quarta-feira, 23 de maio de 2012

Morrer


Morrer!

Deixar de ser.

Não fazer mais a diferença.

Não constar na sua agenda.

Virar pó.

E isso é só.

Perder a conexão.

Ter a certeza da ilusão.

Encarar o desconhecido.

Vestir outro tecido -

A capa da invisibilidade.

Mesmo que no quintal

Esteja a árvore,

No mundo esteja o filho,

E na estante esteja o livro.

Tudo é letra morta.

Fechada foi a porta.

Se não renasço

É um descaso,

Um “no sense”.

Pense!



Quero o sopro

De novo,

Do zero.

Ainda espero

O sol -

Um farol,

O calor,

Um sabor

De beijo no rosto,

De nada está posto.

Então faço,

Dou o passo

E desvio

O assovio

Da morte.

Que sorte!

Encontrei você

E fiz um dossiê

Da felicidade

Da nossa intimidade.

Agora posso ir.

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