segunda-feira, 30 de maio de 2011

Os homens que não amavam as mulheres

Este é o título do livro de Stieg Larsson e também do filme dirigido por Niels Arden Oplev lançado em 2009.
Há menos de dois anos recebi a indicação deste livro por um jornalista na internet, juntamente com a indicação de outro que já li e gostei muito.
Hoje acabei assistindo o filme antes de ler o livro - não venço ler tudo que me interessa no tempo que gostaria.
Em geral os homens não amam as mulheres. Ou melhor, vamos abrandar isso, em geral os homens mais desejam do que amam as mulheres. Talvez fique melhor assim, em geral os homens não sabem amar as mulheres. Melhor não dar parecer, alguém que se sinta ferido logo dirá que não posso generalizar.
A história é recheada de violência sexual - estupros seguidos ou não de assassinatos. Mas se é recheada de crimes é recheadas de vítimas também. Pouca vingança até. Mas o bonito é perceber que contra a história de vida, contra a programação mental, algumas mulheres sobreviventes ainda guardam algo bonito dentro de si e mais surpreendente ainda é ver que elas ainda se dispõem a dar um pouquinho dessa coisa bonita para um homem.
Talvez os homens maus não tenham conseguido macular a imagem de todos os outros. Talvez as mulheres que sobreviveram só o conseguiram por dissociarem aqueles homens dos outros todos.
E esta dissociação/diferenciação me faz lembrar a Teoria do Equilíbrio de Fritz Heider, já explicada aqui numa postagem sobre os Fenômenos da Interação Humana - formação de atração entre as pessoas.
É um filme bem dinâmico, investigativo, com algumas cenas fortes, com saldo tanto negativo quanto positivo de sensações. Prefiro aqui falar do saldo positivo. Da cura. Do quanto a alma de uma mulher pode ficar leve quando ela se sente amada por um homem. Do que uma mulher é capaz de fazer pra retribuir o amor recebido de um homem. Do quanto o amor é maior que a decepção (E é bem esse o termo usado no filme para se referir ao que o criminoso provoca nas vítimas e com o que ele se deleita e se compraz - a decepção).
Em escala menor de violência e de criminalidade, visito às vezes o submundo e vejo esse mesmo prazer no gênero masculino - inebriar, encantar e causar decepção.
Façamos justiça, assim como eu "visito" o submundo e não faço parte dele, há outros que da mesma forma encontro lá, mas não são de lá. E há entre os pervertidos, ou doentes, os mal educados, os sórdidos, os que guardam algo bom dentro de si e só precisam de alguém que os ame de verdade para que sintam-se à vontade de externar o que trancafiaram a sete chaves por medo, por terem sido traídos em sua confiança uma vez, feridos em sua dignidade.
Todo agressor é antes uma vítima de alguém e, de si mesmo depois das feridas abertas.
Prefiro ver assim do que pensar como o senso comum de que alguns optam livremente por fazer o mal. Soaria como aberração da natureza.
E não posso esquecer das aulas de Psicologia da Educação na minha graduação com o Pe. Miguel, graduado em cinco áreas diferentes: Matemática, Direito, Biologia, Filosofia e Teologia, quando ele explicava que o ser humano tem a tendência para o bem e tudo que ele escolhe é sob o aspecto de bem que a coisa se lhe apresenta, que o mal é a negação do bem, e que o ser humano não conseguiria escolher o nada, exceto o bem, por isso quando mata, é vendo no ato algo de bom, é com este enfoque que mata, se visse a negação do bem no ato não o cometeria. É portanto uma falha no processo decisório, falha na primeira fase do Ato Livre, que é o conhecer, o analisar. O ser humano fica cego, vê apenas uma parte da realidade, vê apenas que vai se ver livre de um problema, por isso mata. Não vê que deixará de promover a vida.
Os homens que não amam as mulheres falham, portanto, intelectualmente, na fase do conhecer, do analisar, do ver o todo.
Os homens que não amam as mulheres só vêem o seu prazer, fatiam a realidade, desconsideram a interação, o sistema, a rede que é a vida humana, o Universo, a criação e o Criador.
Os homens que não amam as mulheres foram vítimas, não foram suficientemente amados, respeitados em sua dignidade?
Os homens que não amam as mulheres têm doenças psíquicas sem tratamento - problemas físicos, químicos ou elétricos cerebrais, ou ainda problemas emocionais?
Os homens que não amam as mulheres aprenderam com uma cultura que prega a preponderância de um gênero sobre o outro?
Os homens que não amam as mulheres podem ser recuperados? No sentido do filme, do estuprador, diz a ciência que não e que por isso deve viver recluso.
Mas, e os homens que mostram não amarem as mulheres em grau menor de violência?
Precisam de amor.
Amor!
Acolhimento de alma. E isso pouco se faz com palavras. Amor é atitude. Amor é cuidado. Amor é dar. Amor é Ver o outro. Amor é deixar o outro ser.
E o mesmo professor dizia em outra de suas aulas..."ninguém dá o que não tem."
Se os homens não amam as mulheres, talvez seja porque as mulheres não amam os homens.
Precisamos todos reaprender a amar. Precisamos não ter medo. Precisamos em toda situação olhar para o outro com ternura, com deslumbre, como quem descobriu o tesouro ou quer descobrir. Como quem respeita o valor desse tesouro.
Mas só consegue isso quem conhece o tesouro que é o ser humano.
Então fica a sugestão: que tal crescer em sabedoria e conhecer mais da natureza humana, dos seus gêneros inclusive?
Afinal quem não conhece seu próprio negócio está fadado ao fracasso, à falência do seu empreendimento.
Penso que a vida humana é o nosso maior empreendimento.
Aos homens que sabem amar as mulheres, deixo a minha reverência, curvo minha espinha, baixo minha cabeça, não para submeter-me, mas para reconhecer por um instante ao menos sua grandeza e agradecer por mim e por todas nós.
E como diz a propaganda da Coca-Cola, os bons são mais. rs



