Podemos definir comportamento agressivo como qualquer comportamento cuja finalidade é causar dano a outrem.
A condição para se determinar e considerar o ato agressivo, não é só o dano causado a outrem e sim, estabelecer se houve “causalidade pessoal” (intencionalidade) ou “impessoal” (devido a fatores que escapam à “vontade” do agente). Mesmo sem dano a outrem, alguns atos podem ser considerados agressivos, quando houve intenção e algo interrompeu a seqüência de atos que conduziram ao dano desejado. Só será considerada agressividade quando houver a intenção (causalidade pessoal). E o poder legítimo e de informação, exercido sobre alguém para que este pratique o ato agressivo? Neste caso, discute-se a co-responsabilidade do agente e do superior que deu a ordem. A discussão é de ordem ética, jurídica e psicológica.
Sobre a origem do comportamento agressivo, em outras épocas, acreditou-se que alguns possuíam o “instinto” agressivo. Hoje, considera-se o comportamento agressivo como resultado de várias causas, sejam psicológicas, neurológicas, sociológicas, ambientais entre outras.
Dentre as causas psicológicas, aparecem:
- Aprendizagem: educação dada pelos pais, que só atendem o pedido de um filho quando ele é agressivo ou, que repreendem agressivamente os maus comportamentos do filho em vez de repreender com firmeza. Como se aprende por imitação, há uma discussão sobre o efeito de filmes e programas de televisão com cenas de violência. Uns dizem que influencia negativamente, outros dizem que serve de “catarse” - simbolicamente a pessoa se imagina sendo agressiva como personagem da TV e assim evita a agressividade real.
- Fatores situacionais: frustração, provocação, perda.
Outras causas são apontadas:
- Distúrbios neurológicos: grave lesão cerebral, ausência ou excesso de certas substâncias químicas no cérebro, ou seja, neurotransmissores e outras;
- Sociológicas: pobreza, opressão, cultura delinqüente, injustiça social;
- Ambientais: bebida alcoólica, tráfico e, consumo de drogas.
Quanto ao comportamento altruísta, dizemos daquele que visa causar bem a outrem sem expectativa de retribuição, no entanto, uma ação que gera bem a outrem independente da vontade do agente, não pode ser considerada altruísta, pois falta o elemento da intenção.
Das causas apontadas para o comportamento altruísta, surgem: a aprendizagem (igualmente à agressividade) e, principalmente o fator situacional, como no caso de estarmos diante de alguém em perigo, é mais provável que façamos alguma coisa para ajudar se estivermos sozinhos, pois em grupo há difusão de responsabilidade, e um deixa para o outro tomar a iniciativa.
Na sociedade capitalista torna-se cada vez mais rara a ação altruísta, visto que os indivíduos são estimulados e conduzidos à competição e à satisfação de seus interesses pessoais, bem como, a dar apenas na medida em que recebermos em troca. O altruísmo há que ser desenvolvido, estimulado nos professores, com o objetivo de provocar e acompanhar a sua evolução, num movimento que se inicia na centração do homem em si mesmo e depois, pela descentração, torna-o capaz de transcender a si mesmo para ir até o outro.
“Quer isso dizer, em primeira aproximação, que não podemos progredir até os limites de nós mesmos sem sair de nós mesmos, unindo-nos aos outros, de modo a desenvolver por essa união um acréscimo de consciência – em conformidade à grande Lei de Complexidade”. (CHARDIN, 1978: p.81).
Fontes:
RODRIGUES, A. Psicologia social para principiantes. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996, p. 91-97.
CHARDIN, T. Mundo, Homem e Deus. 2ª ed. São Paulo: Cultrix, 1980, p.81.
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