto.


Eu sou da voz
A voz é minha
      Eu dou a voz.



Eu sou do mundo
O mundo é meu
      Eu dou o mundo
Por minha palavra
Por meu gesto
Por minha voz.

      Fiquem com o mundo
Que eu fico a sós.


(Laura Ressan)

 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Mística e eros - A mística da união - Cap. I

1. A tradição espiritual (p. 15 a 27)

O autor nos traz a mística da união encontrada na obra dos padres gregos da Igreja.

- De Orígenes:  Orígenes serve-se da linguagem do Cântico dos Cânticos para exprimir a experiência mística pela qual Deus quer unir-se à alma humana. O amor celebrado no Cântico dos Cânticos é aquele "entre o casal de esposos ou enamorados que sempre estão dominados pelo desejo de aproximação e ternura e pelo impulso à união". (Köpf, p. 62) Foi assim que Orígenes desenvolveu uma mística esponsal, em que está em jogo o tornar-se uno com Deus na alma. Ele usa como recurso a linguagem erótica a fim de poder tornar compreensível a nossa relação com Deus  e fundiu a mística do amor à mística da união.

- De Evágrio Pôntico: a comtemplação como caminho espiritual, da contemplação da natureza (criação) e de Deus trino. A contemplação não leva a nada menos que ao mundo;... pois vê o mundo como ele realmente é, toca a essência de todas as coisas. Contemplação significa deixar para trás todo pensamento e imagem, toda representação e sentimento e para além do pensar e do sentir, unir-se a Deus. De repente tudo se esclarece. Percebo que tudo é bom; Entro em contato com o mistério que está por detrás de cada coisa, com o fundamento do ser, entro em contato com Deus mesmo. Tudo é bom, tudo é perpassado por Deus. Deus É.

- De John Eudes Bamberger: "Vejo Deus nas coisas, reconheço o criador na criação..."

- De De Mello: "Vivo a realidade no seu verdadeiro ser...sem deformá-la através das lentes dos meus preconceitos e desejos. Nesta atitude de consciência pura, em cada coisa entro em contato com Deus mesmo, fundamento misterioso de todo ser.

- De Gregório de Nissa: O ser humano tende a Deus. Deus mesmo feriu o ser humano com o seu amor. Em consequência, o ser humano, uma vez ferido de amor, abre-se para procurar este Deus até que consiga unir-se a ele. Trata-se de um amor erótico que impele o ser humano a buscar Deus de modo apaixonado, assim como a namorada do Cântico dos Cânticos procura o namorado, um amor transbordante de desejo, próprio porém de um desejo sem corporificação que sempre de novo ultrapassa o amor entre um homem e uma mulher.

- De Dioniso Areopagita: Deus só se mostra na obscuridade. "Tu, porém, ó caro Timóteo, tu que seriamente te afadigas por ordem à visão mística, abandona as percepções e tudo quanto não é e quanto é , e aspira não por força da consciência a tornar-te uno - pelo quanto te é possível - àquele que ultrapassa todo ser e conhecer."

- De São Bento: Ele se relaciona com o mundo de modo a reconhecer nele Deus mesmo. O mundo torna-se espelho da glória de Deus. Deus e mundo não estão separados; além do mais, o mundo torna-se permeado por Deus e Deus pode ser compreendido através do mundo. No êxtase São Bento funde-se à criação. É esta a mesma experiência que nós ardentemente desejamos alcançar na sexualidade, a fim de crescermos para além de nós mesmos e tornar-nos um com o fundamento de todo ser. O desejo de união, de fusão, impregna tanto a experiência sexual quanto a mística. Quanto mais encontramos a nós mesmos, quanto mais conhecemos e aceitamos a nossa humanidade, a nossa "terrenidade", a nossa humildade, tanto mais entramos em Deus, tanto mais alto subimos a escada em direção a Deus. A escada para Deus tem início na tensão entre corpo e alma, entre eros e mística. Não omitindo o corpo e a sexualidade, iremos a Deus, exatamente por intermédio deles.

2. Mística e psicologia transpessoal (p. 27 a 48)

O autor nos traz a mística da união e liberdade do ser humano encontrada na psicologia transpessoal.