sexta-feira, 27 de maio de 2011

Música de qualidade


Ainda tenho alguns poucos amigos que compartilham de alguns gostos, gostos que igualmente despertam nossas sensibilidades e, o bom é que sabemos o que é capaz de fazer isso uns com os outros e, melhor ainda, é que damos um jeito de nos "enviar" esses "despertadores" vez ou outra.

O vídeo a seguir recebi como indicação por e-mail, de uma amiga de infância, que pouco nos temos visto fisicamente, mas tanto nos conhecemos, tanto nos queremos bem e, nos vemos vendo junto essas coisas bonitas da arte. Essa sintonia fina é coisa de quem já cantou e tocou junto,  porque pra quem não sabe,  quando se toca e canta junto, olha-se muito, um fala para o outro com o olhar..."é agora", "é você", "agora é comigo", "vamos juntas", "paramos agora"...e isso nunca mais se perde...a sincronia, a precisão do tempo, a harmonia.

Obrigada minha amiga.

Boa audição para todos. Olhem que bonito.



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=QW0i1U4u0KE&feature=related

Para ajudar os homens a entenderem as mulheres


Se uma mulher estiver com olheiras é porque ela dormiu pouco. E dormiu pouco ou porque trabalhou muito, ou porque se divertiu muito e até tarde.
Em quaisquer das situações apenas compreenda os sinais e é melhor não questionar, investigue e descubra por observação se foi por um motivo ou outro.
Se ela for uma pessoa próxima a você, do seu convívio, com quem tenha certa liberdade, dê a ela um abraço, um chocolate, um cálice de vinho do porto, algumas horas de sono tranquilo e acorde-a com flores. Só depois disso tente, se esforce, se empenhe e seja eficiente caso queira ser a causa do próximo episódio de olheiras dela por diversão.
Pode ser que ela decida trocar seu creme antiradicais livres por você. Se isto não acontecer, sugiro um curso com muitas aulas práticas, uma boa pedida são instrutores nascidos antes de 1961. Pague quanto ele cobrar. Se depois disso tudo você ainda não causar, a essa mulher, olheiras por diversão, desista, você seguiu a vocação errada. Ela não precisa de mais trabalho. Tampouco precisa de quem não lhe diverte.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Lord of the Dance no Brasil

Espetáculo de sapateado "Lord of The Dance" iniciou apresentações em SP nesta quarta (25).
Quem pode ir não deve perder. A sincronia dos bailarinos nas coreografias é incomparável.
Leiam: http://entretenimento.uol.com.br/ultnot/2011/05/25/espetaculo-de-danca-irlandesa-lord-of-the-dance-inicia-apresentacoes-em-sp-nesta-quarta-25.jhtm

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um pedacinho do céu

Dirigindo à noite, voltando para casa, aliás, importante este movimento, "voltando para casa", ouvia esta música no carro, tive que parar no semáforo, foi bom porque deu mais tempo de ouvir, deu tempo de sentir... uma sensação de plenitude, de aqui estou e aqui quero ficar, de este é o meu lugar e tempo da Graça, de estar nos braços Daquele que é maior, de estar diante e com Quem nunca usou ou usaria o que sabe de mim para dizer "olha como sei das suas sombras!", de paz, de eu sou, de eu posso, de eu valho, de eu sou bem vinda, de "venha com tudo que eu sei das suas sombras mas sei mais das suas luzes (leia-se: seus defeitos existem, mas eu não estou interessado neles)!", de eu sou boa. É. Eu sou boa! Aqui todos são bons. Aqui repouso, vibro, existo. Aqui é bom. Aqui e agora é a antecipação do paraíso. O encontro é o lugar do perdão e da festa (1). Estou em festa. E festa tem música. Que toquem as cordas!

