domingo, 27 de março de 2011

Fenômenos da Interação Humana - Intimidade Interpessoal

Dizem que o que recobre nossas vidas de significado são as amizades, pais, irmãos e parceiros e o "sentimento de ser amado e querido".

Harold Kelley define relacionamento íntimo como sendo a relação entre duas pessoas em que uma causa "grande" impacto sobre a outra com "alto" grau de interdependência, ou seja, uma mudança em uma causa mudança na outra.

Mas afinal, o que faz com que dois indivíduos juntem-se num relacionamento (que razões respondem à pergunta por quê ficar junto?) e manter essa relação os leva a que (quais objetivos respondem à pergunta para quê manter a relação?)?

Para responder estas duas perguntinhas básicas, por que e para que, os pesquisadores têm estudado outros fenômenos que compõem o da Intimidade interpessoal, alguns deles são: atração/gostar; satisfação; investimento; amor; e comprometimento.
1. Atração/Gostar: "tendência ou predisposição de um indivíduo de avaliar outra pessoa ou símbolo daquela pessoa de uma maneira positiva". Aqui há o princípio do reforço favorecendo, provocando o gostar, uma vez que nós gostamos daqueles que nos gratificam e desgostamos daqueles que nos punem. De acordo com as Teorias da Troca Social, nós gostamos das pessoas quando percebemos que nossas interações com elas são recompensadoras, quando os benefícios são maiores que os custos. Os fatores que favorecem o gostar de alguém são:
1.1 as qualidades pessoais do outro (sinceridade, honestidade, lealdade, confiabilidade);
1. 2 sua similaridade conosco (em atitudes, valores, interesses, backgraound e personalidade - há mais chances de recompensa, de concordarem conosco e de não nos criticarem; leva a minimização de dissonância cognitiva e; desejam mais ou menos a mesma coisa que nós);
1. 3 sua familiaridade (o simples fato de ser exposto frequentemente a uma pessoa pode aumentar o nosso apreço por ela, até por se tornarem assim mais predizíveis e com isso nos trazer mais conforto);
1. 4 sua proximidade física (normalmente ela aumenta a familiaridade; os que estão mais próximos têm mais oportunidade de nos recompensar e portanto, tornar-se nossos amigos, amantes; resultam mais disponíveis para nós do que as que estão distantes; experimentamos uma pressào cognitiva para gostar daqueles com quem devemos conviver).

2. Satisfação : a qualidade de nossa relação é avaliada quanto:
2. 1 aos resultados que dela se obtêm - positivos ou negativos.
2. 2 nível de comparação - a satisfação de uma pessoa com uma relação depende, em última instância, da comparação que ela faz entre os resultados que obtém com a relação e seu padrão interno, individual de satisfatoriedade.
2. 3 a equidade - uma relação que é percebida equitativa em termos dos custos e benefícios que ela enseja tende a ser avaliada como mais satisfatória do que uma em que não há equidade. Normalmente não gostamos de nos sentir explorados ou explorando os outros.

3. Investimento: são aqueles recursos que são colocados na relação.
3.1 Os investimentos podem ser de ordem extrínseca (bens materiais, etc) e/ou de ordem intrínseca (tempo, sentimentos, etc.).
3.2 A diferença entre investimento e custo e benefício é que o investimento significa todas as contribuições passadas, seja de tempo, energia, etc, mas que passaram, já foram feitas, estão num tempo histórico anterior. Já os custos e gratificações significam contribuições que ocorrem num tempo presente e atual.
3.3 Diante da diferença exposta, temos que os investimentos são irrecuperáveis, e permanecer na relação passa a ser a justificativa, a única forma de não perdê-los, de fazê-los valer a pena.
3.3 A Teoria da Dissonância Cognitiva nos ajuda a entender melhor, porque e como as pessoas mantêm um relacionamento, mesmo quando este apresenta altos custos. Dissonância é um estado inconfortável e desagradável que decorre de discrepâncias entre nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos. A pessoa em dissonância será motivada a reduzí-la, resolvendo de algum modo a discrepância surgida. Uma forma comum de redução da dissonância é a justificação, ou seja, encontra-se algo de bom em meio ao que não lhe parece muito bom, que ajude a minimizar a dissonância.
Ora, quem investe numa relação, investe para sentir-se satisfeito, se sente-se insatisfeito isto cria uma dissonância com seu ato de investir e logo buscará reduzir a dissonância entre investimento e insatisfação, buscando mesmo em meio aos altos custos, algo que seja positivo, que o satisfaça pra justificar o investimento.

4. Amor e sua taxonomia:
4.1 Inicialmente o amor foi conceituado por Zich Rubin como: "atitude mantida por uma pessoa em relação a uma outra pessoa particular, a qual envolve predisposições para pensar, sentir e comportar-se de determinadas maneiras relativamente àquela pessoa". Este pesquisador aponta quatro possíveis componentes do fenômeno amor:

a) o precisar do outro - um forte desejo de estar em presença e ser cuidado pelo outro.

b) o cuidado - um desejo de ajudar o outro, de fazer as coisas por ele.

c) a confiança e


d) a tolerância às suas faltas.

Conforme a ênfase dispensada a cada um dos quatro componentes mencionados acima, seguem três principais modelos teóricos de Amor, proposto pelo pesquisador Zick Rubin:

4.1.1 Amor Passional/Romântico:
- neste modelo de amor dá-se ênfase ao componente "precisar do outro".
- neste modelo de amor o outro é uma "pessoa especial".
- algumas características deste amor: comportamento de dependência, sentimentos de exclusividade, absorção, atração física, paixão e idealização do parceiro.
- a temporalidade característica deste tipo de amor: seu surgimento é súbito, mas sua duração é breve.
- a pessoa envolvida neste tipo de amor: tem pouco controle sobre o processo, pois amor aqui é mais uma questão de emoção do que de deliberação (análise racional) e escolha.
- contrário ao gostar e à amizade, que normalmente tendem a crescer, o amor romântico tende a decrescer, na medida que é fortemente baseado na fantasia e idealização.
- as experiências emocionais que se revelam capazes de gerar e alimentar este amor também se mostram muitas vezes capazes de destruí-lo. Excitação e gratificação sexuais e sentimentos de segurança são experiências emocionais que parecem facilitar a paixão, no entanto, os sentimentos de segurança, podem, com o passar do tempo, vir também a miná-la. Ao mesmo tempo que precisamos de segurança, previsibilidade, queremos também excitação, novidade, risco. Ao nos sentirmos seguros, imediatamente esquecemos o que temos - segurança - e passamos a sonhar com o que não temos - emoção.
- este tipo de amor tende a ser uma retribuição à satisfação das necessidades primárias tais como as biológicas, as de segurança, de amor e pertença e de auto-estima.
- não implica assistência mútua nas atividades cotidianas básicas de cada um.

4.1.2 Amor Pragmático/amor-companheiro/amor conjugal:
- neste modelo de amor a ênfase está nos componentes "confiança" e "tolerância" do amor.
- ocorre entre adultos maduros, comum em relacionamentos duradouros, como o casamento.
- ambos os envolvidos consideram a interação satisfatória.
- há um aprendizado no sentido da tolerância das idiossincrasias com vistas à manutenção da relação e das gratificações que ela proporciona.
- o "cuidado" aqui é meramente uma estratégia para obter e manter a recíproca por parte do outro.
- este amor desenvolve-se mais lentamente e sob maior controle por parte dos envolvidos.
- no lugar do arrebatamento e dependência logo declarada na relação passional, encontramos a força da deliberação, da análise.
- em vez de apaixonar-se, cada pessoa "se permite" tornar atraída pelo outro. A crescente dependência é mútua.
- relacionamentos pragmáticos são, via de regra, equitativos, cada um sente que retira da relação mais ou menos o mesmo que coloca.
- as negociações não são e nem devem ser explícitas, sob pena de perderem-se os valores de recompensa.
- a compatibilidade entre os envolvidos é fundamental, como similaridade de atitudes e necessidades complementares.
- a consciência é compartilhada de que há confiança mútua; há compreensão mútua de que cada um é completamente conhecido pelo outro e totalmente apreciado e respeitado e; há certos tratos a respeito de compartilhamento e lealdade.
- neste modelo de amor o processo é que é "especial" e não a pessoa como no modelo passional.
- o autocontrole e as deliberações íntimas é que ditam o curso dos acontecimentos e não as turbulências emocionais como no caso do amor passional.
- amor pragmático é a afeição que sentimos por aqueles com os quais nossas vidas estão profundamente entrelaçadas, é mais estável que o amor passional onde a confiança e a amizade são elementos muito mais importantes.
- a diferenciação do amor pragmático com o amor passional se faz pela intensidade emocional, pela sexualidade e pela estabilidade no tempo.
- o amor-companheiro é muito mais tranquilo que o passional, as emoções nele envolvidas são mais calmas e estáveis.
- a experiência sexual neste modelo de amor pode ser completamente diferente tanto em sua frequência quanto em sua intensidade.
- é fundado nos princípios do respeito, admiração e confiança.

