segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Destilando o veneno

Algumas pessoas são mesmo más. Gente ruim.

Quando digo isso estou falando do "ser" dessas pessoas, não só do "fazer" delas.

Algumas pessoas fazem o mal sem a decisão livre pelo mal, até porque é impossível a vontade escolher o mal, ela só escolhe o bem, ou quando escolhe o mal é apenas sob o aspecto de bem que se lhe apresenta. Assim, algumas pessoas fazem o mal movidas por questões situacionais, por desequilíbrio psiquíco, por vícios, costumes e maus hábitos, vendo apenas um falso, superficial ou unilateral benefício dessa má ação, ou seja, o alívio do seu desequilíbrio, da sua compulsão, da sua ansiedade, do seu medo, da sua dor. Mas algumas pessoas planejam, arquitetam, realizam passo a passo uma ação que imaginam que faria a outra pessoa perder alguma coisa, sofrer, ficar com raiva, com medo, com dor, com tristeza ou em dúvida. Essas são as pessoas más. Agem após escolha livre, deliberada (após análise racional das opções)e consciente, sabedoras do mal que podem causar à outra pessoa e com esta definitiva intenção.

É conveniente fazer uma parada para um ato catequético e educativo neste momento, informando que tanto no pecado quanto no crime, o mal está na intenção, no querer, antes e mais do que no fazer. Para a fé católica só há pecado se a pessoa teve a intenção, o desejo de causar o mal a outrem. Para o Direito Penal brasileiro, se a pessoa causou o mal a outrem cometeu um crime, mas se ela causou sem intenção é crime apenas culposo, já, se causou o mal com intenção clara e manifesta disto, cometeu crime doloso, para o qual as penas são mais severas.

Voltemos ao assunto. O homem nasce tendente para o bem, para o belo e para a verdade. Mas a natureza não se basta, o meio onde vive pode garantir que esse ser busque sempre o bem, o belo e a verdade tanto quanto pode desviá-lo dessas tendências naturais. O meio forja o ser. E aí a qualidade do ser vai depender de três coisas, sua natureza, o meio a sua volta e suas escolhas, porque afinal, nem a natureza, nem o meio são deterministas. Querer é poder.

Primeiro, a qualidade do homem/mulher depende da "madeira" da qual esse ser foi feito. Não se pode exigir que um pé de pinus forneça madeira da qualidade de uma imbuia. Ninguém dá o que não tem. Isto é ontológico. (Um outro exemplo para entender mais fácil, agora com naturezas de seres diferentes: um cachorro jamais poderá passar a ser gente.) Mas a questão é que não é necessário que todos nasçam imbuia, afinal um bom pinus é extremamente útil, basta que seja um bom pinus.

A segunda coisa que contribui para a qualidade do ser é o meio em que ele vive, a cultura das pessoas a sua volta. Os valores. Os modelos. Os exemplos. Seria ingenuidade e ignorância esperar que pessoas que pouco foram exigidas na vida tivessem a carne, a inteligência e a moral firmes. Tudo é exercício! Não só os músculos se desenvolvem e se moldam pelo exercício, mas também o equilíbrio emocional, a inteligência, a civilidade, o caráter e a sensibilidade. É preciso treino. Em outras palavras, é preciso viver, e viver significa enfrentar as intempéries com responsabilidade, com sabedoria, com garra e não com capricho ou vaidades.

Há pessoas que pra conseguirem algo que querem agem como uma criança de 3 anos, sapateiam, esperneiam, choram e ainda dizem: "eu quero, quero, quero". Isto é doença da vontade chamada capricho. Em linguagem freudiana isto é também fixação na fase pueril, quer dizer, essas pessoas não querem crescer, continuam agindo como quando eram crianças, com o padrão da criança que tudo ganhava dos pais com o choro e a chantagem emocional. Que pena. Que negação ao crescimento. Que falta de perspectivas, de sonhos grandes. Estas pessoas são desnecessárias no nosso mundo que precisa tudo de todos.

A terceira coisa que contribui para a qualidade do ser, tenha 27 ou 42 anos, são as escolhas, as decisões tomadas, que devem sempre ser precedidas da deliberação, ou seja, da análise dos fatos, da avaliação dos prós e contras de qualquer opção. Aqui entram em jogo os valores aprendidos que determinam o que é prioritário, o que é secundário e/ou irrelevante; os princípios incorporados como pessoais e que determinarão o que é justo, correto e bom; o nível de conhecimento das coisas, suas causas, consequências e interrelaçòes; e a capacidade de domínio das emoções, que possibilita saber o que se sente e escolher melhor o que fazer com o que se sente.

Isto posto e sabido, podemos entender que pessoas que planejam, armam situações para causar prejuízos a outrem são pessoas de má qualidade, seja por sua natureza, por seu meio ou por suas escolhas ou ainda pelas três coisas juntas.