- De Abraham Maslow: Ao lado dos desejos que motivam a pessoa - segurança, posse, poder, pertença, valor próprio, realização de si - também se enumeram os metadesejos - verdade, bondade, ampliação de consciência, unidade consigo mesmo e com Deus, autotranscendência. Fala da experiência culminante que compara com a experiência mística: "O ser humano acessa ao absoluto, torna-se uma só realidade com ele, ainda que isso aconteça apenas por um breve instante". Podemos fazer uma tal experiência culminante/mística (1) no nascimento de um bebê, (2) no diálogo com um amigo, (3) no mergulho na música, (4) na fusão sexual com o parceiro ou, (5) nos despertamos para uma pura tomada de consciência. A experiência culminante tem sempre a ver com êxtase. Ultrapassamos a limitação da nossa percepção e nos tornamos uma só realidade com o mistério do ser na sua totalidade.

- De Roberto Assagioli: O estado de consciência da pessoa normal é, em geral de sono. Estamos impregnados pelas ilusões que temos sobre o mundo e sobre nós mesmos. Somos com frequência "vítimas dos fantasmas interiores, de dependências e complicações" (Assagioli, 1992, p. 103). A libertação torna-se possível quando aprendemos "a observar a comédia humana do alto e de uma certa distância, evitando emaranhar-mo-nos por demais emocionalmente. ...e descobrimos em nós o verdadeiro ser, o qual é livre do poder dos nossos pensamentos e sentimentos, é livre também das expectativas e das pretensões que os outros nos atribuem. Acredita na possibilidade de que a energia sexual possa ser convertida em espiritual. Para isso primeiro a energia sexual deve ser transformada em emocional. Depois, "num grau mais elevado, chega-se à sublimação das emoções pessoais num amor espiritual em outras essências e para Deus. ...transformando o amor humano em religioso". (Idem p. 243). A sublimação acontece somente se "não se tenta reprimir as energias subordinadas ou sufocá-las com comportamentos hostis"; no entanto, "se oferece toda imaginável possibilidade de exprimir-se às energias mais altas. Não se trata de amar menos, mas de amar melhor". (Idem, p. 244). Concorda com São João da Cruz: "Só um amor muito elevado está em condições de derrotar um baixo". (Idem, p. 242). Cita Schopenhauer, para quem o despertar da sexualidade traz sempre claramente consigo também uma energia espiritual "Nos dias e nas noites em que a tendência à voluptuosidade chega ao máximo da sua potência... é então que as energias espirituais estão no seu máximo... prontas para a mais alta atividade". (Idem, p. 243) Para Assagioli é de todo natural que os místicos, querendo amar a Deus apaixonadamente, ao mesmo tempo também seguissem as pegadas das próprias energias sexuais. E é também compreensível, que o amor místico conheça "reflexos semelhantes ao amor humano". (Idem, p. 306) "Por isso os místicos falam de núpcias místicas... Também aqui encontramos sempre as mesmas propriedades do amor: a sede de completude, a união e, em seguida, a projeção, a expressão do amor" (Idem, p. 306) a serviço das pessoas.

- De Ken Wilber: Na mística unimo-nos a Deus e somos unificados em Deus no fundo da alma. Wilber vê a experiência mística da meditação como caminho para o audesenvolvimento pessoal e chama-o de "des-identificação" de pensamentos e sentimentos, de desejos e problemas, para conhecer a sua verdadeira essência, premissa importante para sua libertação. Os nossos desejos e necessidades são apenas compensações substitutivas para a consciência da unidade do todo.

- De Walsh: Aquele que experimenta Deus no mais profundo da própria alma, a este gradualmente empalidecem "hábitos insuportáveis e necessidades aparentemente irrepetíveis".

- De Fadiman: A realização mais importante da psicologia está em mostrar à pessoa que ela "é mais que uma individualidade".

- De Vaughan: A autotranscendência não é feita como qualquer coisa de puramente individualista, pois ela cria uma nova relação com o mundo e com todos os seres humanos. "Aqui nós nos experimentamos não mais como isolados, mas como parte de um todo maior, como estando ligados com tudo, em profundidade e como uma relação contínua".

