segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Questão de escolha! Espernear ou arriscar?

Tudo a cada segundo depende de minha decisão.

Não é maravilhoso isso?

Que poder, hein?!

Dotada de razão e sensibilidade, posso construir conhecimento e iluminar minha vontade para melhor escolher, para escolher o que é bom, para mim e para os outros.

Sim, as coisas devem ser boas para todos, mesmo que a alguns não pareça bom ainda naquele momento, mesmo que alguns não consigam perceber o bem ainda.

Às vezes as decisões de uns não são mesmo boas para todos à princípio, mas aí, há ainda uma segunda chance de tudo dar certo, de tudo ser bom para todos. Qual é a chance?

É simples! Se para alguém a decisão do outro provocou um efeito aparentemente ou aprioristicamente negativo, esse alguém pode pegar o negativo e transformar em positivo, pois, nada é totalmente e/ou exclusivamente mau ou bom, então, pela lógica, posso do mau retirar algo de bom. Este é o segredo, o milagre, a dádiva que poucos enxergam ou poucos querem enxergar, afinal, dá trabalho transformar! rs Parece melhor esperar que alguém me dê o que acho que preciso, o que acho justo pra mim, o que quero caprichosamente!

Mordaz isto? Sim! E vou carregar mais ainda na impressão...é cáustico, ácido, áspero mesmo. Mas verdadeiro! Vivido na carne, na mente e no espírito! Garanto! (E pra quem gosta de categorias, de análise científica...Esta declaração é puro empirismo. Com pitadas de racionalismo, existencialismo e até misticismo.)

Há pouco mais de 10 anos alguém tomou uma decisão que me afetava diretamente. Levei muitos anos para perceber o bem que isso me traria. Por 2 anos fiquei na atitude pueril, vitimizada, engessada, "birrenta" como uma criança mal educada que esperneia dizendo "não vou, não quero, não faço", como se isso fosse comover alguém...rs. E como era de se esperar, nada consegui...rs. Foi aí que decidi me mover. Terapias, remédios, orações e uma boa dose de falta de medo...rs...ou uma boa dose de vontade de sentir a adrenalina nas veias, coisa que o risco provoca...rs. Parece lindo, mas vamos nomear esse quase Hino à coragem...rs...essa capacidade de correr riscos em mim chama-se transtorno bipolar no dna...rs...ainda bem que em mim os riscos precisam ser razoavelmente calculados...rs.

Então arrisquei conviver de novo, formar par, mas fomos apenas dois e não par. Sabe dança em baile de formatura da década de 90 e deste início de segundo milênio? Vou explicar melhor. Na década de 70 e 80, ainda dançava-se em par, um tinha que pegar na mão do outro pra dançar, era preciso o homem segurar e conduzir a mulher, era preciso a mulher se deixar conduzir e fazer-se leve, era preciso se tornar um par para coreografar no salão. Depois disso, a dança passou a ser individual, mesmo quando um está em frente ao outro, dançam, mas não se precisam pra coreografar, cada um dança como quer sem sofrer a ação da dança do outro quase. Isto é ser dois e não par. Dois é legal, mas par é maravilhoso, muito mais gracioso, gera muito mais possibilidades. E todo mundo quer mais possibilidades, variação, riqueza de detalhes e de movimentos, por isso o sucesso do quadro "Dança dos famosos" no programa do Faustão.

Cansada de viver a dois, achei melhor viver a uma...rs...mas logo lembrei que é pobre isso, e como tenho manias de grandeza, como sou às vezes megalomaníaca, como nunca me contentei com pouco, voltei às raízes e, bem, sonhei de novo com a possibilidade de formar um par.

Fui à luta. Desejei muito, com ardor, s e n t i como real a presença de um par. Imaginei cenas, v i s u a l i z e i minha felicidade estampada no rosto que ria solto e no corpo que rodava de braços abertos no ar, à minha volta uma luz de sol de verão. S e n t i aromas de temperos e perfumes de flores. V i s u a l i z e i um par. Arrisquei conversar. Arrisquei olhar. Arrisquei me aproximar. Arrisquei tocar. Arrisquei ouvir. Arrisquei falar. Arrisquei silenciar. Arrisquei apenas estar com. Arrisquei o pior, o mais difícil, o menos racional, o mais humano, o mais condenável pelos objetivos, o mais raro, o menos provável em tempos de alta modernidade, porque arrisquei c o n f i a r.

Confiando, estou tentando formar par. Não é fácil. Mas é possível, porque é uma questão de escolha livre, e livre porque é iluminada pela razão, que aponta as vantagens do par. Se o outro vai formar o par, ainda é cedo pra saber, mas as músicas que dançamos no baile dos primeiros dias já deu pra ter uma idéia de que temos muitas possibilidades de fazer não só o corpo dançar, mas também a alma, temos sincronismo, leveza, ritmo, criatividade, firmeza suficiente para certos movimentos e principalmente g o s t o pela inovação, pelo improviso, pela evolução, pela beleza, pelos detalhes, pela inteireza do par.

Para quem entende de humanidades, para quem entende de gêneros, para quem entende de vida vivida além do sofá ou dos livros, sabe que encontrei alguém que vale a pena sonhar de novo.

Bom isso, não? rs

Você também pode. Não fica esperneando não...rs...a vida passa.

2 comentários:

  1. Mari!!! Feliz estou por você!! Tudo de bom! Curta os bons momentos!

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  2. Oi Ro! Obrigada. Tão raro isso das pessoas ficarem felizes com a felicidade da gente. Tão bom. Já dividi tanta tristeza com vc. Dividir alegrias é bem melhor.

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