_____________

1. Parafraseando Jean Vanier no título do seu livro "Comunidade: lugar do perdão e da festa".
Obs. Eu não domino o idioma da música. Não pude, enquanto ouvia no carro, "entender" logicamente o que a letra dizia, mas intuitivamente, creio ter "sentido" que este é o céu que queremos, que merecemos e que teremos.




All The Heavens
(Todos os céus)
Third Day


Enquanto Seus filhos se reúnem em paz
Todos os anjos cantam no Céu
Em Seu templo tudo que procuro
É ver o fulgor da Sua santa presença

Todos os céus não podem contê-lo Senhor
Quanto mais em mim?
Só posso fazer meu único desejo
Estar contigo

Todos os anjos Te exaltam nas alturas, Senhor
Que reino para renunciar!
Mas Tu deixaste teu trono no céu
Apenas para viver em meu coração

Todos os céus não podem contê-lo Senhor
Quanto mais em mim?
Só posso fazer meu único desejo
Estar contigo

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Não era qualquer Claudio

Hoje em frente a TV sintonizada no programa Todo Seu apresentado pelo Ronnie Von, enquanto escrevia, ouvi uma voz com timbre muito similar a um já conhecido, olhei pra tela e não reconheci a imagem. Fiquei acompanhando até ele ser apresentado novamente. Claudio...mas não era qualquer Cláudio, era Claudio Lins, filho de Ivan Lins e Lucinha Lins. De repente uma música belíssima, que posto aqui para brindar aos visitantes com uma obra completa...que reúne poesia, melodia, execução instrumental e vocal belíssimas.
Um parêntesis aqui. (E foi nada menos que isso que plantei pra minha filha colher...ser uma musicista completa, que executasse, compusesse e cantasse. Ela é afinadíssima, tem um timbre de voz agradabilíssimo e chegou a aprender a executar peças ao piano. Mas só agora, depois de dois anos sem estudar a música, está descobrindo o prazer inebriante dela, quando enfim encontra amigos que vivem a música antes de a dominarem tecnicamente. As janelas abertas no cérebro quando infantes nunca se fecham).

Ouçam.

Com carinho.





Cupido

(Cláudio Lins)


Eu vi quando você me viu
Seus olhos pousaram nos meus
Num arrepio sutil
Eu vi, pois é, eu reparei
Você me tirou pra dançar
Sem nunca sair do lugar
Sem botar os pés no chão
Sem música pra acompanhar
Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu

Eu vi quando você me viu
Seus olhos buscaram nos meus
O mesmo pecado febril
Eu vi, pois é, eu reparei
Você me tirou todo o ar
Pra que eu pudesse respirar
Eu sei que ninguém percebeu
Foi só você e eu
Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu
Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu
Ficou só você e eu
(Quando você me viu)


Fontes:

http://www.youtube.com/watch?v=DRh5E5wjV48&feature=related
http://letras.terra.com.br/claudio-lins/1269183/

domingo, 22 de maio de 2011

Loratadina

Quem tem crises de rinite sabe que essa substância ajuda muito, até porque é dos raros antialérgicos que não provocam sono.
Hoje foi um dia de curtir a irritação que isso provoca, com direito a:
Congestionamento nasal.
Calor na pele do rosto.
Cansaço por respirar mal e oxigenar menos o cérebro e todo o organismo.
Pena que não é mágica.
Pena que é preciso mais de uma dose.
Pena que a segunda dose precisa esperar 12h.
Mas é bom saber que passa.
É bom saber que esquecemos a sensação ruim.
É bom saber que hoje era domingo, dia de descanso mesmo.
Mas é ruim andar sem ter um ombro pra se encostar e dividir o peso do cansaço.
É ruim depender de alguém pra alcançar as coisas porque se está demasiado cansado pra levantar do lugar.
É ruim imaginar que outras situações desta virão.
Viva a Loratadina!
Viva todos os medicamentos que nos põem em pé.
Viva todas as drogas que nos tornam independentes.
E quando isso não for eficiente,
que haja enfermeiros bem formados,
médicos conscientes,
legistas suficientemente frios e objetivos,
tanto quanto todas as pessoas à nossa volta.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Gostos e Personalidade - o que dizem as pesquisas? (um bom Estado da Arte)

Pesquisas sobre "Preferências estéticas e traços de peronalidade" apresentadas na revista "Mente Cérebro" ano XVII, nº 220, da Editora Duetto, sob o título "Diga-me do que gosta e direi quem você é!" assinada por Christiane Gelitz, jogou luzes sobre o fato de eu sempre gostar de arte, qualquer uma, seja plástica (desenho, pintura, escultura...), música, dança, fotografia, teatro, cinema e, ainda, em cada uma delas, gostar de alguns estilos mais que outros, ou ainda, o fato de preferir esta ou aquela atividade. As pesquisas mostram que "aquilo de que gostamos "naturalmente" é uma questão de tipologia, não de capacidade cognitiva". Vamos a elas.

1. Uma das pesquisas é de 2009, do psicólogo Chamorro-Premuzik, da Universidade de Londres (Inglaterra), realizada por meio de teste on-line, com 90.000 pessoas entre 13 e 90 anos, às quais foi orientado avaliar 24 pinturas de quatro estilos (cubista, renascentista, impressionista, temas japoneses) e, em seguida, responder um questionário que avaliava os cinco grandes fatores da personalidade (abertura a novas experiências, extroversão, instabilidade emocional ou neuroticismo, amabilidade, conscienciosidade), resultando que:
- quem se interessa mais por imagens impressionistas tem em sua personalidade traços predominantes de "amabilidade" e "conscienciosidade" e pontuação baixa em "abertura a novas experiências";
- quem se interessa mais por imagens cubistas tem em sua personalidade traços predominantes de "extroversão";
- quem se interessa mais por imagens renascentistas (clássicas) teve pouca pontuação em "abertura para a novas experiências";
- quem se interessa mais por arte abstrata, expressionismo, surrealismo ou pop art tem em sua personalidade traços predominantes de "abertura a novas experiências".

2. Outra pesquisa é de 2005, do psicólogo Sam Gosling, da Universidade do Texas (EUA), realizada com voluntários a observar quartos de desconhecidos para posteriormente opinar sobre a personalidade do proprietário, isto porque defende que as pessoas deixam marcas no ambiente e nós as usamos para criar a imagem de uma pessoa em nossa mente. A pesquisa resultou que:
- quem acumula uma grande quantidade de jornais, livros, CDs (diversidade) cria uma imagem na mente das pessoas de ser alguém com traço predominante de personalidade de "abertura para as novas experiências";
- que os traços predominantes de personalidade são inferidos nào pela quantidade de material de leitura, mas sim pelo tipo das publicações;
- Histórias em quadrinhos, livros sobre música  e filosofia revelam muito pouco sobre a personalidade dos seus proprietários;
- Volumes de arte, psicologia, poesia e revistas noticiosas costumam ser lidas por pessoas com traço predominante de personalidade de "abertura para as novas experiências" e "conscienciosidade";
- quem prefere conteúdo humorístico e político cria uma imagem na mente das pessoas de ser alguém com traço de personalidade mais conservador.

3. A pesquisa semelhante de 2004, dos psicólogos Nicola Schutte e John malouff, da Universidade de New England (Austrália), com mais de 200 estudantes, atráves de um questionário que avaliava os cinco fatores de personalidade em relação a seus gostos literários, resultou que:
- quem prefere ler os clássicos da literatura e a seção cultural de revistas e jornais fizeram mais pontos no quesito "abertura a novas experiências";
- quem preefere ler publicações científicas também fez alta pontuação no quesito "abertura a novas experiências"e ainda no quesito "conscienciosidade";
- quem prefere ler romances e  revistas de fofocas (água com açúcar) pontuaram acima da média em "extroversão" e menos no fator "abertura a novas experiências";

4. Estudo semelhante feito em 2005, pelos pesquisadores Gerbert Kraaykamp, da Universidade de Nijmegen, e Koen Vvan Eijck, hoje da Universidade Erasmus (Holanda), através de entrevista com 3.500 homens e mulheres, entre 18 e 70 anos, de vários grupos sociais, levantou a relação dos fatores de personalidade com os gostos por atividades culturais e de lazer, resultando que:
- quem frequenta mais eventos culturais, tem mais interesse por teatro, prefere ouvir música clássica e canções de ídolos pop, assiste a filmes "comerciais" com a intenção de se divertir, evita assistir filmes e ler livros excessivamente românticos, descreve-se como "aberto a novas experiências";
- quem prefere filmes e livros excessivamente românticos declarou-se "emocionalmente instável";

5. Estudo feito pelo pesquisador Adrian Furnham em 2001, com base na teoria dos anos 1970 de que as "preferências estéticas" estão relacionadas com a "busca por sensações" (sensation seeking), descrita pelo psicólogo Marvin Zuckerman, da Universidade de Delaware (EUA) - que define os Sensation seekers como pessoas que não suportam a monotonia e o tédio, e anseiam por estímulos buscando-os em experiências intensas e/ou arriscadas, mostrou que pessoas com esse comportamento:
- tenderiam a gostar de arte abstrata, pop art e surrealismo e rejeitar pinturas representativas;
- não se agradam com motivos visuais tradicionais e amenos que lhes despertariam estímulos demasiados sutis, enquanto a ambiguidade e a confusão gerada pelas imagens abstratas os satisfariam;
- preferem em geral ouvir rock e composições clássicas;
- rejeitam trilhas sonoras de filmes e canticos religiosos;
- consegue relaxar melhor com as batidas de Marilyn manson ou com free jazz;

6. A pesquisa de 2006, novamente de Sam Gosling agora com o psicólogo Peter Rentfrow, da Universidade de Cambridge (Inglaterra), através de participantes que ouviram as dez músicas preferidas de pessoas que não conheciam, para delas tirarem conclusões, mostrou que:
- a primeira impressão intuitiva frequentemente está correta;
- o acerto de conclusões foi maior quanto aos fatores de personalidade "abertura a novas experiências"e "extroversão";
- os ouvintes de estilo "intenso e rebelde" se descreveram como pessoas "abertas as novas experiências";
- os ouvintes do tipo de música "reflexivo e complexo" são os abertos e politicamente liberais;
- os ouvintes de estilo "rítmico e dinâmico" são "extrovertidos";
- os ouvintes de estilo "convencional e alegre" são extrovertidos mas também afáveis, conscientes de suas responsabilidades e conservadoras.

7.  Uma pesquisa similar de 2008, coordenada por Marc Delsing, da Universidade de Utrecht (Holanda), com mais de 7.000 adolescentes holandeses entre 12 e 16 anos, através de enquete sobre o consumo de drogas e estilos musicais, concluiu que:
- na Holanda, os adolescentes ouvintes de jazz e clássico se descreveram mais frequentemente como "emocionalmente instáveis".
-  na juventude poucos adolescentes mudaram seu gosto, e com o aumento da idade ele foi se tornando mais sólido;
- jovens extrovertidos se distanciavam cada vez mais, com o passar dos anos, do rock e do punk, voltando-se para o pop e o urban;

8. Um estudo realizado em 2008, pelo psicólogo Hasan Tekman, da Universidade de Uladag (Turquia), descobriu:
- um quinto estilo musical - música folclórica turca, cujos fãs se destacavam principalmente pela "amabilidade", "conscienciosidade" acima da média e leve tendência ao "neuroticismo";
- a predileção pela música intensa e rebelde apareceu associada nos "abertos para novas experiências;
- a predileção pela música reflexiva e complexa"apareceu associada nos de cárater menos afável;

9. Um estudo de Richard Zweigenharft, do Guilford College (EUA), através de entrevistas com 83 estudantes universitários descobriu relações entre os gêneros musicais e várias refinadas facetas da personalidade:
- os ouvintes de funk se consideram corajosos, pouco organizados e menos disciplinados que os outros;
- fãs de heavy metal e de ópera aparentemente compartilham a característica da desorganização;
- amantes do rap e do hip-hop confessam "falta de disciplina", "descrevem-se como "impulsivos" e "àvidos por experiências", são "sociáveis" e "abertos a questionamentos";
- uma queda por música gospel foi associada a uma grande "abertura para novas experiências" e se adequam mais aos ouvintes de jazz, música folclórica e world music;
- a preferência por cânticos religiosos mostra tendência à rigidez em relação às próprias crenças e opiniões e têm mais elementos em comum com adeptos do country e pop;

10. Outro estudo dos pesquisadores Adrian C. North, da Universidade de Leicester e David J. Hargreaves, da Universidade de Roehampton (Inglaterra), através de enquete realizada com mais de 2.500 pessoas entre 18 e 60 anos, identificou o típico estilo de vida de diversos grupos sociais e suas preferências musicais:
- fãs de musicais são os que se comportam  de forma mais exemplar, evitam álcool e drogas, respeitam leis e costumam se engajar em causas pelo bem-estar coletivo ou de minorias;
- a queda pela música clássica, jazz, blues e ópera indica, em geral, diploma universitário e é característica das classes média ou alta;
- ouvintes de hip-hop ou de dancefloor são os mais transgressores: muitos usam drogas e mais da metade já cometeu algum crime.

11. Um estudo de 2010, coordenado por Juul Mulder, da Universidade de Utrecht, sobre as preferências musicais e uso de drogas de 7.000 adolescentes revelou:
- adeptos de punk/hardcore, techno e reggae consumiam mais drogas, em comparação com fãs de música mainstream, pop e clássica.

12. Uma pesquisa de 2009, coordenada por Valorie Salimpoor, da Universidade McGill (Canadá), investigou como os sentimentos de êxtase musical se manifestam no corpo, através de audição de dois tipos de músicas - as preferidas e neutras, e revelou:
- o sentimento de exaltação que surgiu em determinados momentos ao ouvir as composições preferidas estava intimamente associado à excitação autônoma - aumento da condutividade da pele, da frequência respiratória e cardíaca, enquanto a pressào sanguínea e temperatura corporal baixavam.

13. Em 2005, os neurocientistas Daniel J. Levitin, da Universidade McGill, e Vinod Menon, da Universidade Standford (EUA),  descreveram o que ocorre no cérebro com os sentimentos de êxtase musical:
- ao apreciarmos uma música, a atividade de uma rede neuronal também ativa com outras emoções positivas se altera: a área tegmentar ventral intermedeia a interação entre o núcleo accumbens, o hipotálamo e a ínsula, que regulam as reações vegetativas descritas.

14. Em 2002, o médico Eckart Altenmüller, diretor do Instituto de Fisiologia Musical da Universidade de Hannover (Alemanha) demonstrou a área do cérebro estimulada pela música:
- a apreciação musical está associada a uma atividade claramente mais intensa no córtex cerebral esquerdo;
- os sentimentos negativos têm uma base no hemisfério direito.

15. Pesquisa de 1999, coordenada pela neuropsicóloga Anne J. Blood, da Universidade McGill (EUA), demonstrou porque determinadas peças musicais nos entusiasmam mais que outras:
- quanto mais dissonâncias os pesquisadores adicionavam a uma peça musical composta por eles, menos ele agradava os voluntários do estudo e mais forte era a circulaçào sanguínea em certas regiões do hemisfério direito;
- se nossa música preferida provoca um arrepio na espinha, isso se reflete, por outro lado , nas estruturas límbicas ventrais que se tornam ativas também durante o consumo de chocolate.
- a maioria experimenta o estado de êxtase musical principalmente quando soam as melodias harmônicas das chamadas popsongs.
- um sensation seeker precisa de uma excitação mais intensa de seus nervos para atingir seu melhor nível de estimulação;
- pessoas com maior abertura para novas experiências precisam de estímulos mais complexos.

16. Um estudo de 2009, de Charmorro-Premuzic e seus colegas investigam mais a fundo o sentido e o objetivo de ato de ouvir música e reforçam a teoria anterior demosntrando que:
- pessoas mais abertas com frequência usam suas músicas preferidas para estimulação intelectual;
- pessoas contemporâneas extrovertidas usam suas músicas preferidas como distração;
- neuróticos usam suas músicas preferidas para a regulação emocional.


As constantes mudanças de culturas locais e de épocas impedem de certa forma a construção de um "manual" que desvende as preferências estéticas, exceto se for constantemente reescrito e em diversas localidades.

Tivemos aqui um bom exemplo de GAVETINHAS DA PSICOLOGIA!
Onde me encaixo hoje?
Onde eu me encaixei ontem?
Onde eu me encaixarei amanhã?

Que bom que as gavetinhas não têm chaves, assim posso mudar a cada minuto.
Essa é a minha natureza!
Essa é a sua natureza!
Essa é a nossa natureza humana - mutável!

