Hoje eu vi os olhos da aberração!
Vi o condenado que abrigava esses olhos.
Mas você não vai saber reconhecê-lo.
Você não conhece.
Você não sabe.
Você dá outro nome para esses olhos.
E parecem sempre doces.
Aliás você não gostaria de saber.
E eu nem lhe desejo que conheça.
Conhecer esses olhos é descobrir que alguns nascem condenados.
Condenados a nunca sentir o que o outro sente.
Castrados da empatia.
Incapacitados de aprender a se por no lugar do outro emocionalmente.
Mas extremamente hábeis intelectualmente para forjar todo e qualquer sentimento.
Não fossem perversos, poderiam servir bem à dramaturgia.
Não fossem perversos, poderiam servir bem à medicina.
À primeira, por exigir perfeita simulação das emoções humanas.
À segunda, por exigir extrema objetividade para cuidar da tão delicada e frágil vida humana.
Eu, que já tinha experimentado as manobras ardilosas de algumas dessas aberrações ao longo do tempo, na forma de homem e na forma de mulher, ainda assim não percebi de imediato quando este se me apresentou.
Mas as experiências foram acendendo as luzes de alerta.
Em dois meses foi possível fechar o "diagnóstico" e à duras penas, abandonar a proximidade.
Medida de sobrevivência, de proteção e objetivamente de abandono também.
Não há o que fazer para "salvar", para "curar", para "corrigir", para alterar o quadro clínico inorgânico de um psicopata antissocial.
A ciência ainda não descobriu a saída.
As últimas investigações se debruçam sobre o sistema límbico e a possibilidade de "ligá-lo", de "acioná-lo", de "startizá-lo" e quem sabe assim transformar essas aberrações em gente.
Não estou falando de deformação física.
Estou falando de deformação da personalidade, ou melhor, impossibilidade de formação.
Muito mais difícil de perceber.
Muito mais desconhecida.
Muito mais negada.
Muito mais à vontade, portanto, em meio ao desconhecimento, para deleitar-se com os feitos.
São pessoas aparentemente dóceis, aparentemente generosas, aparentemente gentis, aparentemente corretas, aparentemente sensíveis.
Mas são ao mesmo tempo sedutoras, manipuladoras, criativas, perspicazes, rápidas, habilidosas com as palavras principalmente na construção de histórias, e notem...as histórias são sempre mal explicadas, há sempre falhas nas justificativas de seus atos, caem frequentemente em contradição, e quando cobradas pela incoerência "engatam" nova tentativa de explicar por meio de outra história mal construída, e se "pegas" e cobradas novamente sobre a incoerência, vão dissimulando, seduzindo, ou saindo de cena.
Geralmente seu comportamento é manso na maior parte do tempo, sua voz é muitas vezes suave, lança sempre mão da manobra de presentear e "agradar" com coisas e/ou elogios o escolhido para a dominação e usurpação. E os desavisados caem sempre na rede desses astutos, por carência, pouca instrução e/ou pouco discernimento. Até por acharem "feio" pensar "mal" dos outros.
Algumas pessoas acham que eu vejo coisas que não existem...rs. Algumas pessoas quando eu falo disso, estampam nos seus olhos que acham meu comentário improcedente, exagerado ou até descabido, seus olhos dizem que estão questionando meu conhecimento do assunto.
Não é preciso ter um CRP ou CRM pra conhecer, pra saber, pra entender, pra perceber as características presentes numa pessoa.
Basta que você tenha sofrido a convivência com um portador e lido um pouquinho sobre o quadro clínico preocupado em efetivamente conhecer para precaver-se.
Não se iluda, você já cruzou com alguém assim.
Sabe aquela pessoa de quem você se refere dizendo..."ela é ruim!", "ela faz tudo e qualquer coisa pra conseguir o que quer, é inescrupulosa!", "ela age sempre sorrateiramente!", "ela vive a dar golpes!", "ela engana bem!", "ela vai levar os pais à loucura!", "ela nunca construiu nada!", "ela sempre se aproveita dos outros!" (qualquer semelhança com alguns políticos é mera coincidência...rs.)... a probabilidade dela ter personalidade antissocial é bem grande.
