sexta-feira, 28 de março de 2014

A última, constatação


A última,
não querida,
enxerida.
Não podia,
não teria,
não sabia.
Não percebia
que sorria
por teimosia.
A última,
nasceria
atrevida.
Quereria
sobreviver
sem poder ver.
Não usaria,
não pediria,
esperaria
até piorar,
até errar
o que copiar.
Não via mal
em ser carnal
no seu quintal.
Só queria
a alegria.
Sua ousadia
agredia
quem não queria.
Adoeceria.
Venceria
o que seria
um destino.
Quem diria
que não teria
moradia?
Receberia
alforria
goela abaixo.
E ainda assim
euforia
lhe marcaria.
Perderia
mais de uma vez
a sensatez
reagindo,
insistindo
em um ninho
de migalhas
maquiadas,
transformadas
em  um sonho
tão tristonho
que proponho
esquecê-lo,
mesmo depois
de perdê-lo.
Há um esforço
pra conseguir
voltar a ser
inocente
e consegue
quando ele vem.
E não tente
lhe condenar,
desafiar
sem ter culhões.
Não tem mais dó
de quem não quis,
de quem não deu,
de quem não diz,
de quem mente
e não sente
a existência
da indecência
do seu não.


sábado, 22 de março de 2014

Só mais um pouco


Não toque na ferida,
não mexa no nervo,
não diga,
não aponte,
não veja,
não saiba,
não seja!

Não anestesie a dor,
não fantasie a cura,
não adianta,
não serve,
não agrada,
não querem(.) 
(Q)que seja!

Não faça acontecer,
não rompa a ordem,
não pise,
não respire,
não lembre,
não esperam
que pense!

Não esqueça as flores,
não sorria muito,
não venha,
não chegue,
não agite,
não fique,
não pense!

Não vai demorar tanto,
não vai sentir enquanto.
Não aqueça,
não padeça,
não mereça
não ser.
Não tente!