sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Poema antigo 4 e recente

A dialética da vida

Mistura de sangue,
força e medo
fundem-se,
confundem-me.

Enquanto
a dor extensa
distende os fios
dos tecidos nobres
de que sou feita,
esgarceio e ouço
também a torneira
gotejar a vida
depois de muito
tensionar e estender,
tensionar e estender.

Mistura de sangue,
força e medo
fundem-se,
confundem-me.

Enquanto
a alegria imensa
dilata os poros
da pele que abriga
minh'alma e ossos
giro, vibro e sinto
o calor da fogueira
inflamar a vida
depois de muito
iluminar e aquecer,
iluminar e aquecer.

(Déc.90 e 2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário