Aproveito de uma reportagem antiga (05.07.07) pra propor uma campanha.
Observe na foto abaixo a postura do macaco, o aninhamento, o aconchego. Ele sabe que não é a mãe? Claro que sabe. Não há calor. Não há movimento. Não há emissão de som. Mas há uma sensação na pele de toque suave, agradável, sutil, mesmo que não o segure, não o agarre, não o enlace. E mesmo sem calor, sem movimento e sem enlace, só pelo toque suave ele busca de novo, ele se agarra.
Quem desconhece essa sensação deveria ficar sozinho uns dias e depois disso experimentar o toque da pelúcia, para além de entender a situação racionalmente poder entendê-la empiricamente. Com isto consegueria imaginar melhor o que passsam crianças, jovens, adultos e idosos em situação de abandono, quer em instituições sociais ou pior, também em suas próprias casas.
A campanha é simples e você já deduziu: "Dê um bichinho de pelúcia a alguém", há sempre uma carência de afeto a ser suprida em algum momento da vida". Isto é pouco frente ao calor humano que lhe é devido e não lhe chega, mas ameniza a ausência. Diriam os céticos que isto é palhativo, é panaceia, é engodo. Como queiram, mas antes experimentem na própria carne.
As creches, os hospitais, os asilos, as salas de espera, as salas de atendimento de alunos em escolas, as salas e os quartos de toda casa deveriam estar recheados de bichinhos de pelúcia, à disposição, para todo e qualquer momento, principalmente nestes tempos de alta modernidade, em que o risco de "reclusão individual patológica" (expressão por mim cunhada quando construía a dissertação de Mestrado) se faz bastante presente.
Se não é a solução, e de fato não, assim como em alguns casos de câncer a quimioterapia e a radioterapia não são, mas apenas prolongam a vida, também o toque suave da pelúcia pode prolongar a vida até que se tenha outra chance de afeto real, através da palavra, do olhar, da empostação e flexão de voz, do toque de pele humana, do abraço.
À propósito, seres humanos têm se utilizado da relação com animais domésticos durante essa espera, eu ainda prefiro os de pelúcia, até porque o risco de provocarem crises alérgicas diminuiu muito com a carcterística de "laváveis".
À propósito, seres humanos têm se utilizado da relação com animais domésticos durante essa espera, eu ainda prefiro os de pelúcia, até porque o risco de provocarem crises alérgicas diminuiu muito com a carcterística de "laváveis".
"Nada substitui o talento" dizia a propaganda do prêmio da Rede Globo "Profissionais do ano" aos melhores publicitários e, assim também os bichinhos de pelúcia não substituem o afeto, a campanha é só um caminho para ele, é um alerta para a falta dele.
Ali, um filhote de macaco-aranha, foi encaminhado para o Hospital Veterinário do Zoológico de Sapucaia do Sul (RS) depois de ser rejeitado pela mãe. Ele tem 7 meses e é "criado artificialmente" na unidade. Segundo o veterinário Claudio Giacomini, Ali fica agarrado a um bicho de pelúcia para se sentir protegido. "É a referência dele. Se tivesse a mãe, ele estaria agarrado a ela", afirma (Foto: Miro de Souza/ Ag. RBS)
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL64260-5598,00.html
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