Às vezes encontramos coisas demais na vida e pessoas de menos.
Às vezes alguém nos chama a atenção no meio da multidão.
Às vezes não acreditamos que uma mensagem inicial possa desencadear um diálogo tão duradouro e significativo.
Às vezes por já termos sido abordados de formas tão diversas, algumas poéticas, outras aparentemente despretenciosas, outras tão sutis, outras tão evidentemente planejadas, algumas tão escancaradas, outras ainda tão comuns, podemos confundir uma abordagem peculiar, sui generis e impactante com um jogo qualquer de sedução, de conquista, de enredamento.
Jogo até normal entre os seres humanos, mas que apesar de sabê-lo, esperamos que seja ao menos um pouco sincero, honesto, verdadeiro, sem maquiagem, sem véus encobrindo a principal motivação.
Aliás, lido bem com as duas coisas, a realidade escrachada e a realidade adornada, preferindo ora uma ora outra.
Houve uma abordagem curiosa, à qual reagi de imediato tentando arrancar os adornos ou ao menos colocá-los no microscópio para verificação.
Houve um tempo de estarmos ligados mas não em funcionamento. Receio talvez. Outros interesses de momento quem sabe. Não importam os motivos, mas houve um tempo em que a abordagem e análise ficaram suspensas no ar.
De repente um questionamento, uma resposta ampla, outro, outra, uma curiosidade por uma estante de livros que servia à missão de discorrer sobre certos assuntos, um encantamento, interesse, um bem querer, uma expectativa, uma imaginação, uma decisão, um receio, um enfrentamento, um encontro.
O interlocutor tão presente, tão perspicaz, tão desafiador, enfrenta a distância e vem ao meu encontro.
Fico feliz. Fico ansiosa.
Planejamos. Executamos.
Nem tudo.
Algumas idéias surgem depois. E são boas.
Eu que não gosto de gatos, que sempre tive atitude física repulsiva ao simples fato de ouvir a palavra, agora ao menos respeito a expressão "Sete Gatos" que por uma questão de significado conotativo, agora me lembra de coisas boas como boa conversa, riso solto, zona proximal reduzida, temperatura interna inversamente proporcional à externa e sabores incorpados alimentando um estado de humor livre e solto.
Tudo que eu preciso é de liberdade para ser. Não há a menor possibilidade de eu permanecer onde ou com quem eu não possa ser quem sou. Se meu espaço de ser é garantido, eu sou o que sou e quem está a minha volta pode desfrutar de uma companhia sincera, livre e segura. O período de observação e análises havia ficado menos óbvio, deu lugar à aceitação e esta permitiu a sensação de paz.
Foram dias de trocar histórias, de caminhar lado a lado, de se por num mirante fatual e simbólico, de olhar em frente, de olhar-se, de se dar as mãos, de "ouvir" a reação do sistema imunológico tão sensível, de consumir arte, de testar os sentidos, de confundir a razão. Foram dias de dar espaço às subjetividades. Foram dias pra se lembrar, e para cada um deles ficou uma pétala guardada entre as páginas de um livro.
Nestes dias encontrei coisas de menos e uma pessoa especial.
Perigoso isso... encerrar minha busca, ocupar-me de coisas importantes como fazer alguém feliz, perder-me, encontrar-nos, descobrir o que tanto quis, o que tanto fiz, o que tanto pedi, perceber-me despreparada e ter que consultar um manual que...opa...não existe, nem no "santo google".
É bom quando podemos fazer as coisas com certa cautela, ter um tempo na fila de comprar o bilhete pra montanha russa, outro tempo na fila de acesso, um tempo de velocidade de passeio, outro tempo de velocidade acelerada, um tempo de movimento impetuoso e outro tempo de movimento de equilíbrio. Nestes casos a tendência é que o saldo emocional seja positivo, e foi.
Pusemo-nos a caminho. Isto é risco. Mas isto é também acreditar. Isto é confiar. Isto é estar vivo. Isto é ser teimosos com os planos pessoais. Isto é ser corajoso. Isto é saber que tudo muda a cada segundo. Isto é vencer os limites dos sonhos. Isto é como dizia Santo Inácio: "fazer tudo como se dependesse só de nós sem esquecer que tudo depende de Deus".
Que Deus nos acompanhe nessa descoberta, nos sinalize por onde e como, e haja o que houver nos permita ser presença simplesmente e também presença do bem, da verdade e do belo na vida um do outro.
Obrigada pelo encontro!
sábado, 12 de março de 2011
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