Tem momentos que o volume da música precisa ser alterado para cima, os sentidos pedem, algo precisa vibrar com o som. É o sangue que pula nas veias pedindo pra só correr, fluidamente e, a música parece poder ritimá-lo, desde que sobreponha seus saltos. Para isso é preciso algo extremo, às vezes a agregação de forças, onde uma delas pode ser o volume alterado para cima e a outra até a suavidade exagerada de uma baladinha num violão com uma voz masculina aveludada, supostamente despretenciosa e por isso tão evidentemente cheia de vibrações subliminares, porque ninguém se contém sem que a contenção fique perceptível aos mais atentos - que a identificam, ou mesmo aos menos atentos - que não a identificam, mas intuem que há algo atrás daquela voz tão agradável, e sempre há atrás dessa voz um lobo que comeu argila (Isso faz parte de uma história dos Irmãos Grimm "O lobo e os sete cabritinhos" que se encontra na obra "Contos e Lendas dos Irmãos Grimm", tradução de Íside M. Bonini, Vol. IV, Editora EDIGRAF, p. 92)...rs .
Mas não é de lobos que estou tratando, apenas dos efeitos benéficos da sua voz contida, abrandada, maquiada.
De alguma forma é preciso desfibrilar. É preciso reoordenar. É preciso cadenciar.Só assim tudo pode voltar ao normal.
É bonito descer a ladeira e ver ao longe as luzes no horizonte largo enquanto o fluxo começa a ser sentido, depois de alguns minutos de música, de boa música, de sons e silêncios, de pulsação, de absorção.
Já posso chegar em casa, reduzir a velocidade do carro, cumprimentar as pessoas, ouví-las, estar presente.
É bom estar de volta.
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