4.1.3 Amor Altruísta:
- este modelo enfatiza o componente "cuidado", no entanto, é um cuidado incondicional, intrinsicamente motivado e não com o intuito de eliciar comportamentos similares por parte do parceiro.
- Usualmente é comparado ao "amor de mãe".
- em alguma medida pode estar presente em relacionamentos amorosos heterossexuais, paralelalemente ao precisar e à dependência, o que constituiria, segundo alguns, talvez, um amor maduro ou, se não, ao menos como um ideal.
- benefícios altruístas oferecidos a um parceiro são guiados somente pelas necessidades deste e não envolve considerações sobre as necessidades daquele que ora oferece o benefício, sejam presentes, passadas ou futuras.É cuidando do outro e fazendo todo o possível pela sua felicidade que o indivíduo motivado por este tipo de amor encontra sentido e satisfação em sua própria vida.
- uma distinção entre este tipo de amor e o amor pragmático pode ser feita traduzindo amor pragmático como aquele que gera "relacionamentos de troca" e amor altruísta como sendo aquele que gera "relacionamentos comunais". Neste último, cada pessoa tem uma preocupação com o bem-estar da outra, com as relações familiares constituindo um de seus melhores exemplos.

4.2. Outro pesquisador, Robert J. Sternberg, da Universidade de Yale, propõe a Teoria Triangular do Amor para compreender o fenômeno da Intimidade Interpessoal. Esta teoria também prevê alguns componentes essenciais do fenômeno amor:

a) intimidade: seriam os sentimentos de proximidade numa relação de amor, aqueles que criam a experiência de "aconchego". São sinais de intimidade:
- desejo de promover o bem-estar do objeto de amor;
- experienciar felicidade ao estar com ele;
- ter por ele alta consideração;
- poder contar com o ser amado em momentos de necessidades;
- compreensão mútua;
- dividir tanto o seu eu quanto as posses com o objeto do amor;
- receber dele apoio emocional;
- prover-lhe apoio emocional;
- comunicar-se intimidade com este objeto;
- conceder-lhe um valor importante.

b) paixão: diz respeito ao lado instintual do amor, atração física, contato sexual.

c) decisão/comprometimento: constitui-se em dois aspectos, um a curto e outro a longo prazo. O primeiro consiste na decisão (escolha) de alguém de que ama outrem. O segundo diz respeito ao comprometimento em manter o amor. Os dois componentes não estariam sempre necessariamente juntos.

Desses três componentes, surgem sete possíveis combinações, sete tipos de amor:

4.2.1 Somente o componente Intimidade: seria o gostar, o conjunto de sentimentos e experiências de uma relação de verdadeira amizade, onde a pessoa se sente próxima ao outro sem paixão intensa ou comprometimentos a longo prazo.

4.2.2 Somente o componente Paixão: o autor denomina "amor infatuado", seria o amor à primeira vista, onde a idealização, a obsessão e a excitação física desempenham um papel fundamental; pode surgir instantaneamente e, da mesma forma, desaparecer de repente.

4.2.3 Somente o componente Decisão/Comprometimento: é o que oo autor chama "amor vazio", pode ser caracterizado, por exemplo, por casamentos onde o envolvimento emocional mútuo e a atração física já deixaram de existir, ou, até mesmo, nunca existiram.

4.2.4 Intimidade + Paixão: este seria o amor romântico, em que os envolvidos podem perceber que a permanência da relação é improvável, impossível ou mesmo uma questão a ser tratada em algum momento no futuro.

4.2.5 Intimidade + Comprometimento: "amor-companheiro", é essencialmente uma amizade comprometida e duradoura. Aquele tipo de casamento, por exemplo, onde não há mais atração física. Pode ser considerado o tipo de amor que surge quando o amor romântico (baseado somente na paixão) desaparece, se a relação é mantida.

4.2.6 Paixão + Comprometimento: "amor fátuo". O comprometimento é feito com base na paixão, sem que estejam presentes os elementos estabilizantes próprios de um envolvimento íntimo - que requer tempo para se desenvolver. Essas relaçõe são altamente suscetíveis ao stress.

4.2.7 Intimidade + Paixão + Comprometimento: "amor consumado"ou amor completo, é o amor ideal, apesar de ser dificilmente atingido e mantido, aliás, nem sempre buscado em nossas relações amorosas.

4.3 Em contraste com as duas teorias anteriores, de que o Amor é um único fenômeno constituído por diferentes componentes, John Alan Lee nos apresenta o Amor como um fenômeno plural, que não permite hierarquizações de qualquer espécie, um tipo de amor não é visto como superior ou mais verdadeiro do que o outro. Faz mais sentido tentar distinguir os vários estilos de amor do que perseguir uma definição do amor que expresse a possível essência do que seria o verdadeiro amor. Assim como a preferência pelas cores, o estilo de amor de uma pessoa pode variar durante a vida e de uma relação para outra.
Os gregos e romanos, sendo mais tolerantes às distintas manifestações de amor, possuíam várias palavras para os diferentes e igualmente válidos tipos de amor.
John A. Lee, em sua tipologia do amor, defende que, assim como o vermelho (magenta), amarelo e azul constituem as três cores primárias, a partir das quais se formam todas as cores do arco-íris, os três "estilos primários de amor" são Eros, Storge e Ludus, sendo que os outros numerosos estilos de amor resultam de alguma combinação destes três, sendo os estilos secundários mais familiares: Mania (Eros + Ludus), Pragma (Ludus + Storge) e Ágape (Eros + Storge).

4.3.1 Amor Eros (Primário):
- é a busca por um parceiro cuja apresentação física corresponda à imagem ideal que a pessoa tem em mente.
- a prioridade é a imagem do objeto de amor.
- é um estilo de amor que sempre começa com uma avassaladora atração física, pois o amante erótico é uma pessoa consciente de que seu parceiro ideal é uma raridade.
- amantes eróticos possuem a volúpia de conhecer seu objeto de amor o mais rápida e completamente possível - preferencialmente despido.
- mantêm-se atentos, no entanto, a qualquer falha e potenciais defeitos na pessoa amada.
- procuram expressar seu prazer verbal e tatilmente.
- usualmente querem uma relação exclussiva, mas não são possessivos, nem temem possíveis rivais.

4.3.2 Amor Storge (Primário):
- palavra grega para o companheirismo afetuoso.
- um indivíduo "se acostuma" com o parceiro, em vez de "apaixonar-se" por ele.
- "amor sem febre ou tolice".
- "amor amigo".
- os envolvidos não passam muito tempo se olhando nos olhos, e a tranquilidade própria à relação faz com que seja até mesmo um pouco constrangedor dizer "eu te amo".
- o amante estórgico não tem nenhum tipo de ideal físico em mente nem seleciona conscientemente os parceiros, ele não está "procurando amor"; em vez disso ele seleciona atividades de sua preferência e, através delas, acontece de vir a conhecer outras pessoas que fazem as mesmas coisas - "então por que não fazê-las juntos?"
- o amor é uma amizade muito especial.
- é importante conhecer primeiro o parceiro como amigo antes de que tenham lugar relações sexuais.
- a expectativa de comprometimento também é forte.

4.3.3 Amor Ludus (Primário):
- a expectativa a respeito do amor é de que ele seja prazeroso e não comprometedor, durando tanto quanto as partes "curtam"a relação, não mais do que isso.
- o lúdico é um errante, ou um colecionador de experiências de amor que serão relembradas com prazer.
- os lúdicos são amantes pluralísticos (uma palavra menos carregada que promíscuos), e o grau de envolvimento é cuidadosamente controlado.
- ciúmes para eles é algo sem sentido e deplorável.
- pode ser praticado como um jogo aberto, com a explicitação clara das regras, ou seja, de que outros eventualmente estarão envolvidos.
- a maioria considera complicado mentir: um jogo justo oferece menos chances de que se produzam sentimentos de culpa mais tarde.
- eles acham uma variedade de tipod físicos igualmente atraentes e podem mudar de um para outro facilmente. Sentem-se como se nada houvesse após um "rompimento", pois certamente não se "apaixonam".
- amantes lúdicos evitam ver o parceiro muito frequentemente, como uma forma de impedir que este se "envolva demais".
- parceiros ciumentos são evitados na medida que estragam a diversão do amor.
- não vêem contradição em amar várias pessoas igualmente ou ao mesmo tempo. Para eles sexo é distração, não expressão de comprometimento, e o amor não é a atividade mais importante da vida.

