quarta-feira, 30 de maio de 2012

Vossa majestade, o Momento!

É tão importante viver, discernir, ponderar, escolher e, às vezes, simplesmente, deixar ser um pouco. Nem tudo que planejamos é o melhor. Às vezes a vida nos dá de presente uma surpresa que nem teríamos bagagem pra sonhar, pra desejar, pra querer, pra fazer acontecer. Eu que amo um planejamento, um esquema, um desenho de futuro, um traçado prévio, um rascunho da obra, um fazer acontecer pra me sentir grande, fiquei pequenininha diante de uma surpresa. Voltando hoje pra casa e ouvindo uma coletânea de músicas que um sobrinho fez pra mim uma vez, ouvi algo que fala de viver o momento, coisa que nunca aprovei muito, afinal pensava que quem vivia de momentos nada construía, porém, lembrei de um momento que me permiti viver, foi como permitir fincar um alicerce que primeiro penetrou a superfície do solo frágil até encontrar rocha firme, acabou sustentando a construção de muita coisa. Os momentos têm seu valor, seu poder, sua graça, sua força, seu dom e a eles aprendi a ser sensível, respeitosa, acolhedora e finalmente grata, porque tudo passa, tudo é momento, tudo pode ser lindo, tudo pode ser grande, e mesmo que assim não seja, tudo nos pertence por um só instante antes de ser eterno, antes de decidirmos se queremos mais e de novo, antes da vida nos permitir multiplicar esse instante ou nos apresentar um outro, antes de ficar armazenado na lembrança ou crescer a olhos vistos como uma criança. De um jeito ou de outro, Vossa Majestade, o Momento, é imperativo, incisivo e contundente, se permitimos. Com momentos ruins perdemos tempo e energia, mas basta dessensibilizar, substituir o registro permitindo um fato novo e melhor. Com momentos bons ganhamos sempre, ou na memória ou em repetições reais. Ah! Os reais são bem melhores! E como são!

Amanhã Não Se Sabe

Composição: Sérgio Britto
Interpretação: LS Jack

Como as folhas, como o vento
Até onde vai dar o firmamento
Toda hora enquanto é tempo
Vivo aqui neste momento

Hoje aqui, amanhã não se sabe
Vivo agora antes que o dia acabe
Neste instante, nunca é tarde
Mal começou e eu já estou com saudade

Me abraça, me aceita
Me aceita assim meu amor
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for

Como as ondas com a maré
Até onde não vai dar mais pé
Este instante tal qual é
Vivo aqui e seja o que Deus quiser

Hoje aqui não importa pra onde vamos
Vivo agora, não tenho outros planos
É tão fácil viver sonhando
Enquanto isso a vida vai passando

Me abraça, aceita
Me aceita assim meu amor
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for
Me abraça, me aceita
Me aceita assim meu amor
Me abraça, me beija
Me aceita assim como eu sou
Me deixa ser o que for



Fontes:

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Morrer


Morrer!

Deixar de ser.

Não fazer mais a diferença.

Não constar na sua agenda.

Virar pó.

E isso é só.

Perder a conexão.

Ter a certeza da ilusão.

Encarar o desconhecido.

Vestir outro tecido -

A capa da invisibilidade.

Mesmo que no quintal

Esteja a árvore,

No mundo esteja o filho,

E na estante esteja o livro.

Tudo é letra morta.

Fechada foi a porta.

Se não renasço

É um descaso,

Um “no sense”.

Pense!



Quero o sopro

De novo,

Do zero.

Ainda espero

O sol -

Um farol,

O calor,

Um sabor

De beijo no rosto,

De nada está posto.

Então faço,

Dou o passo

E desvio

O assovio

Da morte.

Que sorte!

Encontrei você

E fiz um dossiê

Da felicidade

Da nossa intimidade.

Agora posso ir.

domingo, 13 de maio de 2012

O extraordinário está no meridiano

O que há de extraordinário em sentir ou não sentir?
Não há.
O que há de extraordinário é o trânsito entre o sim e o não, a possibilidade de decidir, a liberdade de ser!
(14.12.09)