Mas entendi algumas coisas em mim com esse levantamento de Estado da Arte sobre gostos e personalidade. Espero que sirva a você também.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Vibrações

Tem momentos que o volume da música precisa ser alterado para cima, os sentidos pedem, algo precisa vibrar com o som. É o sangue que pula nas veias pedindo pra só correr, fluidamente e, a música parece poder ritimá-lo, desde que sobreponha seus saltos. Para isso é preciso algo extremo, às vezes a agregação de forças, onde uma delas pode ser o volume alterado para cima e a outra até a suavidade exagerada de uma baladinha num violão com uma voz masculina aveludada, supostamente despretenciosa e por isso tão evidentemente cheia de vibrações subliminares, porque ninguém se contém sem que a contenção fique perceptível aos mais atentos - que a identificam, ou mesmo aos menos atentos - que não a identificam, mas intuem que há algo atrás daquela voz tão agradável, e sempre há atrás dessa voz um lobo que comeu argila (Isso faz parte de uma história dos Irmãos Grimm "O lobo e os sete cabritinhos" que se encontra na obra "Contos e Lendas dos Irmãos Grimm", tradução de Íside M. Bonini, Vol. IV, Editora EDIGRAF, p. 92)...rs .
Mas não é de lobos que estou tratando, apenas dos efeitos benéficos da sua voz contida, abrandada, maquiada.
De alguma forma é preciso desfibrilar. É preciso reoordenar. É preciso cadenciar.
Só assim tudo pode voltar ao normal.
É bonito descer a ladeira e ver ao longe as luzes no horizonte largo enquanto o fluxo começa a ser sentido, depois de alguns minutos de música, de boa música, de sons e silêncios, de pulsação, de absorção.
Já posso chegar em casa, reduzir a velocidade do carro, cumprimentar as pessoas, ouví-las, estar presente.
É bom estar de volta.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tem gente que não tem fino trato

Tem gente que não sabe agir com delicadeza. Tem gente que não tem coragem. Tem gente que não dá de si e espera receber tudo do outro. Tem gente que avalia mal o que recebe de bom. Aí SE magoa e devolve indiferença a quem lhe deu tanta compreensão. Mas entendo. Coisa da pouca idade. Coisa da má formação. Coisa instintiva. Coisa de sentimentos mal conhecidos. Coisa da vontade mal treinada. Mas tudo bem. A vida ensina ao velho e ao novo. Que pena. Todo o esforço de tolerância feito não foi sentido, percebido, valorizado. Um dia quem sabe passará por situação semelhante para entender. Ninguém vai desta para melhor sem se dar conta de quando foi injusto. Acontece comigo. Acontece com todos.

Tem notícias que a gente deve ao outro, por respeito, por carinho, por dignidade, até por questão de inteligência, sabendo que evitaria dissabores. Será que não queria que eu soubesse? E por que? Ou é só falta de decência mesmo? Ou falta de treino em fino trato? Não importa. Vai sentir o mesmo. Vai entender. Vai repensar. Vai aprender. Só então partirá. E chega de explicar tudo de todos. Esse sempre foi meu jogo, justificar o erro das pessoas, dos próximos, dos por mim bem quistos. Maldito conhecimento das humanidades. Chega de achar que todo mundo é bom. As pessoas não são boas todas, nem todo o tempo. Há pessoas más. Há pessoas burras e ofendidas como disse Maria Bethânia um dia. Há pesssoas doentes do sistema límbico (Sim, estou falando dos psicopatas antissociais). Mas o texto não é sobre um caso desse, não há sinais de deficiência orgânica cerebral, mas evidente más escolhas.

Há homens que fiz crescer, que fiz aprender coisas importantes que seus pais e suas escolas não os ensinaram, que com isso conquistaram posições. Há homens arrogantes. Há homens a quem só resta a queda livre porque perderam a fonte estimulante. Há homens que despertam o melhor em mim e isto deixo motivar minhas ações. Há homens que despertam o pior em mim e que me fazem ter que exercer grande autocontrole para não deixar que isto decida o que faço. Esses homens ruins me fazem ser muito melhor do que já sou, portanto. Há homens que são fracos, pobres, diminutos. E as palavras gastas aqui pra me referir a eles chegam a ser superiores ao seu mérito, mas servem para evitar que minha mente devolva a eles involuntariamente os danos recebidos. Evitando a efervecência do inconsciente abrandando inclusive a fúria de Deus, de quem sou filha predileta, e a Quem já vi ser mais contundente e eficaz (antes eu dizia "perverso" rs) do que eu quando se trata de fazer alguém entender o mal que me fez.

Parece forte o que leu?

Arrogante?

Duvida?

Não conhece as forças ocultas da mente humana tampouco a pedagogia divina.

Não se preocupe. Minha inocência me foi roubada aos poucos por muitos e com isso adquiri conhecimento empírico daquilo que era só teórico um dia, mas a bondade não conseguiram ainda roubar. Espero resistir sempre para não me juntar aos que estão do lado de lá.

Acabo de lembrar: "Os bons são maioria" diz a propaganda da Coca-cola.

Mais uma vez
( Renato Russo)



Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem.