Entenda e abandone o estereótipo de que psicopata antissocial é sempre um assassino. Alguns são assassinos, outros não, isto no sentido denotativo, porque no sentido conotativo todos são assassinos por matarem aos poucos a confiança e a tranquilidade daqueles que com eles convivem.
Não se superestime quanto a saber lidar com uma pessoa dessas.
Só há dois caminhos: abandoná-la a própria sorte e assim permitir que siga a vida prejudicando os outros ou "derrubá-la" numa cama com psicotrópicos para evitar que cause prejuízos de toda ordem (leia-se material, financeira, social, emocional) a outrem. A segunda opção é consideravelmente recomendável, por ir além da própria proteção e estender-se à proteção da sociedade.
Pais e mães façam um esforço de não superprotegerem esses filhos e não negarem-se a enxergar os fatos como eles são para que possam intervir antes que os danos sejam graves e muitos. Sim. Vocês podem ter gerado uma pessoa dessas.
Não sejamos ingênuos, ignorantes desta realidade humana. É fato. Existe. E muito mais ao nosso redor do que imaginamos ou gostaríamos. Eu hoje tenho clareza de ao menos seis pessoas dessas terem cruzado meu caminho, algumas por muitos anos, outras de passagem, mas sei que outras virão.
Admitam a possibilidade antes que sejam uma das vítimas.
Muitas vezes as perdas e danos são irreparáveis.
E quando existirem, que isto não seja por negligência sua com o conhecimento e a autoproteção.
A sua vida é respondabilidade primeiramente sua. Cuide dela. Proteja-se. Identifique. Aja nestes casos em duas direções, a sua e a da sociedade, mas sempre de forma a proteger e evitar novas investidas do psicopata que sempre pensará, planejará e agirá somente para obter para si status/poder, prazer ou dinheiro.
Você já emprestou muito dinheiro e várias vezes à mesma pessoa?
Você já foi exibido ao lado dessa pessoa uma ou várias vezes para conferir-lhe empréstimo da sua reputação e valor na comunidade?
Você já foi seduzido a atender os caprichos compulsivos de alguém?
Cuidado!
Investigue.
Seja objetivo.
Seja assertivo.
Sob pena de você não ser capaz de dimensionar o mal que um ser humano é capaz quando seu sistema límbico não funciona adequadamente e sofrer as consequências disso.
Agora vou tomar um banho para lavar os olhos do que vi, tomar água para limpar o organismo do veneno que as lembranças intoxicaram, depois ouvir música agradável que me traz boas recordações, preparar uma comida com aromas e têmperos pra perfumar a alma enquanto repõe o fluxo energético do corpo.
Esta é uma das estratégias para depurarmos o impacto de coisas ruins.
Os olhos que eu vi desviaram-se uma, duas, três vezes, mas não conseguiram desviar pela quarta vez ao meu olhar fixo que os prendeu, que os amarrou. Com isto o fiz lembrar da história enganosa em que me envolveu, e isto é o máximo possível - fazê-lo lembrar, porque suas funções cognitivas funcionam muito bem geralmente (atenção, memória, raciocínio lógico, planejamento...), o que não funciona é a sensibilidade, a emotividade. Logo, as armas não devem ser desta natureza, seriam ineficazes. O que o atinge é apenas o físico e o cognitivo. Era necessário deixar claro que eu o vi, que eu sei, que eu conheço, que eu não sou alvo fácil, que ele é que foi descoberto e por isso está fragilizado.
Como saber que a arma cognitiva funcionou?
Ele foge!
Ele olha pra você.
Ele sorri pra você.
Ele cumprimenta você.
Mas ele fica perturbado (cognitivamente e não emocionalmente), inquieto e "cria" uma fuga rápida e nobre.
Ele se foi, mas ele sabe que dele mesmo não pode fugir.
Isso o faz um condenado.
O que o criador quer com essa criatura?
Deixar-nos mais espertos? Desconfiados? Ensinar-nos o que? Fazer-nos sentir privilegiados? Estimular-nos a pesquisar e descobrir o gatilho e a cura?
Deixar-nos mais espertos? Desconfiados? Ensinar-nos o que? Fazer-nos sentir privilegiados? Estimular-nos a pesquisar e descobrir o gatilho e a cura?
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