terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Que seja leve


Tem aí
fitas e laços de cetim,
de organza,
de seda,
flores em tons pastel,
um pouco de perfume
e uma caixa bem grande,
bem maior que eu,
pra caber tudo
que preciso proteger
das quedas,
dos atritos?

Tem aí
algo bem leve pra vestir,
pra carregar,
pra sorver,
doce e não engorde,
um pouco de raridade
e uma chave segredo,
que abre tudo
e fecha nada,
que exibe meus bordados
avessos
e direitos?

Então não venha,
não fale,
não ouse,
esqueça,
não me aborreça
com a mesmice
dessa paisagem
feito máscara
carnavalesca.

Eu abro estradas,
inspiro,
decido,
capino,
não me acomodo
com o que vejo.
Busco com calma.
Quero leveza
entre minhas mãos!

domingo, 8 de dezembro de 2013

Mais História, menos descasos



Não valorizamos devidamente a História e por isso, não raro, desrespeitamos os mais velhos.
Não internalizamos a História e por isso estamos sempre querendo reinventar a roda. 
Não introjetamos a História e por isso não costumamos identificar prontamente seus escritores reais - os fazedores.
Não reconhecemos a História e por isso pouco procuramos saber dos caminhos e dos caminhantes, seu ponto de partida e de chegada.
Não sabemos o que é História e por isso muitas vezes associamos com coisas passadas, velhas, desgastadas, inadequadas, inúteis.
Não gostamos de História e por isso jogamos fora muitas coisas (ou pessoas) do ano passado, do mês passado, de ontem, de horas atrás.
Não usamos a História e com isso comprometemos o devir, as possibilidades futuras.
Não queremos validar Histórias que não sejam as nossas e por isso nos mostramos surdos ao que os outros poderiam contar.
Que seja instituído o resgate histórico como princípio de toda e qualquer ação.
Que haja mais História em cada mesa de bar, em cada quilo de farinha (a exemplo do ácido fólico, indispensável para o desenvolvimento da inteligência até os 3 anos de idade), em cada canteiro de obra, em cada microfone, em cada palanque, em cada sala de espera, em cada olhar, em cada palavra, em cada atitude.