sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Um insight! Válido? Digam-me os Psiquiatras, Neurocientistas e Bioquímicos

Uma das coisas marcantes, um dos sintomas, uma das características de um portador do transtorno bipolar é que em estado de mania (leia-se euforia) ou de melancolia, depressão, tudo é sentido em "voltagem" superior, em intensidade maior, em dose superior, às vezes, ao comumente sentido por outras pessoas num mesmo evento acionador do gatilho da emoção. Há outros sintomas claro, mas fiquemos com este que interessa no momento - a potencialização, a força maior do impacto que um evento, uma situação tem sobre as emoções do bipolar, para cima ou para baixo, sobre o que sente sobre si mesmo ou o que sente sobre os outros. A medicação utilizada para o transtorno bipolar nos últimos anos não é específica e já tornou obsoleto o uso do lítio. A medicação que provoca melhores resultados é a que atua no sistema dopaminérgico, por exemplo, como a utilizada para o Mal de Parkinson ou para a Síndrome das Pernas Inquietas, ou ainda, é a utilizada para Epilepsia. Além de conter um pouco a agitação da fase maníaca do bipolar, essa medicação na verdade tende a dar ao portador uma razoável "linha reta" de emoções, tirando o portador do movimento de gangorra de suas emoções. Ele não deixa totalmente de "sentir" as coisas, mas "sente  menos", a intensidade das emoções diminui muito. Bem, isto resolve em parte o problema do transtorno bipolar.
Agora vamos ao insight que interessa.
Se lembramos que a Psicopatia (ou transtorno anti-social) inclui a realidade do portador "não ser capaz de sentir" o que o outro sente, e por isso não segue as normas sociais e transgride para obter um benefício pessoal como poder e prazer (e só isso ele persegue obstinadamente, obsessivamente) mesmo que isso cause perda, dano a si e a outrem, e se usamos o pensamento reverso sobre o tratamento do bipolar, poderíamos concluir que usando o princípio químico inverso, contrário ao do tratamento do bipolar conseguiríamos fazer um Psicopata, então, sentir um pouco do que não sente?
Que medicação teria o efeito contrário dos controladores de humor? Seria essa medicação capaz de acionar o sistema límbico de um Psicopata? Qual seria o princípio contrário ao dos medicamentos que atuam no sistema dopaminérgico ou que evitam a Epilepsia?
Meus colegas da bioquímica ou da neurociência podem ajudar a responder essas perguntas? Faltam-me bases para achar as respostas com segurança, mas se um componente químico "X" causa a diminuição significativa das sensações emocionais, qual seria o inverso de "X" que provocaria o aumento das sensações emocionais?
Opa! Mas acabo de me pegar numa falha. Para haver aumento das sensações emocionais é preciso haver alguma e o que se fala é que o Psicopata nada sente (toda manifestação emocional sua é mera simulação aprendida racionalmente). Corrigindo o raciocínio: haveria então algum medicamento capaz não só de aumentar, mas de "abrir" o canal das sensações emocionais numa pessoa, de fazer o sistema límbico ser acionado, startizado?
Se houver, parece-me que temos um caminho para tratamento dos Psicopatas, caso contrário a condenação dessas pessoas ainda será a palavra final.
Ou não?
Outra hipótese que me ocorre é que: assim como o cérebro é capaz de traçar novo caminho neuronal para desempenhar funções que foram prejudicadas por uma lesão, poderia ser capaz de traçar novo caminho para "sentir" o que o outro sente? Haveria possibilidade de aprender a sentir sem utilizar o sistema límbico então?
Aguardo desenvolvimento destas hipóteses por quem tem mais bases específicas.

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