sexta-feira, 18 de março de 2011

Fenômenos da Interação Humana - Formação de atração entre as pessoas

Para dar a conhecer os fatores que favorecem a formação de amizades e de inimizades entre as pessoas, duas teorias são apresentadas por RODRIGUES (1996):

- Teoria do Equilíbrio: o termo equilíbrio adquire aqui o sentido de harmonioso e, um relacionamento harmonioso é na verdade um relacionamento onde há coerência entre gostar de uma pessoa e termos pontos de vista semelhantes a ela ou; não gostarmos de uma pessoa e termos pontos de vista diferentes dela. Como nem todas as situações são equilibradas, experimentamos tensão e somos instigados à mudança, tendo para isso dois caminhos:
• Mudar de posição: uma das partes cede formando uma relação harmoniosa ou, rompe-se o relacionamento.
• Diferenciação: separa-se a “parte” da pessoa com quem estabelecemos uma relação equilibrada e procura-se evitar a “parte” com a qual nossa relação é desequilibrada.
Ainda pelo princípio do equilíbrio, explica-se a situação em que pessoas procuram associar-se a outras que possuem justamente o que lhes falta, isto é, procuram a complementaridade na outra pessoa.

- Teoria da Proximidade: a psicologia científica vem resolver um impasse da sabedoria popular que oscila entre a defesa de que a proximidade entre as pessoas favorece a atração, assim como a distância é que favorece, afirmando que a proximidade física facilita a atração interpessoal e, faz isso com base em duas razões:
• Conveniência: é mais cômodo fazer amizade com quem está próximo.
• Ausência de tensão: encontrar freqüentemente com uma pessoa, conduz a uma procura de relações amistosas.
• Outros fatores que explicam a proximidade física como causa de atração interpessoal são: oportunidade de interação; oportunidade de maior conhecimento; simples familiaridade; possibilidade de reformulação de preconceitos; identidade de valores e preferências.

Não é desconhecida a atração que muitos alunos têm por seus professores e vice-versa, no entanto, quando não é esta a relação, ficamos, uns e outros à espera de que a parte contrária ceda. Quando nenhum dos dois abre mão de seu posicionamento acontece o rompimento, é quando o professor, por exemplo, coloca o aluno pra fora da sala, ou o aluno fica indiferente às ações e proposições do professor, do qual ele não pode se livrar tão logo. A expectativa do professor, em geral, é a do respeito do aluno por ele, o que podemos entender como expectativa que o aluno faça a diferenciação daquilo que não concorda no professor, porém, emergem as questões: Os professores “respeitam” pontos de vista diferentes de seus alunos? A proximidade diária tem sido fator de relações interpessoais e grupais amistosas ou de conflitos?

Referência:

HEIDER, F. Psicologia das Relações Interpessoais. São Paulo: Pioneira, 1970.
RODRIGUES, A. Psicologia social para principiantes. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

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