4.3.4 Amor Mania (Secundário):
- resultado da combinação dos amores primários Eros + Ludus.
- neste estilo de amar, o amante é obsessivamente preocupado com o objeto amado, intensamente ciumento e possessivo e necessita continuamente de repetidas reafirmações de que é amado.
- a busca ansiosa de amor funciona como compensação para sua baixa auto-estima. A inerente contradição deste estilo vem da peculiar mistura de dois estilos primários de amor - eros e ludus. O amante maníaco tem desejo pelo relacionamento intenso, fisicamente estimulante, típico de eros.
- o indivíduo é capaz de escolher parceiros completamente inapropriados e loucamente projetar neles aquelas qualidades desejadas num objeto de amor, as quais qualquer pessoapode constatar claramente que o escolhido não possui.
- o desejo do amante maníaco de manipular a relação de forma a não ficar na posição mais fraca (mais amar do que ser amado) é certamente lúdico, porém o amante maníaco é necessitado demais de amor para jogar o jogo friamente.
- o típico amante maníaco sente forte necessidade de "estar apaixonado", mas é também temeroso de que o amor vá ser doloroso e difícil. Ele não está certo de que o tipo o atrai, e frequentemente procura uma combinação de qualidades contraditórias.
- amantes maníacos demonstram excessivo ciúme e demandam demonstrações de mais amor e comprometimento. Raramente consideram o sexo com o objeto de amor satisfatório ou reconfortante. São ainda incapazes de terminar a relação, sendo via de regra o outro que o faz.

4.3.5 Amor Pragma (Secundário):
- resultado da combinação dos amores primários Ludus + Storge.
- o amante pragmático tem um "rol"de qualidades práticas que ele deseja no ser amado, às quais pode incluir características físicas, mas nào há uma ênfase especial a este detalhe.
- o "rol"de características buscadas pela pessoa pode incluir pessoas de mesma religião, opção política e classe social, assim como interesses pessoais tais como hobby ou esporte favorito.
- o pragmático escolhe o parceiro como se tivesse crescido com ele e usa manipulação consciente para encontrar um. A procura é por uma parceria sensata, não por um extasiante ou excitante romance.
- cada candidato será pesado e avaliado cuidadosamente. Um candidato plausível será convidado para dividir algumas atividades com o sujeito até que esteja convencido de que aquele faz um parceiro compatível.
- ele pode frequentemente discutir a adequação de suas escolhas potenciais com amigos ou parentes.
- é o "casamento arranjado"de antigamente.
- o pragmático usa atividades sociais e programas como um meio para um fim: tais atividades serão abandonadas se não "der frutos".
- preferem ver o parceiro em situações de convívio social para checar como ele "realmente"é, prestando muito atençào em possíveis sinais de aviso e restringindo discussões sobre compromisso e futuro até que esteja mais confiante de que conhece bem o parceiro.
- eles geralmente desdenham demonstrações emocionais excessivas, especialmente cenas de ciúme, mas apreciam sinais recíprocos de atenção e de comprometimento crescente.
- compatibilidade sexual é importante, mas esta é mais uma questão de habilidades técnicas - que podem ser melhoradas se necssário - do que de alguma química especial.
- encontrar um par compatível é desejável para uma vida feliz, mas não essencial, e não valem a pena grandes sacrifícios por nenhum parceiro em especial.
- o amor pragmático não é tão frio quanto possa parecer. Uma vez que uma boa escolha é feita, sentimentos mais intensos podem se desenvolver.

4.3.6 Amor Ágape (Secundário):
- resultado da combinação entre os amores Eros + Storge.
- é a clássica visão cristã do amor: altruísta, universalista, sempre gentil e paciente, nunca ciumento, nunca demandante de reciprocidade.
- amante com este estilo consideram amar um dever.
- é um estilo de amor mais guiado pela cabeça do que pelo coração, mais expressão da vontade do que da emoção.
- o comportamento requerido por este amor despojado é aquele do bom vizinho, do servidor fiel ou do amigo devotado.
- estes amantes sentem um intenso dever de cuidar do ser amado, que é definido como alguém que precisa deste cuidado. É possível que este seja visto como somente mais uma entre as muitas pessoas necessitadas.
- se o amante agápico chega a conclusào que o seu parceiro estaria melhor com outro, ele é capaz de abrir mão em prol do seu "rival".


Os estilos descritos acima são aqueles encontrados em pesquisa empírica como sendo os estilos mais básicos, a partir dos quais os outros se compõem e de forma quase infinita.
O estilo de amor de uma pessoa pode variar com o passar do tempo e com as experiências, ou ainda, num mesmo momento, variar segundo o tipo de parceiro.

5. Comprometimento - por que algumas relações duram e outras não?:
- significa estabilidade da associação.
- é um propósito declarado ou inferido de uma pessoa em manter uma relação.
(em construção)


Fonte:

RODRIGUES, A. Psicologia social para principiantes. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996.



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