domingo, 29 de agosto de 2010

"A vida dos outros"

Lembrei-me agora desse filme e decidi transcrever aqui meu registro no diário de papel em 07.11.2009:

"Hoje, agora há pouco, 23h30, acabo de assistir um belíssimo filme: "A vida dos outros", escrito e dirigido por Florian Henckel Von Donnersmarck, lançado em DVD em abril/2008 pela Europa filmes. Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. O filme fala de muitas coisas além do óbvio e evidente controle do Estado alemão comunista sobre as pessoas.
Ouvi a citação do filme na reportagem do Jornal Nacional de 06/novembro/2009 sobre a comemoração da queda do muro de Berlim no próximo dia 09/novembro/2009 - 2ªf. em que completará 20 anos.
O filme fala sobre o poder da música para despertar o melhor das pessoas: "Sonata para o homem bom", fala da bondade e da sensibilidade que faz atravessar fronteiras, não físicas, mas ideológicas e fala de poder, onde fica visível a máxima de Michael Foucolt: "o poder determina o saber".
O filme fala das motivações para escrever: a dor da perda de liberdade e também a gratidão pela liberdade.
O filme fala do submundo do poder, sua podridão, sua promiscuidade no sentido conotativo e denotativo.
O filme fala da fragilidade da mulher, da sua exploração pelos homens, do preço que lhe é imputado para continuar viva, do custo da sua dignidade - o suicídio, da sua inclusão na história como mais uma estatística apenas.
O filme fala de humanismo.
O filme fala de estratégia - para o mal e para o bem, as possibilidades de escolha.
O filme diz mais no silêncio do personagem que "devia" falar, que "devia" escrever e não fala, não escreve para assim dizer e fazer o que pensa, sente, acredita.
O filme fala de resignação, resiliência: "abrir cartas no vapor".
O filme fala de semi-anonimato. O filme fala de grandeza humana.
E o filme fala do óbvio: controle, e dá exemplos e ideias a quem já tem esta prática.
O filme fala de invasão de privacidade.
O filme diz o que cada um tem condições de ouvir, mostra o que poucos conseguem ver.
Quem do público poderia dizer "esse é para mim".? Quem do público já foi capaz de merecer tamanho agradecimento, "Dedicado a HGW", por uma boa ação e no silêncio?
O filme é uma "película para um homem bom".
O filme fala de cada um dar ao outro o melhor de si, um o silêncio, outro a palavra escrita, e os dois se dão a discrição.
O filme fala da solução de um conflito, mas não de um conflito ideológico, político e econômico, mas de um conflito moral. Não foi o capitalismo que venceu o comunismo, não foi o ocidente que venceu o oriente, foi a liberdade que venceu o controle."

Assistam, é belíssimo!
Loquei na 100% Vídeo.

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