- De James Bugental: A base da terapia transpessoal é conduzir a pessoa à própria pátria interior - espaço do puro silêncio - onde experimento Deus, um santuário onde posso sentir-me em casa, onde sou amado, espaço de calor e ternura, de amor e de misericórdia.


- De Marscha Sinetar: Descreve místicos que vivem no mundo e nele vivem seu desejo de infinito. Um marceneiro: "Há uma constante em minha vida, quero dizer, este desejo que tudo abraça, esta aspiração de permanecer ligado com a unidade do universo. Uma senhora: "Às vezes sinto-me como que em êxtase. Imagino estar enamorada pela primeira vez...Posso sentir este sentimento de amor que emerge da minha interioridade e se espalha e irradia em tudo.


- De Mello, jesuíta indiano: Mística significa que nós despertamos e estamos em contato com a verdadeira realidade. Eros, amor é que dá força para a união com a realidade, com Deus, portanto, para a mística. Todos os místicos descrevem a sua experiência do vir-a-ser uno com Deus como puro amor.


A mística da união não é tanto confirmada por um amor concreto a uma determinada pessoa, mas pelo sentimento profundo de amor. Tudo no ser humano é amor. O amor escorre através do seu corpo e da sua alma e transforma toda a pessoa. O amor é mais que sentimento, é puro ser.


3. Mística e modelo erótico em Peter Schellenbaum (p. 48-56)

O autor nos traz a mística da união pela libertação das identificações com o próprio eu.

- O modelo erótico se apresenta pelos caminhos da meditação que implica deixar acontecer, não opor-se, não dividir-se, conscientemente relaxar para alcançar a serenidade que é renunciar àquilo que a vontade isolada quer e aceitar aquilo que deve acontecer, estar disponível, deixar-se envolver pelo real e segui-lo.

- Descobre-se um amor novo que ama o todo, incluindo cada contradição.

- A relação entre mística e eros é perceptível na capacidade do indivíduo de entregar-se à corrente e à energia da vida e do amor, de escapar à captura do próprio eu e de acreditar na vida.

- Mística consiste em tornar-se uno com o mundo e com o seu fundamento, isto é, com Deus, que é puro amor e cujo amor estamos em condições de sentir à medida que nos entregamos a ele.

- Somente se sentirmos o amor em nós, estaremos em condições de amar o próximo sem exaurir-nos.

- No modelo erótico encontramos aquele Deus que nos protege incondicionalmente.

- A mística é a experiência do amor divino que quer encarnar-se em nós, e que já está em nós, que se espalha pelo nosso corpo e o vivifica.

- A mística é uma nova capacidade relacional, a capacidade de relacionar-se com outras pessoas e com a criação de um modo amoroso e provar, através do modelo erótico, sempre mais o prazer deste amor, a alegria do amor.

- Entregar-se ao amor acontece quando seguimos as pegadas da energia do amor no nosso corpo.

- Desse modo, podemos pensar que a força da paixão sexual pode impelir nos místicos o amor a Deus.

- A mística nos faz experimentar a vida divina não apenas em nós mesmos, mas também em cada pessoa e em toda criação.

- Sempre quando começam a fluir em nós o amor e energia de vida, temos o pressentimento de algo divino como plenitude de vida, daquele Deus que faz estremecer também o nosso corpo.

- A mística é o caminho para uma vida mais intensa, porque ela quer colocar-nos em contato com a verdadeira realidade.

4. Mística e criança divina em John Bradshaw (p. 56-62)
(em construção)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

De volta

Cantar pode, primariamente, servir como veículo para as sensações agradáveis ou desagradáveis. Às vezes, pode servir como compensação ou catarse simbólica. Mas, junto de qualquer destas utilidades ou independente delas, cantar sempre se constituirá em "canapés estéticos" disponíveis à degustação pela alma como antepasto do paraíso, onde tudo é lindo, tudo é bom, tudo é verdadeiro, tudo é possível, e onde a felicidade é sem fim.



quarta-feira, 30 de maio de 2012

Vossa majestade, o Momento!

