Se é verdade que tudo no universo está ligado numa rede e que o que se faz aqui reverbera ali...isto talvez explique o fato de às vezes recebermos um presente.
Entenda-se presente como algo agradável que chega gratuitamente, sem esperarmos ou termos feito qualquer coisa ou quase nada para recebê-lo. Talvez na teoria da rede isso seja uma reverberação de algo que fizemos em outro momento. É como se o que fizemos de bom, a alguém um dia, ficasse reverberando no universo e este nos devolvesse vez ou outra.
Uma vez saltou-me aos olhos uma passagem de um livro:
A personagem era uma mulher que vibrava com as coisas belas da vida e a ela não doía "bater palmas" (esta é uma expressão cunhada pela minha sobrinha Fran que adorei e tomei emprestado), costumava distribuir agrados - palavras de estímulo ou elogio a toda situação ou pessoa que lhe surpreendesse com coisas boas, belas e verdadeiras. Alguns entendiam as palmas, aceitavam até mas, as achavam exageradas; outros aceitavam as palmas mas não entendiam o porque delas; outros ainda rejeitavam as palmas que ela lhes dava com tanta emoção, carinho e cuidado.
Na cena em questão, ela estava na rua a olhar uma vitrine quando passa perto dela um homem atento que vê seu reflexo no vidro e decide chamar sua atenção. Entra na loja, escreve um bilhete, invade o espaço da vitrine onde ela olha e assumindo o lugar de um manequim exibe o bilhete pra que ela leia:
"Você é resultado de um "blend" único, um resultado interessante e muito belo"!
Ela se surpreende e continua lendo o bilhete que lhe traz outras coisas interessantes. Admira, sorri, agradece, mas disfarça e sai.
Impossível não se sensibilizar com esta cena, com o inesperado, a percepção, o paradoxo da intensidade e sutileza das "palmas" (escritas no bilhete), agora por ela recebidas.
Tantas foram distribuídas por ela, que naquele momento parecia retornarem de onde ela não esperava.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
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