sexta-feira, 7 de maio de 2010

Simples assim - o amor!

A ciência do séc. XXI orgulhosamente apresenta: O amor!
...que virou hormônio. Pura química. Nada de "sentimento", nada de "mistério", nada de "especial"... só bioquímica cerebral.
Nossa que coisa sem graça, diriam os românticos!

Homens e mulheres só se olham com interesse depois que o corpo sentiu o cheiro do sistema imunológico do outro e reconheceu que é compatível, complementar para gerar descendentes mais fortes e resistentes a doenças.

Depois disso, achávamos que os valores, os conceitos, a cultura definiria se o outro é um bom parceiro. Nada disso. Estávamos romanceando a união do homem e da mulher.

Depois do cheiro do sistema imunológico, vem a testosterona, a dopamina e a ocitocina (nas mulheres) ou a vasopressina (nos homens).

Assim, depois da atração pelo cheiro, sim, é isso mesmo, entra em ação o hormônio testosterona que provoca o desejo sexual - a luxúria.

Depois da testosterona, entra em ação o neurotransmissor dopamina que alimenta o romance porque provoca o comportamento compulsivo de ficar horas pensando na pessoa amada. É o mesmo caso com os dependentes químicos.

Depois da dopamina chega a vez da ocitocina ou da vasopressina que gera a ligação, o companheirismo, o dito amor profundo que deixa as pessoas calmas e seguras, possibilitando a criação da família, cuidar dos filhos enquanto eles crescem.

Mas olha que desgraça, o benefício da ocitocina ou vasopressina traz junto um prejuízo, que é provocar a baixa da testosterona, consequentemente, o T..., digo, o desejo sexual diminui ou até acaba, o que não é de todo mal, pois quem conseguiria cuidar dos filhos subindo pelas paredes...rs?

E depois disso vem a crise dos sete anos, já que a criança está crescida e não precisa mais de tantos cuidados. Esta é uma herança dos ancestrais que, há 3 milhões de anos, vendo o filho independente aos sete anos, partíam para procurar outras fêmeas e procriar. Ainda bem que os filhos hoje ficam independentes mais tarde...rs. Mas isso não tem ajudado no momento presente, o que ainda vale é a herança no inconsciente. Talvez as próximas gerações internalizem que é preciso mais tempo junto dos filhos.

E o que fazer, então, com os relacionamentos?

Primeiro entendamos que a natureza não queria amor eterno, queria apenas que salvássemos a qualidade genética e a reprodução.

Depois, saibamos que o desejo está no que é novo. Inovemos então, pois, o auge do desejo é entre os dois ou três anos de relacionamento. Vale tudo pra provocar a produção da testosterona...rs.

Ainda vele lembrar que as atividades de aventura provocam o aumento da dopamina que mantém a ligação, a compulsão pelo outro.

A opção que se apresenta é aceitar que os relacionamentos acabam naturalmente ao cumprirem seu ciclo.

Simples assim.
Simples assim?
É o que a ciência está dizendo.

E haverá algum mistério nesse assunto ainda?
Sim.
Afinal, apesar do ciclo dos hormônios, há quem mantenha por longos anos o desejo, a compulsão pelo outro, a segurança com o outro.

Acredito que para reforçar a ação da ocitocina e da vasopressina, ou mantê-la, contamos com o poder da vontade, da escolha, da firmeza em manter a decisão por viver ao lado de alguém.

Como passou pela crise dos 7 anos?

Deixe aqui sua resposta, sua receita, seu segredo.

Fonte: Revista Superinteressante. Ed.278. Editora Abril. Maio, 2010.

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