É tão importante viver, discernir, ponderar, escolher e, às vezes, simplesmente, deixar ser um pouco. Nem tudo que planejamos é o melhor. Às vezes a vida nos dá de presente uma surpresa que nem teríamos bagagem pra sonhar, pra desejar, pra querer, pra fazer acontecer. Eu que amo um planejamento, um esquema, um desenho de futuro, um traçado prévio, um rascunho da obra, um fazer acontecer pra me sentir grande, fiquei pequenininha diante de uma surpresa. Voltando hoje pra casa e ouvindo uma coletânea de músicas que um sobrinho fez pra mim uma vez, ouvi algo que fala de viver o momento, coisa que nunca aprovei muito, afinal pensava que quem vivia de momentos nada construía, porém, lembrei de um momento que me permiti viver, foi como permitir fincar um alicerce que primeiro penetrou a superfície do solo frágil até encontrar rocha firme, acabou sustentando a construção de muita coisa. Os momentos têm seu valor, seu poder, sua graça, sua força, seu dom e a eles aprendi a ser sensível, respeitosa, acolhedora e finalmente grata, porque tudo passa, tudo é momento, tudo pode ser lindo, tudo pode ser grande, e mesmo que assim não seja, tudo nos pertence por um só instante antes de ser eterno, antes de decidirmos se queremos mais e de novo, antes da vida nos permitir multiplicar esse instante ou nos apresentar um outro, antes de ficar armazenado na lembrança ou crescer a olhos vistos como uma criança. De um jeito ou de outro, Vossa Majestade, o Momento, é imperativo, incisivo e contundente, se permitimos. Com momentos ruins perdemos tempo e energia, mas basta dessensibilizar, substituir o registro permitindo um fato novo e melhor. Com momentos bons ganhamos sempre, ou na memória ou em repetições reais. Ah! Os reais são bem melhores! E como são!

Amanhã Não Se Sabe

Composição: Sérgio Britto
Interpretação: LS Jack

Como as folhas, como o vento
Até onde vai dar o firmamento
Toda hora enquanto é tempo
Vivo aqui neste momento

Hoje aqui, amanhã não se sabe
Vivo agora antes que o dia acabe
Neste instante, nunca é tarde
Mal começou e eu já estou com saudade

Me abraça, me aceita
Me aceita assim meu amor
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for

Como as ondas com a maré
Até onde não vai dar mais pé
Este instante tal qual é
Vivo aqui e seja o que Deus quiser

Hoje aqui não importa pra onde vamos
Vivo agora, não tenho outros planos
É tão fácil viver sonhando
Enquanto isso a vida vai passando

Me abraça, aceita
Me aceita assim meu amor
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for
Me abraça, me aceita
Me aceita assim meu amor
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for



Fontes:

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Morrer


Morrer!

Deixar de ser.

Não fazer mais a diferença.

Não constar na sua agenda.

Virar pó.

E isso é só.

Perder a conexão.

Ter a certeza da ilusão.

Encarar o desconhecido.

Vestir outro tecido -

A capa da invisibilidade.

Mesmo que no quintal

Esteja a árvore,

No mundo esteja o filho,

E na estante esteja o livro.

Tudo é letra morta.

Fechada foi a porta.

Se não renasço

É um descaso,

Um “no sense”.

Pense!



Quero o sopro

De novo,

Do zero.

Ainda espero

O sol -

Um farol,

O calor,

Um sabor

De beijo no rosto,

De nada está posto.

Então faço,

Dou o passo

E desvio

O assovio

Da morte.

Que sorte!

Encontrei você

E fiz um dossiê

Da felicidade

Da nossa intimidade.

Agora posso ir.

domingo, 13 de maio de 2012

O extraordinário está no meridiano

O que há de extraordinário em sentir ou não sentir?
Não há.
O que há de extraordinário é o trânsito entre o sim e o não, a possibilidade de decidir, a liberdade de ser!
(14.12.09)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Música nova? Boa? O que será?