Alguém, que queira se justificar, poderia pensar: "mas se o problema está na má qualidade da natureza ou do meio isso não é culpa da pessoa". A esse eu diria: "Ora, não use o mecanismo de defesa da racionalização, não use premissas falsas, não fuja da verdade, mesmo com natureza frágil e um meio desprovido de bons estímulos, é possível treinar a vontade para boas escolhas e com isto superar prognóstico doentio.

Mas ser uma pessoa boa custa, precisa esforço, dói, não é possível ao ser humano sozinho. Pra isto é preciso a Graça Divina. É preciso estar em oração, conectado com a Fonte do Bem, ouvir a Voz do Bem, pedir a Sua presença, a Sua intervenção.

À propósito, há tempos percebo que sou uma filha predileta de Deus, a quem Ele não gosta de saber perseguida, ferida, ameaçada, desrespeitada em sua liberdade, integridade e honra. Há tempos vejo a ação de Deus em minha vida, às vezes me protegendo pra evitar que eu sofra alguns ataques, às vezes permitindo para que eu aprenda mais sobre a vida, outras vezes permitindo e punindo severamente meus algozes, mas sempre usando de tudo isso para elevar minha dignidade, para fortalecer meu espírito, para construir minha sabedoria, para me fazer ver além dos limites, do óbvio, do imediato e do aparente, para impedir que eu suje as mãos com a vingança, para mostrar aos outros que Ele é meu Pai e ninguém mexe com seus filhos prediletos sem provar da sua fúria, que muitas vezes é mais sórdida do que poderia ser a do homem. Deus, meu Pai, tem feito cair um a um os que me invejam, querem roubar-me, ferir-me e ainda põe na palma da minha mão a notícia da queda dos malfeitores. Não saboreio as notícias com sarcasmo, mas alimento minha fé com os sinais.

Curioso como é verdade que o homem tem dificuldade de ficar feliz com a felicidade do outro. Curioso como é verdade que os que dizem ter carinho por nós, ser nossos "amigos", preferem nos ver tristes, acabrunhados, morrendo em vida para que eles pareçam poderosos ao nosso lado. Ora, ora, não é preciso que a minha luz se apague para que a sua brilhe. Podemos brilhar todos. Mas pouquíssimos querem passar pelo processo de construir a felicidade, querem roubá-la pronta, como se fosse possível. A minha felicidade sempre é construída e compartilhada, mas jamais vou deixar roubá-la...é minha.

Há sempre várias formas de garantir os direitos fundamentais da pessoa, principalmente numa sociedade organizada e civilizada como a nossa no século XXI. Se tentarem me privar dos meus direitos, entrego os criminosos aos fazedores de cumprir a lei - os policiais e entrego os descontrolados aos técnicos de contenção - os socorristas. Simples, eficaz, serviço limpo.

Essa é a grande diferença de já ter 42 e não mais 27 anos de idade (embora nos meus 27 anos eu já fosse bem mais madura que essa geração "filhinho da mamãe", bem mais preocupada com coisas importantes, bem mais ocupada em melhorar o mundo); essa é a grande diferença de ter feito musculação intelectual, afetiva e moral; de ter conexão direta com Deus; de fazer acontecer a felicidade e não ficar só esperando cair do céu ou da mão de alguém; de saber o que se quer; de perseguir os sonhos sem precisar destruir os de ninguém; de ser gente de qualidade, cujo a natureza não é a frágil porcelaninha, o meio nunca foi adulador, e as escolhas sempre foram firmes pelo bem, pelo belo e pela verdade.

Sou feliz. Serei feliz. E todos podem ser também. Pena que alguns acostumaram com os ganhos secundários, as migalhas, arrancam e se contentam com qualquer olhar mesmo que seja o da raiva ou da pena, com qualquer palavra mesmo que seja a do desgosto, com qualquer toque mesmo que seja pra impedir que se aproxime. Esses perderam a dignidade e o amor próprio e pensam que encontrarão fora de si, num outro.

Ah! Adoro um jogo de cartas. Joguei por muitos anos. Tenho intimidade com o "pano verde". O baralho que tentaram usar tem cartas marcadas demais e a jogada era muito simplista. É preciso que sejam mais sagazes, menos evidentes, melhor estrategistas, grandes artistas para me fazer cair num blefe. Rsrs

Ficou meio com cara de novelinha mexicana...rsrs...mal dublada, mal encenada, não convenceu.
Acho que tem gente assistindo "Malhação" demais. Rsrs

Ainda vou abrir uma "Escola de Homens". Alguns vão pagar mais caro pelo curso porque vão dar muito trabalho. Rsrs

Nenhum comentário:

Postar um comentário