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!
Quem acredita sempre alcança!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Hoje Ponta Grossa ficou menor

Hoje faleceu o Renato Sérgio Kotowey. Artista Plástico, um dos grandes de Ponta Grossa. Impressionista.
Eu o conheci há 23 anos. Eu era estagiária num dos "S" onde ele era professor de Desenho Técnico. De repente no hall da entidade uma exposição de suas telas. Percebi logo que era nada acadêmico. Que tinha personalidade aquela assinatura. Ele tinha um sorriso tímido, típico dos grandes artistas. Uma noite o diretor da Unidade promoveu um de seus jantares para os funcionários...lembro do cardápio...lasanha verde e Gengiskan...Renato no violão, outra pessoa e eu também...cantávamos Iolanda do Chico Buarque e como todo músico nos olhávamos pra sincronizar os tempos e as mudanças de posição no violão. Os olhos azuis dele nesta hora fizeram eu parar de tocar e interrompê-lo pra dizer que "com esses olhos azuis me olhando não dá"...rs. Coisas de quem já tinha tomado umas cervejas. Coisas de quem era muito inocente ainda. Nada mais que isso, mas claro que às voltas todos imaginaram muitas coisas, principalmente os que costumam julgar os outros por si mesmos, ou melhor, que costumam julgar as intenções dos outros por suas más intenções. O fato acabou sendo divertido. Kotowey caiu na risada, eu também e todos por conveniência...rs. Mais tarde veio uma canja para nos resgatar as forças, já tínhamos tocado e cantado muito. Anos depois, em 1992, eu já era Coordenadora de Cursos em outro "S", convidei-o para ministrar um Curso de Desenho Artístico do qual fiz parte da turma com outros conhecidos, a turma tinha 18 alunos. Foram 5 meses com 3 aulas semanais de 3 horas. Renato Kotowey aplicou naquele curso, trazendo para Ponta Grossa um conhecimento de vanguarda, o método "Desenhando com o lado direito do cérebro" de Betty Edwards.  Quando essa entidade comemorou 50 anos no Estado do Paraná ele foi um dos artistas pontagrossenses que convidamos para retratar os serviços da entidade. Uma de suas telas, retratou a cozinheira "Chica" escolhendo feijão no balcão do restaurante, a outra tela retratou uma aluna na aula de jazz. A exposição dos trabalhos seguiria itinerante pelas Unidades do Estado, mas quando ficou na Direção Regional em Curitiba, o Diretor Regional de então, escolheu a tela do Renato Kotowey com a cena do cotidiano ato de "escolher feijão" para ficar em sua sala. Este diretor conhecia arte e sabia da preciosidade diante dos seus olhos. Ainda preciso descobrir se a tela ficou na entidade ou seguiu com o diretor. Desejo imensamente que esteja protegida e exposta para que outros possam desfrutar da beleza daquela composição. Com o Kotowey aprendi um novo olhar para o mundo, para as coisas, para as formas, para as cores, para as sombras, para a luz, para os planos da perspectiva, para o recorte e enquadramento de uma cena, para a composição de uma obra, para o que é arte e o que não é, para os contornos do academicismo e o traço livre e leve do artista. Muitos anos mais tarde, acompanhei de longe quando uma amiga convidou-o a fazer uma retratação do Mosteiro da Ressurreição à pedido do Abade que muito conhece de arte também, aliás os monges sempre desenvolvem sua dimensão artística. Este trabalho do Kotowey foi apresentado à comunidade numa exposição. Foi a penúltima vez que o vi. E fiquei muito feliz por participar deste momento em que um artista de verdade tinha seu reconhecimento. No ano passado o vi pela última vez. Lugar inusitado como tinha que ser com um artista, estávamos ao lado da banca de tomates do Supermercado Tozetto do Jardim Carvalho. Ali contou-me da sua vitória sobre uma doença. Fiquei tranquila e feliz ao saber que tínhamos ainda a oportunidade de beber da sua arte e do seu conhecimento sobre ela. Na semana passada insisti com minha filha que ela deveria ter umas aulas com o Kotowey para aprimorar e aprender dicas de como dar ares de arte aos desenhos que faz e que já são bons. Não houve tempo suficiente para isso. Quem o conheceu pessoalmente e pode aprender com ele teve sorte. Agora é só admirar o que produziu. Tenho uma sensação de quem tem um tesouro, a lembrança de conviver, mesmo que pouco, com um grande artista. Por isso hoje Ponta Grossa ficou menor. E o paraíso ficou maior.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um ano de sucesso - Maio



PERSEVERANÇA
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O maior carvalho já foi um dia uma pequena nós que abraçou sua terra.

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