Tem coisas que começam devagar, são até interrompidas, retomadas depois. Existem tantos começos...eufóricos, despretenciosos, planejados, enfim, até o que começa errado pode dar certo se Deus quiser, porque Ele transforma tudo. Humanamente, preferimos garantir o sucesso começando como achamos que é melhor, mas já vivi o bastante pra ver que não há garantias, mesmo fazendo um planejamento estratégico.
Confesso que não sei viver ao sabor do vento, tudo preciso sonhar, planejar, fazer acontecer, porém, não posso negar que muitas coisas importantes pra mim aconteceram sem minha direta intervenção.
O que está acontecendo  parece algo bom e seguirei os próximos dias confiando no que diz um amigo..."quando a carroça começa a andar as abóboras se ajeitam". Quem sabe? Pode ser. Vamos ver.
Venha o que vier, eu sei que só guardarei o que for bom.
Quando definitivamente aprendi a fazer isto deixei de soluçar, de me queixar, de me desesperar, porque sei que tudo tem algo de bom e que disto me sirvo e me agrado, o resto faço virar fumaça e ofereço pra Deus que me devolve sempre em forma de presentes inesperados, que afagam minh'alma, que fazem meu olhos brilharem de novo.
Hora de dormir, porque "música" não é feita de emissão de sons o tempo todo, mas também de silêncios e pausas. Amanhã tem mais.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Amanhã virá a síntese cantada

