quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Aquele embalo!

Acabo de lembrar da experiência recente e inusitada de ser embalada nos braços...aquele movimento de vai e vem, pra frente e pra trás, mão apertando o corpo contra o peito...me peguei há pouco apertando meus braços e balançando pra frente e pra trás num ato de memória cinestésica...o que isso exatamente quer dizer pra ciência ainda não sei, ainda não fui aos mestres da Psicologia, mas não é muito necessário...as humanidades falam por si só...a insegurança deste mundo, toda ela, o peso dela, só sentimos longe do colo...porque longe do colo ficamos vulneráveis, soltos, sujeitos a toda má sorte...e quando vulneráveis queremos recuperar imediatamente e compulsivamente a segurança, o calor, a firmeza, o ritmo daquele colo, daquele embalo...e se não há mais aquele embalo...nos pegamos em regressão, nos surpreendemos imitando sozinhos, e fantasiosamente nos aquietamos um pouquinho.

Fica decretado que em todas as cidades, em todos as instituições será implantado o serviço gratuito do "embalo no colo", de qualquer idade para qualquer idade, e a instabilidade perpétua será enfim extinguida.

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