A lógica capitalista é poderosa, perceptível principalmente quando ultrapassa os seus limites, os limites da relação econômica, da apropriação de bens e serviços para atingir sorrateiramente as relações humanas.
É normal que numa loja você seja abordado pelo vendedor, tecnicamente bem preparado, oferecendo-lhe através de uma pergunta inocente um paraíso ao alcance de suas mãos, mais precisamente do seu bolso, e você, um consumidor, tecnicamente bem ou mal preparado, sente-se tentado, persuadido a adquirir aquele quinhão do céu. Você já viu algum vendedor, bem ou mal preparado abordar alguém assim: "Você quer me dar R$209,00? Em troca lhe dou este livro maravilhoso."? Nunca. Com certeza. Porque a técnica do vendedor baseia-se no uso da persuasão e não do convencimento. Lembremos, persuasão apela para a emoção e sensação, já convencimento apela para a razão. Traduzindo, é o uso legitimado da manipulação, do controle, do subterfúgio, do maquiavelismo - os fins justificam os meios. Em vez disso você provavelmente veria uma abordagem maquiada, sutil, tal como "Você gosta desta área de leitura? Este livro traz as últimas descobertas da ciência, perfeito para sua atualização num mercado tão competitivo profissionalmente, onde quem sabe mais e primeiro garante seu espaço."
Perceba, que a necessidade é do vendedor - vender, atingir sua quota, conquistar cliente. Porém, ele inverte a posição de necessitado para o cliente. O orgulho faz muitas vezes e muitas pessoas usarem esse jogo no dia-a-dia. Para camuflar uma necessidade sua, uma fragilidade sua, montam jogadas para que o que lhe falta seja suprido pelo outro de forma que este sinta-se devendo-lhe uma paga. Essas pessoas são por demais orgulhosas para serem diretas e pedirem um favor quando se relacionam extraprofissionalmente. Dizer até que essas pessoas fazem uso da lógica capitalista nas relações pessoais quase que os inocenta, parece até que são "pobres inconscientes" da internalização que fizeram da lógica mercantilista. Não, não, não. Não os inocento. Só faz uso inescrupolosamente deste jogo os pouco conscientes de sua humanidade, os que não admitem "precisar"de alguém ou alguma coisa, os fracos, os covardes. Seria tão mais simples, tão mais honesto, tão mais digno, tão mais humanizador das relações, tão mais engrandecedor de ambos envolvidos - o que pede e o que "livremente" "decide" dar. Mas pessoas pouco amadurecidas preferem deixar o gosto amargo de uma relação gananciosa, utilitarista, do que construir laços de afeto, por si, gratuitos. E assim que o outro percebe o jogo e se afasta, o "vendedor" parte para outro cliente em potencial, mas seu jogo ele não abandona, afinal o que significava aquele "cliente" em sua vida?
É até compreensível que nas relações de mercado, numa política liberal capitalista, isto seja tido como normal, correto e desejável. Afinal, poucos se propõem a questionar a realidade ou a buscar explicações das intrincadas redes social, econômica, política e cultural que se lhes apresenta. Aquele que busca um pouquinho sobrepairar ao seu contexto, sobrevoar o seu entorno, escalar um mirante, verá novos sentidos, novas direções, forças motrizes, limites, amarrações que antes não via. É preciso bater só um pouquinho as suas asas.
Agora, transferir a lógica capitalista, do "toma lá 1 e dá cá 2" para as relações interpessoais significa que um considera o outro um consumidor mal preparado na pior das hipóteses, também que o seu serviço jamais poderá ser gratuito, generoso, sempre terá um preço para o outro, além do que o seu valor não está em quem é, mas no que consegue obter de volta, em outras palavras, a pessoa que se comporta como vendedor nas relações interpessoais não tem um autoconceito muito bom, não sabe seu valor como pessoa única, particular, digna, mas apenas se dá valor "quando"e "quanto" troca, barganha, negocia o que "faz" pelo que "recebe". É até engraçado ver o corpo do "vendedor" falar quando consegue manipular, persuadir o outro a fazer o que ele queria sem ter que pedir, o peito estufa, o sorriso fica largo, muda de assunto tirando o foco da atenção da barganha.
Hoje um vendedor de "gentileza", orgulhoso demais pra admitir sua solidão, orgulhoso demais pra admitir sua necessidade e pedir um favor, tal qual um contratante de cortador de cana, ofereceu-me uma "agrado", aparentemnente despretencioso, mas parte de uma barganha amplamente arquitetada, com mais de um dia de antecedência inclusive, fazendo ontem o que nunca fez, senão mesmo por interesse escuso em outros momentos - uma ligação, uma pergunta preocupada: "Como você está? Melhorou?" Uma semana antes, num "inocente" e "aparentemente" preocupado relato lançou o argumento moral para persuadir-me a corresponder ao "seu" interesse: "Tem que visitar, não é só na hora que precisa". O discurso parece nobre, para quem não sobrevoa, para quem não conhece a miúde, para quem não é um consumidor preparado. O vendedor, acostumado a trocar bens por quinhões, ofereceu sua mesa ao "cortador de cana" pra depois, endividado, sentir-se obrigado a pagá-lo trabalhando quanto e quando dele exigisse. Vivi 4 anos num trabalho "cortando conflitos" onde alguns dias ou horas de folga me eram impostos e debitados num banco de horas para que me sentisse obrigada a trabalhar em qualquer horário e atividade como paga. Conheço bem essa lógica, submetí-me a ela como todo proletariado, mas com a diferença de ter consciência das intrincadas tramas do mercado de trabalho, nesse caso, ainda escravagista, apesar das leis neste país e da relativa fiscalização das autoridades legais. Conincidência ou não o vendedor de hoje viveu muitos anos da sua infância em instituição como essa em que trabalhei por 4 anos. Aprendeu a lição muito bem - do controle, do subjugo, da dominação e desaprendeu a gratuidade, a "pieguice" do amor.
Engraçado que pouco antes de chegar na casa do vendedor eu ouvia no som do carro "Dia especial" do grupo Pouca Vogal que simplifica o exposto, que traduz o avesso desta postagem, que me faz pensar que não sou única a questionar a lógica capitalista nas relações interpessoais e tampouco é um questionamento novo.
Pra ouvir e acompanhar:

Dia Especial
(Pouca Vogal)
Se alguém já te deu a mão
E não pediu mais nada em troca
Pense bem
Pois é um dia especial
Eu sei que não é sempre que a gente encontra
Alguém que faça bem e nos leve desse temporal
O amor é maior que tudo
Do que todos até a dor se vai
Quando o olhar é natural
Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
E acordei nesse mundo marginal
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar que me acalma
Me traz força pra encarar tudo
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar que me acalma
Me traz força pra encarar tudo
O amor é maior que tudo, do que todos, até a dor
Se vai quando o olhar é natural
Sonhei que as pessoas eram boas
Em um mundo de amor
E acordei na terceira guerra mundial
Mas te vejo e sinto
O brilho desse olhar que me acalma
Me traz força pra encarar tudo (4x)
Composição: Duca Leindecker / Cidadão Quem




Fontes:
http://letras.terra.com.br/pouca-vogal/1463802/
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=y18GLZManTM#!